Livro: Além da paixão Página 4

... preguiçadeiras de aparência confortável. Tudo parecia tranqüilo. Ele abriu a porta de madeira com painéis de vidro e entrou. o caos. Malas, valises e sacolas estavam amontoadas a um canto do saguão. O alarme de emergência do elevador tocava sem parar. No balcão de recepção, uma senhora tentava conversar com diversas pessoas ao mesmo tempo. A mulher usava o chapéu mais estranho e fascinante que Jackson jamais vira: uma estrutura de papel azul e amarela, rodeada por um halo de pequenos patos também confec¬cionados em papel. — Eu gostaria de falar com o dono do hotel — disse Jackson, quando conseguiu chegar perto do balcão. — O senhor veio se registrar? Fez reserva com antecedência? — Não. A senhora é a dona do hotel? — Não. E se o senhor não reservou um quarto. Sinto muito, mas não sei o que fazer nesse caso. — A senhora sorriu, como quem pede desculpas. — Deixe-me interfonar para a cozinha e per¬guntar como resolver o problema. Um homem negro de cabelos curtos e argola de ouro na orelha direita apareceu na escada do saguão. Ele se inclinou sobre o corrimão e dirigiu-se a um rapaz loiro que empilhava malas sobre um carrinho. — Sol, Unity ficou presa no elevador. Como podemos tirá-la de lá? — O elevador quebrou? Se isso foi uma piada, saiba que não achei a menor graça, Quillan. — O elevador não quebrou, só emperrou. E Unity ficou presa lá dentro. — Peça a Unity para ficar meditando por algum tempo. Vou perguntar a Valentine o número do telefone do técnico do elevador. Uma moça, de cabelos ruivos, entrou correndo no saguão. — Agatha, o fogão pifou! Tenho treze. — Ela olhou para Jackson e corrigiu-se. — Tenho catorze pessoas para alimentar e o maldito fogão pifou! Aqui está o número da assistência técnica. Ligue para lá e mande vir um técnico agora mesmo! — Valentine, acabei de interfonar para a cozinha e. — Que estranho, o interfone não tocou. Será que ele pifou, tam¬bém? E ent� ...

o, o que você queria comigo? — Este cavalheiro não tem reserva — respondeu Agatha. Valentine encarou Jackson Dean. — O quê? Pela primeira vez Jackson pôde observar-lhe o rosto, que era perfeito: formato oval, com grandes olhos cor de âmbar, narizinho arrebitado e boca sensual, de lábios carnudos. — Não vou me hospedar aqui — explicou ele. — Quero apenas. — Valentine! — O rapaz que empilhava malas sobre o carrinho de bagagem aproximou-se do balcão de recepção. — Valentine, o elevador emperrou! Por um segundo, Jackson pensou que a atraente ruiva fosse co¬meçar a chorar. Para seu espanto, sentiu uma vontade quase incontrolável de abraçá-la e oferecer-lhe consolo. Em vez de chorar, porém, ela respirou fundo e tomou conta da situação. — Agatha, procure o número da assistência técnica na agenda. Está na letra "E", de \\\'Elevador". — Unity Hope ficou presa no elevador — acrescentou Sol. — Oh, não! Ralph. Quero dizer, Sol. Diga a Unity que vamos tirá-la de lá assim que for possível. — Direi depois. Ela está meditando, agora. — Ótimo. Agatha, ligue para "Emergência", e não esqueça de perguntar como desligar o alarme do elevador. Sol, parece que você vai ter que carregar as malas dos hóspedes pela escada. — Sorte minha que só os dois primeiros andares estão ocupados, hein? Mas não faz mal, Quillan se ofereceu para me ajudar. Valentine dirigiu um sorriso de agradecimento ao rapaz. Sol foi cuidar das bagagens enquanto Agatha telefonava. Valentine voltou sua atenção para Jackson. — Desculpe a demora em atendê-lo. O senhor disse que não vai se hospedar aqui. Em que posso ajudá-lo, então? — Meu nome é Jackson Dean. Moro perto daqui. — Um vizinho! Bem-vindo a Hanging Moss, sr. Dean. Sabe con¬sertar fogões, por acaso? — indagou, esperançosa. — Preciso assar alguns pedaços de frango, antes que os hóspedes morram de fome. Não parecia justo jogar mais um peso sobre os ombros d ...

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