Livro: Além da paixão Página 3

... o rapaz voltou-se para Valentine. — Fa¬laremos com a senhorita daqui a pouco. Acho que poderemos nos ajudar mutuamente. Valentine assentiu e voltou a dar atenção a Mike Veith. — A sua bagagem será levada para o seu quarto assim que for possível, senhor. "Nem que eu tenha de carregar todas as malas, sozinha", pensou. Veith agradeceu, pegou a sua chave e afastou-se. — Serei objetivo, srta. Cordell — disse Sol, então. — Agatha e eu enfrentamos uma queda na venda de nossos trabalhos antes de vir para cá. Se a senhorita precisa de ajudantes, gostaríamos de ficar com o emprego. O salário nos ajudará a pagar as nossas diárias aqui em Hanging Moss. Prometo que a senhorita não se arrependerá caso nos contrate. Certo, Agatha? — Certíssimo. Ralph é um rapaz muito trabalhador, srta. Cordell, e eu estou disposta a ajudar no que for necessário. Se formos ficar aqui, precisaremos do emprego. — Ralph? — questionou Valentine, confusa. — Sol — corrigiu o rapaz loiro, corando. — E então, o que acha da nossa proposta? Ao notar que mais um carro chegava, ela aceitou a oferta de imediato. — Muito bem, podem se considerar contratados. Acertaremos os detalhes à noite, depois do jantar. E podem me chamar de Valentine. — Perfeito! O que você quer que a gente faça, para começar? — indagou Sol. Valentine pediu ao rapaz que cuidasse da bagagem dos hóspedes e mandou Agatha para a cozinha, a fim de preparar a salada e pôr os pedaços de frango para assar. Em seguida, cumprimentou mais dois hóspedes que haviam chegado. Talvez tudo desse certo, afinal. Valentine suspirou, aliviada. Tudo o que tinha de mais valioso na vida dependia do sucesso de Hanging Moss. Tudo. Jackson Dean cantarolava enquanto dirigia sua caminhonete pela estradinha de duas pistas, rumo à sua oficina de marcenaria em Coontieville. Estava contente. Acabara de entregar os armários da sra. Shelby, que ficara satisfeita com o serviço, e trazia no bolso da camisa o ...

cheque do pagamento. Ah, não havia nada como um bom dia de trabalho produtivo e lucrativo! Ao aproximar-se do portão de entrada de Hanging Moss, Jackson ficou surpreso ao avistar vários carros parados no acostamento de terra. Um deles havia rolado para o asfalto, bloqueando parte da pista esquerda. "O dono deve ter esquecido de puxar o freio de mão", pensou ele, parando a caminhonete e descendo. Se o carro não fosse posto de volta no acostamento, poderia provocar um acidente. Jackson viu que as portas do veículo estavam trancadas e notou que a alavanca do freio de mão estava baixada. Empurrou o carro até o acostamento, mas não encontrou nenhuma pedra grande o bastante para calçar uma das rodas e evitar que o veículo voltasse para a estrada. Ao olhar na direção de Hanging Moss, Jackson não conseguiu ver nada além da cerca-viva que separava a propriedade da estrada. Lembrou que o lugar tinha agora um novo proprietário e, a julgar pelas fofocas que ouvira, a antiga mansão fora transformada num retiro para artistas. Ele sorriu. Talvez Coontieville acabasse sendo imortalizada em belos quadros a óleo ou em delicadas aquarelas. A julgar pela quantidade de veículos, hoje devia ser a inauguração do retiro. Pensativo, Jackson olhou para o carro que acabara de empurrar. O que via era um convite a um acidente. E como ele era um cidadão consciente, além de ser um dos dois voluntários que trabalhavam meio período, como policiais, em Coontieville, tinha o dever de ir falar com o dono do carro. Vencido pela curiosidade, Jackson abriu o portão de ferro traba¬lhado e entrou no terreno que fazia parte de Hanging Moss. Para seu espanto, a entrada de veículos mais parecia uma loja de carros usados, todos estacionados de qualquer jeito. Bem, a antiga mansão era agora uma espécie de hotel, e a entrada de um hotel não podia ficar obstruída desse jeito. Não era seguro; Jackson subiu os degraus que levavam à varanda da mansão, onde haviam algumas es ...

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