Livro: Um anjo na noite Página 2
Autor - Fonte: Jeanne Allan
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rera outra coisa a dizer.
Ele abriu um olho.
— Tem alguma boa idéia?
— Pode andar?
— Diacho. Até dançar, moça. Me ajude. a levantar. — Fechou os olhos como se estivesse exausto pelo esforço.
Elizabeth levantou-se e então viu as manchas de sangue no braço e ombro do estranho. Inclinando-se, agarrou o braço não machucado e tentou puxá-lo, mas o peso do homem a fez cair de joelhos.
— Você terá de ajudar — ela pediu.
— Arranje alguém.
— Não há ninguém por aqui. — Com grande esforço, conseguiu passar o braço dele por seus ombros. — Segure-se e tente, vamos.
Puxando-o, ofegante, ficaram ambos de joelhos e se imobilizaram nessa posição. A torrente de palavrões que saía da boca do desconhecido mostrava como essas \\\\\\\\\\\\\\"manobras\\\\\\\\\\\\\\" o estavam machucando. No entanto, tinha de fazê-lo, senão tudo voltaria à estaca zero e o esforço seria redobrado.
— Vamos nos levantar — ela comandou. — Deixe de bancar o \\\\\\\\\\\\\\"florzinha\\\\\\\\\\\\\\" e tente de verdade, como macho! — Já tinha ouvido dizer que a raiva dava força às pessoas.
— Sua, sua. — Ele murmurou alguma coisa mais e enterrou os dedos nos ombros dela, lutando para se levantar.
— Esqueça os \\\\\\\\\\\\\\"elogios\\\\\\\\\\\\\\" e se esforce mais, ande! — Elizabeth falou entre dentes. Um braço segurava-o com força pela cintura, e o outro se apoiou na pia mais próxima. Os movimentos pareciam tremendamente dolorosos para o homem, e ele demonstrava o que sentia não apenas despejando seus palavrões, mas também gotejando suor. Por fim, em pé, encostados na pia, ela deixou-o respirar um pouco e depois falou com animação:
— Muito bem. Agora, vamos correr para o carro.
— Quer. me matar? — Ele fitou-a com olhos irônicos.
— Se quisesse, eu o teria abandonado estendido aqui.
— Vamos. — O corpo dele tremeu à perspectiva de ter de andar.
Os carros passavam a toda velocidade na estrada. Elizabeth perdera tod
...
a esperança de que alguém resolvesse parar para ajudar. A caminhada se fazia vagarosamente, e a pequena distância a percorrer, assim, parecia muito maior, devido ao peso do homem que se apoiava nela. A chuva fria ensopara suas roupas e os cabelos. O homem praguejou ao tropeçar num buraco, desequilibrando-se e pondo tudo a perder. Ela firmou-o a tempo.
— Desculpe — eLe disse.
— O que aconteceu com você? — Talvez, se conversasse, conseguiria fazê-lo esquecer a dor.
— Dois gatunos queriam dinheiro, eu me recusei, e eles me balearam. — A explicação foi pontuada com gemidos de dor.
E se a bala tivesse atingido algum órgão vital? Não devia tê-lo movido, quem sabe.
— Balearam? — O tremor na voz dela era perceptível.
— No ombro. Caí e bati a cabeça na pia. Desmaiei. Bem. ao menos tinha sido no ombro, Elizabeth pensou. Indicou um veículo.
— Aqui está o meu carro.
Ajudou-o a apoiar-se na capota e abriu a porta traseira. Eles já estavam tão molhados que agora não havia pressa em se abrigar. Mais palavrões saíram dos lábios dele ao ser colocado no banco de trás. Inclinando-se sobre ele, Elizabeth passou-lhe o cinto de segurança e prendeu-o bem apertado. Ao recuar para fora, viu uma enorme mancha escura em sua blusa. Olhou atenta o ferido e confirmou suas suspeitas: o esforço a que fora obrigado tinha aberto mais a ferida. Os lenços de papel não teriam efeito para estancar o sangue, e ela procurou em vão por algo para usar como bandagem. Se pudesse tirar-lhe a camisa.
— Você pode sentar?
Nenhuma resposta: ele desmaiara. Tentou levantar o corpo inerte, mas não conseguiu. Mulheres sempre rasgavam suas anáguas para fazer ataduras nos filmes. Por azar, ela não usava esse tipo de vestimenta. Então despiu a blusa de fino algodão, branca, torceu-a, dobrou-a num quadrado e pressionou-a contra o ombro machucado. Olhou em volta, procurando algo para segurar. Os cintos de segurança! Como removê-los?
O homem abriu os ol ...
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Comentários:
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Ju: Amei...
Mary Santos : Realmente muito gostoso de ler, amei ,eles dois são hilários .
Jo: Uma delícia de ler, recomendo..
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