Livro: Amor ou piedade Página 2
Autor - Fonte: ELIZABETH PETTY
...
— Oh, não! Logo ela, com seus olhos penetrantes!
— Claro. É melhor você não abusar de sua sorte. Ela ainda não notou sua falta. Eu lhe disse que você foi ao Raio X, buscar algumas chapas. Bem, Page, comece a correr… estamos todos atrasados. Molhou-se muito?
— Fiquei encharcada.
Enquanto arrumava tigelas e outras coisas no carrinho, eu ouvia as notícias do fim de semana, contadas por Chris.
— Há novos pacientes no setor do senhor Green e alguns problemas que surgiram de madrugada.
Saí, em direção à enfermaria, usando o meu melhor sorriso, pois todos esperavam isso, e respondendo "bom-dia" para todos os lados. Procurava parecer séria e gentil ao mesmo tempo, naquela enfermaria de homens, onde poucos pacientes eram jovens e viris, mas todos queriam atrair minha atenção para a sua inatividade forçada.
— Vamos, Senhor Painter — disse eu, começando a cuidar de um paciente. — É melhor ficar bem elegante, se quer entrar em seus calções de banho e ir para a praia, encantar as garotas. Vamos…
— Calções de banho… — murmurou ele. — Os meus dias de praia já acabaram, enfermeira. Eu terei muita sorte se ainda voltar a andar. Acha que terei alta na Páscoa?
— Tenha esperanças, senhor Painter — nós dissemos juntas, enquanto nos dirigíamos à outra cama, percebendo que a Irmã Batsun, a encarregada, verificava a troca das bandagens do paciente admitido recentemente.
Chris foi chamada pela Irmã Batsun e uma nova enfermeira veio me ajudar a fazer as camas. Enquanto isso, li as anotações ao pé do leito seguinte. Era o novo paciente.
Robert Larkham. 33 anos. Já sabia, só de ver seu leito levantado, que havia gesso em suas pernas, que ele teria ferimentos nas costas e estava em tração, com pesos nos dois pés. Era um tratamento muito doloroso.
Então, olhei seu rosto, e vi dois olhos muito azuis, lembrando as flores de um jardim de verão. Ele me olhou sério. Eu cheguei mais perto da cama e observei seu rosto
...
ronzeado. Ele, obviamente, era um homem que vivia ao ar livre e, naquele momento, parecia muito infeliz obrigado a permanecer deitado.
— Olá, senhor Larkham. Sou a enfermeira Page. O que lhe aconteceu?
— Inicialmente… fui tirar um pônei de um pântano.
— Compreendo. E depois?
— Ficou pior. Não consegui ficar em pé. Ainda não consigo. Mesmo depois de várias semanas deitado de costas. E será que a tração vai provocar algum tipo de milagre? Duvido. — Seu maxilar ficou tenso e eu não respondi. A nova garota aproximou-se.
— Então, trabalha com cavalos, senhor Larkham? — Tentava distraí-lo, pois percebi que sua tensão aumentara. Ele se sentia inválido por não conseguir se mover. Não estava acostumado com os cuidados de uma enfermeira e nunca conseguira aceitar este fato.
-— Relaxe. Eu farei o resto — disse firmemente, mas com gentileza, virando-o de lado. Enquanto o segurava, a outra moça virou o travesseiro. Ele gemeu e eu o deitei de costas. Ele fechou os olhos, de modo que não pude ver sua angústia.
— Esse tratamento vai ajudar em alguma coisa? — perguntou ele desesperado, olhando para mim, enquanto eu esticava as cobertas.
— Pensamento positivo, senhor Larkham. É o melhor que podemos fazer para colocar suas costas no lugar. É vagaroso, eu sei… mas, sim, funciona na maior parte dos casos.
— Eu… não tenho tempo para esperar, enfermeira.
— Por quê? É artista de circo ou alguma coisa assim? — Pela primeira vez eu o vi sorrir, mostrando dentes branquíssimos e bonitos.
— Oh, Deus… não! Eu trabalho para a Comissão Florestal… com cavalos e manadas. Mas tenho meus próprios cavalos, naturalmente, e agora preciso deixá-los aos cuidados de estranhos. As vacas precisam ser ordenhadas; as galinhas alimentadas. isto é um inferno. É como estar em um outro mundo. Ninguém me diz nada… se vou conseguir andar ou não… Claro que este é o problema. Não sei se vou poder andar novamente! Me diga! Vou ...
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Comentários:
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Valéria : O livro é narrado em 1° pessoa pela mocinha. Achei diferente. Dá pra ler..
Mônica borges : Uma história linda mas porém poderia ser bem melhor tinha que ter mais paixão por os dois ter uma natureza determinada 28-08-18.
Ilda: 29/06/2017 Não tem muita emoção.
Mary Santos: interesante gostei muito bom e ela quem conta a propria historia.
Adriana: Muito enfadonho!.
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