Livro: Amarga vingança Página 2

... ássica acentuada pela moldura de cabelos claros, naturalmente ondulados, macios e sedosos. Tinha vinte e três anos, portanto, era capaz de aceitar responsabilidades, o que evitaria a cansativa tarefa de entrevistar outras candidatas. Ao encontrar os olhos dela, captou algo estranho no sorriso que pretendia ser amigável. Gina, por sua vez, também o observava criticamente. Nicholas se confundia com suas idéias preconcebidas. Mas, apesar do preconceito, ela o achava atraente. O modo autoritário como falava era irritante. Sabia que não tinha conseguido convencê-lo sobre os motivos que a levaram a mudar de carreira, mas isso não importava. O fundamental era ter conseguido o emprego. Mais tarde, Nicholas mostrou a ela o resto da casa, chamada Beacon View; ficava ao sul do distrito, no ponto mais alto de South Oowns. — Têm um excelente equipamento! — exclamou Gina, ao ver o aparelho de raios-X e as salas de consulta. — Tentamos fazer o maior número possível de testes; acelera as coisas e o paciente não precisa ficar horas nas filas do hospital. Mas você parece surpresa, srta. Sinclair! — Não, estava pensando no sofrimento causado por demoras desnecessárias. Por que me olha desse jeito? — Gina perguntou repentinamente. — Tive a estranha sensação de já tê-la visto antes. claro que é ridículo, pois nunca poderia esquecê-la. — Tenho a mesma impressão a seu respeito. A teoria de que todos nós temos um par parece verdadeira. — Acho que sim. Agora venha conhecer seus colegas. — Olhou para o relógio. — Tenho uma cirurgia daqui a poucos minutos; este inverno tem sido difícil! Gripes, resfriados, dores de garganta e uma estranha mistura dos três. — Posso imaginar, quando cheguei aqui estava nevando. — É, neve não falta. Os colegas de Nicholas Wain a receberam calorosamente. lain Lorrimer era solteiro, tinha um forte sotaque escocês; devia ter uns trinta e poucos anos e era o segundo homem da clínica, depois de Nichot ...

s. De boa aparência, simpático e comunicativo, logo agradou a Gina. Giles Everet, perto dos quarenta, era o oposto: sério, fechadão. — Giles é o cirurgião — explicou Nicholas. — Tenho um tio cirurgião; sempre quis que eu estudasse medicina. — Apressou-se em mudar de assunto, para hão entrar em confidências sobre a família. — Espero ser útil em meu novo papel. — Vai ser! — exclamou lain, com um estranho brilho nos olhos azuis. Nicholas franziu a testa: lain era incapaz de resistir a uma mulher bonita e Gina era exatamente o tipo dele. — Quando vai começar? — perguntou Giles. — Imediatamente, se tudo estiver em ordem — respondeu Gina, lançando um olhar interrogativo na direção de Nicholas. — Pode ser agora! — insistiu lain. Nicholas explicou que Gina moraria bem perto, portanto não haveria problemas de transporte. — Tenho um carrinho — completou Gina. — Antigamente usavam-se bicicletas — comentou Giles, logo decepcionado ao ver que falava exatamente como sua mulher, que teria feito o mesmo comentário se estivesse presente. — Ou lambretas. Ora, vamos, Giles, o que é isso? — lain deu uma gargalhada. Seria preciso muito tato para lidar com três tipos tão diferentes. Nicholas continuava imperscrutável; o homem que ninguém conhecia. Giles olhou para o relógio e resmungou, com expressão ansiosa, que devia chegar cedo em casa. — Cuidado, Giles, as ruas estão escorregadias! — advertiu lain; depois sorriu para Gina. — Ainda bem que não está de bicicleta! Já deve conhecer o lugar, não é? Ou precisa de um guia? — Por enquanto, não, embora tenha a capacidade de me perder facilmente! — O que não é muito bom para os pacientes — advertiu Nicholas, embora o comentário pretendesse ser engraçado. Com uma careta, lain e Giles se dirigiram à porta da sala comum. — Até amanhã, srta. Sinclair. Por último Gina conheceu Judy Masters, a secretária dos médicos. Judy fazia tudo com p ...

Comentários:

Deixe aqui seu comentário sobre este livro: