Livro: Rosa Selvagem Página 3

... er. Não gostaria de fazer alguma acusação? Assim eu a manteria enjaulada por mais algum tempo. – Não será necessário. Segure-a apenas até eu sair. – Acho que está cometendo um erro, mas se prefere assim. – Smith deu de ombros. – Tranquem-na em uma cela, homens. Clement – chamou um jovem alto e magro que se aproximava –, acompanhe o sr. Mahoney até o trem. Não quero problemas por parte dos rapazes de Louise. – Não se preocupe, Ellen! Eu a livrarei disso! Esse mercenário fedorento não a levará de volta para Filadélfia! Não permitirei que seja apanhada por aqueles ratos imundos que se dizem seus parentes! O xerife bateu a porta assim que os auxiliares arrastaram Louise para dentro da cadeia. – Isso é verdade? – Claro que não. – Harrigan suspirou. – Os parentes do Leste são o ramo mais refinado da família. Espero que minha mulher se acalme por influência deles. – Ah, com certeza eles me acalmarão para sempre! – Ellen gritou. – Se me levar para Filadélfia, você será instrumento do meu assassinato! Harrigan apertou a mão rechonchuda do xerife. – Agradeço muito sua ajuda. Pode soltar a srta. Louise assim que eu embarcar. – Tem certeza? Não quer que eu a segure até o senhor chegar a Filadélfia? – O que ela poderá fazer depois da saída do trem? – Clement – Ellen fitou o jovem que os seguia –, sabe que isso está errado, não sabe? – A senhora deveria ter nos contado que é casada. – Eu não sou! Nem mesmo sei quem é esse patife! – Harrigan Mahoney, às suas ordens – murmurou, sem que Clement o ouvisse. – Não adiantará argumentar. Eles acreditam em mim. – Isso prova que você é um mentiroso refinado. Clement, eu já lhe menti alguma vez? – Ellen perguntou enquanto era sacudida para cima e para baixo. – Não. mas também não a conheço há muito tempo. – Tudo bem. Mesmo que eu fosse casada com esse homem das cavernas e imbecil, não seria correto permitir que me lev ...

ssem contra a minha vontade. – Um marido tem o direito de. Ei! – Clement aproximou-se e pôs a mão no coldre. – Ali estão alguns dos rapazes de sua tia. Harrigan fitou os três jovens altos que se interpuseram entre ele e o trem. O mais moreno adiantou-se pela lateral e espiou Ellen com olhar estreitado. Harrigan calculou que o rapaz não teria mais de vinte anos, mas o rosto demonstrava uma vida difícil. – Senhor – o moço avisou com voz gélida –, eu o aconselho a soltar Ellen. – Joshua, ele é o marido de Ellen – Clement argumentou. – Ellen não é casada. – Ele disse que. – Ele pode falar o que quiser. Pergunte a Ellen. – Não sou casada! – Ela sentiu a tensão do homem que a carregava e gostaria de ver a expressão dele. – Aquela escória de Filadélfia contratou esse idiota para me levar de volta. – Bem, então vamos terminar com essa farsa. Agora! O jovem puxou a arma. Harrigan praguejou em silêncio ao perceber que Clement se apavorava. Joshua não perdeu a calma, e seus dois companheiros também empunharam os revólveres. Os transeuntes se afastaram e Harrigan desejou fazer o mesmo. Mas assinara um documento onde se comprometia a levar Ellen Carson de volta a Filadélfia. Admitiu a possibilidade de ser assassinado no meio da rua poeirenta daquela cidade pequena e suja. Nisso viu George Morgan, seu sócio, sair do trem e aproximar-se com a espingarda em riste. O perigo não diminuíra, mas Harrigan sentiu-se mais aliviado. – Esse é um assunto entre Ellen Carson e sua família – Harrigan afirmou. – Por que não deixamos que eles resolvam isso? – Se querem discutir, eles que venham até aqui. Deixe Ellen Carson no chão. – Acredito que seria melhor os rapazes largarem as armas – uma voz profunda ameaçou, antes de um rifle ser engatilhado. Ellen só via as pernas dos rapazes, mas preocupou-se ao ver outro par de pernas atrás deles e calculou ter sido ele quem armara o gatilho. O homem que a segurav ...

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