Livro: Amor a primeira vista Página 4

... e dois metros de altura. Devia ser seu sangue escocês, porque ela ouvira falar que ele vinha das bárbaras Terras Altas, onde os homens eram gigantes e conhecidos por sua ferocidade. Podia imaginá-lo usando uma espada gigantesca contra seus inimigos em batalha. Estremeceu de novo, agradecida porque, além dos meros olhares que ele lhe dispensara, não teriam mais qualquer contato. Quando sua jarra de cerveja ficou vazia, Elizabeth voltou à despensa para enchê-la. Ao dar a volta à divisória de madeira que a separava do resto do hall, encontrou-se diante do homem que lhe vinha dominando os pensamentos. Precisou inclinar a cabeça para trás para encará-lo assim de tão perto. Os olhos dele, de um azul-escuro como nunca tinha visto, encontraram os dela. Sua boca ficou seca. Não conseguiu desviar o olhar quando ele lhe sorriu. Perdeu o fôlego diante dos ângulos ásperos de seu rosto, da expressão experiente de seus olhos e sua altura impressionante. A jarra de cerveja lhe escapou da mão e caiu no chão com um baque surdo. A voz do serviçal dissipou seu estado de confusão enquanto fitava os olhos azuis do escocês. — Lorde Orrick quer que você atenda a seu hóspede agora, Elizabeth. Outra pessoa servirá a cerveja. Piscando, ela olhou para o serviçal e esperou que suas palavras fizessem sentido. Antes que pudesse reagir, o homem recuou. Abaixou-se, pegou a jarra vazia do chão e entregou-a ao serviçal, sem desviar o olhar. Um calor surgiu dentro dela e seu coração acelerou. — Meus agradecimentos, lorde Gavin. Seu banho estará pronto em seus aposentos em pouco tempo. Elizabeth, cuide disso agora. As ordens do serviçal a despertaram do devaneio. Abaixando a cabeça, ela fez uma reverência ao serviçal e a lorde Gavin. — Sim, milorde. Voltou-se e foi até a cozinha providenciar água quente para o banho. Precisaria da maior das tinas de madeira para acomodar-lhe as pernas, embora duvidasse que houvesse uma sequer do tamanho necessário. T ...

ntou pensar apenas nos itens necessários ao banho para evitar especular sobre o que mais estaria envolvido no chamado, no que aconteceria depois do banho. Quando ele estivesse limpo e relaxado com o calor da água. Quando ainda estivesse nu. Ela estremeceu, parte de medo e parte de ansiedade pelo que a noite lhe traria. Havia algo neste homem e neste trabalho. Elizabeth não temia o que aconteceria na união de seus corpos, mas o que ele poderia fazer ao coração que ela escondia tão bem. E não sabia por que ele lhe parecia uma ameaça tão grande. Capítulo Dois Ela testou a água com o cotovelo e aprovou, satisfeita. Estava no ponto certo, quente o bastante, mas não demais. Observou as pequenas garrafas e jarras na bandeja, escolheu várias e adicionou um pouco de cada à água. Perfumes suaves e frescos encheram o aposento enquanto os óleos se misturavam na água. Misturando-os com a mão, aprovou mais uma vez. O banho estava pronto, mas onde estaria lorde Gavin? Como se o nome dele em seus pensamentos o tivesse conjurado, a porta se abriu e ele ficou parado na soleira. Sua silhueta contra as tochas ao corredor impedia que ela visse qualquer outra coisa a não ser seus contornos. — Está pronto, milorde. Ela foi até a porta quando ele entrou. Tentando manter o máximo possível de calor no aposento, ela a fechou assim que ele passou. Gotas de suor, causadas pelo esforço físico e pelo calor, desciam-lhe pelo rosto, pelo pescoço e pelas costas. Usando as costas da mão, ela enxugou a testa. O homem parou diante da grande tina e apenas olhou. Havia algum problema? Do que ele precisava? — Milorde? — perguntou. — Há alguma coisa errada? — Você mesma escolheu os perfumes? — Sim, milorde. Os óleos são de lady Margaret e vão amenizar a aspereza e secura de sua pele. Posso trocá-los, se não lhe agradam. Seriam necessários quatro criados para carregar os grandes baldes de água quente para tornar a encher a tina, mas podia s ...

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