Livro: Amor a primeira vista Página 3

... ra. — Então está bem. Mande-a para mim e eu descobrirei os segredos dela para você. — Seja discreto. — Orrick sussurrou a advertência. — As necessidades de um hóspede não podem ser ignoradas, mas, mesmo nestes longos e escuros dias de inverno, Margaret não gosta de prostituição no castelo dela. — Não me arranje problemas com sua mulher, Orrick. E não crie dificuldades para a mulher — ele acenou em direção ao objeto de sua conversa — com sua senhora por causa de sua curiosidade. Orrick fez um aceno mostrando que não havia motivos para se preocupar. — Ela será mandada a seus aposentos para ajudá-lo no banho. Até Margaret aceitará isso. O que acontecer lá é entre você e ela — disse Orrick, acenando também na direção da mulher. Gavin se recostou e tomou mais um pouco de cerveja, sempre observando os movimentos graciosos da mulher em questão. — Qual é o nome dela? Você não me disse como ela se chama, Orrick. — Elizabeth. Elizabeth. Era um nome de classe para uma prostituta, mas combinava com seus modos graciosos e com sua postura. Seus clientes provavelmente a chamavam de "Lizzie" ou "Betsy", nomes mais adequados para uma mulher que se deitava com homens. Elizabeth. Lá estava! Ele a estava observando de novo. Elizabeth olhou pelo canto dos olhos enquanto o amigo de lorde Orrick lhe fixava o olhar atentamente. Caminhou de propósito para o ponto mais distante do salão para ver se ele olhava para outra pessoa. Não olhou. A ansiedade crescia enquanto tentava ignorar o que aquela atenção significava. Embora lady Margaret a proibisse de exercer sua profissão no hall, esperava-se que atendesse às necessidades de um hóspede de prestígio. E um hóspede que o lorde tinha em tão alta estima teria todos os seus desejos satisfeitos nos domínios de Orrick. Já fizera isso antes com outros e o faria de novo, mas sentiu a incerteza aumentar. Como uma menina inexperiente. Ela sorriu para o filho do moleiro enqu ...

nto lhe enchia a taça com cerveja e tentou ignorar o hóspede do lorde. O que, naturalmente, alto como era e na posição que ocupava ao lado de Orrick na mesa elevada era praticamente impossível. Assim, Elizabeth decidiu enfrentar o desafio diretamente e ergueu os olhos para encontrar os dele. Seu cenho franzido, mesmo a distância, era evidente. Já fizera alguma coisa para aborrecê-lo? Continuou a olhar para ele e se sentiu surpreendida ao ver os cantos de sua boca se erguerem num sorriso. Causava menos medo quando sorria. Um arrepio lhe percorreu a espinha, e ela teve certeza de que o homem discutira com lorde Orrick. Com que objetivo? Ele viajava sozinho, sem um escudeiro ou um pajem, ou mesmo um guerreiro para sua proteção. O cozinheiro lhe contara que lorde Gavin visitava lorde Orrick todo ano nesta época, e que geralmente ficava durante o solstício e as festas de ano-novo antes de voltar a suas terras na Escócia. Ele a queria como prostituta? Provavelmente. Era capaz de reconhecer a intensidade de seu olhar como desejo, Admitia para si mesma que não era uma prostituta experiente e capaz. Era nova na profissão, e ainda estava aprendendo a arte de seduzir clientes e reconhecer o significado de seus olhares. Um dia seria melhor no que fazia. Um dia. Ela suspirou e voltou a prestar atenção nas tarefas que desempenhava agora. As pessoas eram gentis com ela. Mesmo os homens que frequentavam sua choupana jamais eram grosseiros ou desrespeitosos em suas ações ou no auge de suas atenções apaixonadas, e era grata por isto. Era grata por muitas coisas. especialmente pelo dia em que chegara à aldeia e passara a fazer parte dos domínios de lorde Orrick de Silloth. Ele lhe oferecera um emprego e lhe salvara a vida! Se precisava se deitar com seus amigos para pagar sua dívida para com ele, ela o faria sem reclamar. O amigo de lorde Orrick levantou-se e acenou em despedida a ele e a lady Margaret. Era alto, mais alto do que o lorde, que tinha quas ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: