Livro: Castelo de Ilusões Página 2
Autor - Fonte: Susan Paul
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Indiferentes aos murros na porta e às ameaças furio¬sas, eles tinham ido embora. Já se haviam passado mui¬tas horas e ninguém aparecera nem mesmo para lhes trazer água. Edyth, graças a Deus, havia encontrado o maço de velas e os fósforos. Antes de o céu escurecer e começar a chover, o aposento já estava na penumbra, pois pouca claridade entrava pelas frestas das tábuas pregadas nas janelas. Se não fosse pela parca luminosidade da vela, estariam em absoluta escuridão. Lillis ten¬tava manter-se calma, mas ambas estavam mortas de frio, fome e medo. Com o passar das horas, imaginava se os dois demônios não as tinham esquecido e ido se divertir com outra maldade. Daí a alguns meses, quando a dona do castelo precisasse de mais cadeiras para as comemorações do Natal, alguém subiria até ali para pegá-¬Ias e encontraria dois esqueletos sentados à mesa.
Lillis estremeceu e afastou a imagem da mente. Se ninguém aparecesse até o amanhecer do dia seguinte, ela e Edyth teriam de fazer algo drástico. O que, não fazia idéia, mas teriam de agir. Enquanto isso, o melhor era ocupar-se em refletir sobre o que dizer ao senhor do castelo quando ele surgisse. Seria um prazer expor-lhe pensamentos bem concatenados sobre o futuro sombrio dos irmãos.
Rezava apenas para que, quando ele chegasse a casa, agisse imediatamente para corrigir a situação. Sem dú¬vida, ele o faria. Ficaria tão horrorizado quanto ela com a atitude dos irmãos e se veria forçado a castigá-Ios. Lillis quase chegava a sentir pena do homem por ser responsável pelos brutos. Mas o que lhe importava era sair dali e ir para Wellewyn o mais depressa possível.
Wellewyn! Tomada pela ansiedade, Lillis cruzou e des¬cruzou os braços enquanto dava mais uma volta pelo cômodo. O pai devia estar desesperado com a sua demora em chegar. Por causa do mau tempo, já estavam atra¬sadas um dia. Ele se sentiria ultrajado ao se inteirar do tratamento dispensado à filha pelos irmãos de um viz
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¬nho. Não seria de se espantar que procurasse o rei Henrique e demandasse as cabeças dos rapazes.
— Ainda deve estar chovendo — comentou Edyth em voz suave e triste.
Sentada à mesa, ela passava o lenço úmido pelos olhos. Compadecida, Lillis a observou. Pobre Edyth! Que expe¬riência terrível para ela. Tinha passado parte da tarde tentando consola-Ia. Convivia com a criada desde a infância e conhecia bem a sua natureza tímida e assustadiça.
— Ah, deve sim. Essa chuva deixa o cômodo mais frio e úmido — disse Lillis aproximando-se e pondo as mãos nos seus ombros. — Não creio que fiquemos aqui por muito mais tempo. Alguém virá nos buscar.
— Você acha mesmo? — perguntou Edyth, com uma ponta de esperança.
— Claro. Temos a impressão de estar aqui há muito tempo porque não podemos verificar as horas — Lillis afirmou sem acreditar nas próprias palavras.
— Você viu como as pessoas nos olharam quando atra¬vessamos a vila? — perguntou a criada com voz trêmula.
Elas não tinham comentado sobre o que lhes aconte¬cera, exceto o comportamento inacreditável dos gêmeos.
— Vi, sim. Estranho. Todos nos olhavam com expressão de ódio. Deus sabe que não tinham razão para isso. ¬Lillis fez uma pausa e, depois, continuou pensativa: ¬
— Se ao menos soubéssemos onde estamos. Que tipo de lugar é este que permite aos adolescentes vagar pelas estradas e trazer prisioneiros para este cômodo imundo?
— Muito estranho — comentou Edyth. — Mas o castelo está bem conservado. Por onde passamos tudo estava limpo e em ordem.
— Também notei isso, embora não tivesse muito tempo para observar detalhes. Tive a impressão de que o castelo é muito bem dirigido. Mas não posso entender como pes¬soas responsáveis permitem que algo como isso aconteça. É muito estranho.
Sob as mãos, sentiu a tensão da criada.
— Ai, Lillis, não devíamos ter deixado o convento. Foi muita ousadia viajar com apenas dois guardas.
Edyth ...
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Comentários:
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Dani Ornellas: Bom!.
Lú: Muito bom .
Alê9: Lindo, surpreendente, maravilhoso, uma leitura encantadora....
minuche: muito boa essa história e cheia de dramas e traumas.paixão,amor,alegria e cumplicidades.gostei..
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