Livro: Algemas de Matrimônio Página 2

... , o certo seria seguir em frente. Por um longo momento, olhou para a miniatura de Nova Orleans que construíra. As estruturas, compostas de papelão, plástico e espuma pintada, pareciam vividas e alegres sobre sua mesa contra a janela. Quando seus olhos azuis estudaram a maquete do estádio dramático que ele e sua equipe haviam sonhado em construir, sua cabeça latejou mais. Não pense nela. Mitchell Butler tinha sido rico, poderoso e admirado. até seis semanas atrás. Agora, seu estaleiro estava falido e seus planos para uma fusão com Claiborne Energy eram coisa do passado. A filha mimada fora demitida de seu emprego como editora do Louisiana Observer. Milhões estavam faltando na conta bancária de Butler em Caymans e das Casas para Vítimas de Furacões. Ou seriam bilhões? Os números citados pela mídia pareciam crescer a cada dia. Mitchell estava falido, assim como seus investidores. Mitchell Butler, o homem mais desprezado em Louisiana, era responsável por arruinar muita gente, além de Jake. Tentado a esmagar as maquetes contra o chão, Jake cer¬rou os punhos. Precisava de alguns momentos para tirar sua mente dos Butler e recuperar o controle. Inclinando-se contra sua mesa e relaxando as mãos, permaneceu ali, imaginando como daria as más notícias aos seus empregados. Era melhor enfrentá-los agora. Melhor acabar logo com aquilo. Enfiando as mãos nos bolsos de seu jeans desbotado, saiu de sua sala e entrou na sala de sua secretária. — Vanessa. Envie todos para a sala de reuniões. Diga¬mos, em cinco minutos. E não me passe ligações durante a reunião. Vanessa, que trabalhava com ele há vinte anos e tinha uma determinação férrea, endurecida por uma amarga experiência marital, continuou digitando em seu teclado. Mãe solteira, criara seus três meninos sozinha, e era uma funcionária formidável. Jake aproximou-se da mesa dela e sussurrou: — Não tenho culpa que seu ex a traiu e engravidou aquela outra mulher. Ela ergueu os ...

lhos da tela do computador para fitá-lo. — Eu só estava checando se você tinha ouvido alguma palavra do que eu falei. — Cinco minutos. Todos na sala de reuniões. Não pas¬sar seus telefonemas. — Vanessa enfiou o lápis no coque, girou, pegou o interfone e começou a dar ordens. Dez minutos depois, com sua dor de cabeça muito pior, Jake estava de pé diante de sessenta de seus empregados. — Eu tenho más notícias — disse Jake, vendo-os empalidecerem. Detestava desapontar aqueles que contavam com ele, quase tanto quanto detestava fracassar. — Nós não conseguimos o financiamento que preci¬samos para construir o estádio. Jones nem mesmo pagará por nossas últimas mudanças no design. Então, lamento, mas não tenho escolha senão. Ele estava prestes a mencionar que chamaria algumas pessoas em seu escritório para discutir suas demissões, quando Vanessa entrou na sala de maneira intempestiva e pôs um telefone na sua mão. — O alarme de sua casa disparou. O serviço do sistema de alarme diz que é vidro quebrado, e que um perímetro foi violado. — E daí? Chame a polícia. As sobrancelhas finas de Vanessa se arquearam. — Eu chamei. O policial Thomas, do outro lado da li¬nha, está lá agora. Ele diz que uma tal de srta. Alicia Bu¬tler está na sua casa exigindo lhe falar, e que está em posse de um gato e uma mala. Do que se trata? — Eu não sei. Mas o que Alicia estava fazendo lá? Ela não retornava seus telefonemas, e agora estava em sua casa com o gato? Tentara entrar em sua casa? Por quê? A pulsação de Jake acelerou. De raiva, tentou convencer-se. — Claiborne falando — disse impacientemente ao telefone. — Sr. Claiborne. Policial Thomas. Desculpe incomo¬dá-lo. Seu jardim está cheio de repórteres, juntamente com alguns molestadores zangados. — Eu sei. — Eles estavam lá desde que uma história no jornal praticamente o acusara de ajudar Mitchell Butler a desviar fundos das Casas para Vítimas dos Furac ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: