...Girl in a Gold Bed - 1986
Anne Weale
Digitalizado por Rai Lira
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Resumo:
No delicioso refúgio do sono, Liz escapava da solidão. Sonhando, sentiu a presença de um homem, mãos fortes escorregando por seu corpo, incendiando-a de desejo. A fantasia ia se tornando tão real que a consciência acabou trazendo-a à tona da realidade.
Ofegante, abriu os olhos e viu um loiro, nu sob os lençóis! Ela reagiu ao choque com um movimento brusco, e o estranho também despertou. Confuso, igualmente embaraçado. Pensava ter Bethany nos braços, a mulher que há anos tentava conquistar!
CAPITULO I
A madrugada estava quente e Liz vestiu uma camisola de tecido fino, bem leve, antes de relaxar o corpo na enorme cama colonial. Sua mente vagava entre lembranças do passado e incertezas do futuro, tornando tudo irreal à sua volta, como se es
ivesse num sonho. Era verdade que passara dias maravilhosos na Villa Delphini — exatamente sessenta. Estava mesmo precisando da tranqüilidade e do isolamento que o lugar lhe oferecia. Contudo, agora, saciado seu desejo de estar só, sentia necessidade de extravasar toda a energia que conseguira reunir. Enganou-se a princípio, pensando que sentia saudade de Richard, que já não via há seis meses. Depois, percebeu que nada mais a ligava a ele ou às suas manias, exceto lembranças controvertidas e dolorosas.
Reconheceu então, que do seu mais profundo interior partia um desejo incontrolável de amar novamente, de entregar-se a um homem que respondesse com igual fervor a toda a sua paixão. Tremia só de imaginar mãos fortes percorrendo as linhas curvas de seu corpo, o contato de seus seios com um peito viril. . . Sabia que era o momento de abandonar sua redoma e abrir-se para um novo relacionamento, embora temesse cometer algum erro. Já estava cansada de relacionamentos fúteis e superficiais ou "casinhos" que fatalmente ficariam limitados a uma noite de sexo. Não reprovava esse tipo de envolvimento. Liz estava com vinte e oito anos e não só ela, mas toda a sua geração fora mais bem preparada para compreender e lutar contra a repressão sexual infundada. Mas ela buscava um envolvimento diferente dos que já experimentara algo mais profundo e duradouro, onde imperasse a compreensão e o respeito mútuos.
Liz mexeu-se na cama, impaciente. Não conseguiria dormir enquanto não tirasse esses pensamentos da cabeça. Procurou desviar a atenção, admirando os detalhes da imensa cama. De todos os aposentos da casa, escolhera aquele quarto justamente pelo fascínio que o móvel exercia. Devia ter pelo menos dois séculos de existência. O dossel era sustentado por colunas esculpidas com figuras de querubins, chamados no italiano de amorini, e guirlandas de flores. Na parte interna do dossel, um grande espelho, marcado pelo tempo, duplicava a riqueza dos ornamentos.
Deitada na cama, os cabelos soltos no travesseiro, Liz podia ver uma imagem nebulosa de seu corpo esguio refletida no espelho sobre sua cabeça; um espelho que provavelmente aumentara o prazer dos casais que ali fizeram amor.
Sem perceber, ela enveredava mais uma vez pelos caminhos da reflexão sobre a sua solidão. E assim passara todo o dia: impaciente, incapaz de concentrar-se no trabalho ou mesmo de relaxar.
Antes de qualquer coisa, Liz se considerava uma artista, e a pintura lhe absorvia a maior parte do tempo. Mas nem mesmo a paixão pela arte, naquele dia, conseguiu refrear o desejo de estar nos braços de um amor.
Construída no alto de uma colina íngreme, num dos mais pitorescos portos do Mediterrâneo, a romântica mansão onde se instalara parecia acentuar esse desejo. Era uma pena que desperdiçasse uma noite tão bonita e quente numa casa tão fabulosa, absolutamente só.
Enquanto Liz Redwood se revirava na cama, incapaz de dormir, do outro lado da Europa, no a...