Livro: Amarga vingança
Autor - Fonte: Celia Laurence
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Doctor condemned
Celia Laurence
CAPÍTULO I
— Gostaríamos muito de tê-la conosco, enfermeira Sinclair, embora não consiga entender por que quer abandonar sua carreira, apesar de já ter o certificado de conclusão — o Dr. Nicholas Wain falou em tom austero, uma leve expressão de suspeita nos olhos astutos. — A vaga que temos a oferecer como recepcionista certamente não está de acordo com suas ambições.
Gina olhou para ele com atitude de desafio e, quando falou, seu tom era ríspido:
— Não estou interessada nisso por enquanto. E, pelo anúncio, acho que estão querendo mais do que uma simples recepcionista.
Nicholas teve vontade de responder com a expressão francesa touché, mas não o fez.
— Exato.
Gina continuou:
— Poderia ficar com os casos de rotina: injeções, acidentes. Costumamos trabalhar muito nos hospitais atualmente e nos atribuem muitas responsabilidades.
— Não estou à procura de um sócio, enfermeira Sinclair.
— E eu não estou procurando um mero emprego, Dr. Wain. Quero "trabalhar".
Fez um gesto para indicar que considerava o assunto encerrado e Nicholas sorriu inesperadamente: um sorriso que logo se transformou em careta.
— Então vamos discutir sobre o que, exatamente, você pretende fazer, está bem? E pode estar certa de que aqui não há trabalhos de rotina. Naturalmente seus conhecimentos e experiência serão muito valiosos.
Por que ele não falou logo, pensou Gina? E, se ia continuar sendo tão agressivo, será que seu plano elaborado com tanto cuidado daria certo? Fuzilou-o com uma nova pergunta:
— Eu me especializei em obstetrícia e posso proporcionar ao senhor e a seus colegas algumas noites de folga.
Ele ainda não tinha entendido por que Gina estava jogando fora sua carreira.
— Quer um relatório detalhado dos meus motivos ou bastam as credenciais normais? A habilitação deve ser mais importante do que os motivos, não é?
— Nem sempre. Muitas enfermeiras deixam os hospitais par
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fugir de envolvimentos emocionais. Aqui não temos tempo para os carentes. ou distraídos; geralmente os dois andam juntos.
—Não me incluo em nenhuma dessas categorias. Meus pais são divorciados; meu pai casou de novo e é muito feliz. Minha mãe gosta de desempenhar o papel de esposa abandonada; não tenho noivo, nem amante. E a última coisa que desejo é um envolvimento emocional, ou como quiser chamá-lo.
— É contra o sexo oposto, então?
— Essa conclusão é sua, Dr. Wain.
— Bem, digamos que venha trabalhar conosco. onde iria morar?
— Yew Cottage, a cinco minutos daqui.
O médico pareceu ficar surpreso quando Gina mencionou o local, mas não fez qualquer comentário, limitando-se a inclinar o corpo para a frente e descansar os cotovelos na escrivaninha.
— O chalé foi um presente de meu pai quando ele e minha mãe se separaram. Ela não gostava do lugar nem do país. Durante dois anos foi alugado mobiliado a amigos meus, mas agora eles voltaram para o Canadá.
— Sei. — Ele nunca tivera um paciente em Yew Cottage.
— E agora pretendo fixar residência aqui.
Nicholas sorriu imperceptivelrnente, pois a palavra "pretendo" deixava bem claras as intenções dela: com ou sem emprego, a srta. Sinclair iria se estabelecer em Ditchling!
— Então acho que vamos poder aceitá-la, pois acomodação é uma das nossas maiores dificuldades. E como parece não haver problemas.
— Nenhum, Dr. Wain. Outra coisa: talvez eu tenha dado uma impressão errada, mas preciso trabalhar para manter o chalé. Não tenho outra fonte de renda.
— Só um pai generoso.
— Sim, mas que valoriza o esforço pessoal.
Nicholas gostou do resumo dos fatos; nada de autopiedade pelo rompimento dos pais. Era exatamente o tipo de pessoa que estavam procurando. Mas intuiu que, mesmo sem o chalé, ela estaria decidida a se mudar para o bairro. Examinou a moça à sua frente com mais atenção. Ansiedade e entusiasmo iluminavam seus olhos; o rosto tinha uma beleza cl ...
Comentários:
Cristiane: Bom!.
Mary Santos : Bom gostei .
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