Livro: Inesquecível Amor Página 4

... oucos instantes da morte, sonhando acordada, extasiada com o charme do ladrão que a subjugara. Ele sorriu, e Sheila, maravilhada, acompanhou cada movimento daqueles lábios bem desenhados. — Vou querer algumas explicações, doçura. Um pressentimento ruim afastou todos os seus sonhos. Ela contemplava aquele sorriso e cada vez mais encontrava semelhança com a expressão de um tigre diante de sua presa. Sabia, por instinto, que todos os perigos que enfrentara no passado eram brincadeira perto do que esse homem podia fazer. Embora charmoso e sensual, ele também irradiava crueldade. Determinado e firme, usaria qualquer método para obter o que desejava. Só havia uma saída: mantê-lo distraído. Sorrateira, ela colocou a mão livre sobre a superfície da mesa e decidiu tomar alguma iniciativa. Encarou o oponente e perguntou: — O que está fazendo em minha casa? Quem é você? Ele sorriu, dessa vez com um toque demoníaco. — Sua casa? Estranho hábito o seu, de se esgueirar por sua casa vestida como um ladrão de filme de TV. Sheila prosseguiu na mentira enquanto continuava a busca com a mão. — Sou atriz e estava ensaiando um novo personagem. O homem sacudiu a cabeça, mostrando no rosto uma expressão incrédula. Sheila quase desistia de encontrar algo que servisse de arma quando sentiu os dedos tocarem um peso de papel de cristal. Encarou o adversário por um instante, agora segura de si, depois desviou a vista em direção à porta, sorrindo. — Entre, Julius. Como vê, temos companhia. — Não, não, mocinha. Esse truque é velho demais. Sheila sentiu uma dor aguda quando sua garganta foi apertada pelas mão poderosa e rude. — Fique sabendo que não gosto de brincadeiras. Fale tudo de uma vez! Como poderia falar se estava sendo estrangulada? Desesperada, ela lutou por um pouco de ar, certa de que não escaparia à morte. De repente, a claridade intensa de um relâmpago invadiu o recinto, seguida de um estrondo. O homem hesitou por um s ...

gundo, Era a chance tão esperada por Sheila. O peso de papel riscou o ar com velocidade. Um baque surdo, e a pressão ao redor de seu pescoço diminuiu, até cessar. Apoiando-se na mesa,, ela friccionou a garganta dolorida, tentando acalmar os nervos. Recompôs-se e estudou a figura que tinha a seus pés. Totalmente apagado! Sorriu antes de amarrar os pés e as mãos do homem que a surpreendera. Somente depois permitiu-se um momento de descanso, sentando-se em uma cadeira de espaldar alto até que a pulsação voltasse ao normal. Então se levantou e caminhou até o telefone. — Enquanto você tira uma soneca, meu amigo, vou fazer algumas chamadas. Quando acordar, você é que terá de responder a algumas perguntas. Prendeu o fone entre a cabeça e o ombro e discou. Com a outra mão, brincava com uma carteira encapada em couro. — Droga, Jeff, por que não atende? Olhou para seu prisioneiro, confirmando que continuava desmaiado, e voltou a manusear a carteira, abrindo-a. Recolocou o aparelho no gancho e retornou à mesa, para perto da luz. Pediu a Deus para que estivesse sonhando. Não estava. As palavras datilografadas não deixavam margem a dúvida. No passaporte americano, o nome esclarecia perfeitamente quem era aquele homem. Sheila olhou para o teto. — Deus do céu! Não, não faça isso comigo. Não basta o que já enfrentei durante esta semana? Olhou mais de perto o passaporte, na esperança de que estivesse enganada, e leu o nome em voz alta: — Kane Maximilian du Monde Stone. O filho de seu cliente! O documento escorregou de suas mãos e caiu, sem ruído, no chão acarpetado. E agora? O que fazer com aquele homem inconsciente? Inconsciente. A palavra agiu como um estimulante, retirando Sheila de sua paralisia. Às pressas, saltou da cadeira e foi até a cozinha da mansão. Pegou um pano e gelo. Voltou à biblioteca, prevendo o humor com que aquele homem despertaria. para não falar na dor de cabeça! Ajoelhou-se, colocando uma almofada sob ...

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