Livro: Além da paixão Página 2

... ntaria implorar para que Susie e Pete mudassem de idéia? — Susie, vocês não podem mesmo me ajudar, nem que seja só por hoje? Os hóspedes já estão chegando. — Sentimos muito, Valentine, mas é impossível. Pegaremos o ônibus para Gainesville daqui a meia hora. — Vocês não conhecem ninguém que possa substituí-los? — Infelizmente, não. — Que pena. Bem, preciso desligar agora, Susie. Boa sorte, e adeus. Valentine recolocou o fone no gancho e respirou fundo para acal¬mar-se. Passara a vida toda trabalhando no ramo hoteleiro; encon¬traria um jeito de contornar a situação, e tudo daria certo. O toque da campainha a assustou. Ergueu a cabeça e avistou uma moça sorridente, de longos cabelos negros encaracolados. Apressou-se a ir abrir a porta. — Sei que vim cedo demais — disse a jovem, em tom de desculpa —, mas estava ansiosa para chegar aqui. O anúncio que li no New Age Artists me deixou maravilhada: "Mansão do século dezenove, cercada por bela floresta, às margens do rio St. Johns, na Flórida". Foi ótimo eu ter conseguido uma reserva aqui. — A moça morena estendeu a mão. — Meu nome é Tanith Ellerbee. — Seja bem-vinda, srta. Ellerbee — disse Valentine, depois de cumprimentá-la e se apresentar. Ela calculou que a hóspede devia ter a mesma idade que a sua, vinte e sete anos. E, como Valentine, Tanith Ellerbee era do tipo mignon: não muito alta, de constituição delicada. — Por favor, me chame de Tanith. E eu a chamarei de Valentine, ok? — Combinado. Um olhar na direção da entrada para automóveis revelou um carro velho, precisando de uma pintura nova. Valentine conteve um sus¬piro. O que havia esperado, um Mercedes conversível? Artistas ti¬nham outras coisas nas quais gastar seu dinheiro, principalmente artistas iniciantes. — Você é a minha primeira hóspede, Tanith. Quer ter a honra de assinar o registro? — perguntou Valentine, indicando o livro aberto sobre o balcão de recepção. — Ser ...

� um prazer. Depois de completar o registro de Tanith, Valentine entregou-lhe uma chave e explicou-lhe o caminho até o quarto. Logo em seguida viu uma perua Volkswagen e um sedã estacionarem na entrada. Um rapaz ajudou uma senhora, que usava um chapéu exótico, a descer da perua. Um homem corpulento saiu do sedã, abriu o porta-malas e pegou uma valise grande. Os três dirigiram-se à recepção. Um quarto veículo estacionou na entrada. Logo surgiu um quinto. Valentine rezou, pedindo um milagre. — Olá! — cumprimentou o rapaz, em tom alegre. Era alto, magro, de olhos azuis e cabelos loiros. — Esta é Agatha Farley, e eu sou Sol Argolis. Nós temos reservas. Sol? Valentine os cumprimentou e iniciou o processo de registro. En¬quanto os dois preenchiam suas fichas, ela atendeu o outro hóspede, que se apresentou como Mike Veith. — Tem alguém para carregar a minha bagagem? — indagou Veith. Valentine foi obrigada a enfrentar os fatos. Não havia ninguém para carregar as malas e os equipamentos de trabalho dos hóspedes. E dentro de um minuto ela teria de correr até a cozinha para dar uma espiada nos pedaços de frango que estava marinando para o almoço e preparar uma salada. Controlando o pânico, Valentine respondeu: — Na verdade, sr. Veith, estou sem funcionários no momento. O homem franziu a testa. — Com os preços que a senhorita cobra, pensei que o serviço fosse de primeira. Anos de experiência fizeram com que ela engolisse uma resposta grosseira e dissesse, com gentileza: — Depois de ver as acomodações que lhe reservei, sr. Veith, verá que os meus preços são bem razoáveis. Mike Veith sorriu e começou a preencher a sua ficha. — Já acabei a minha ficha, srta. Cordell. O que faço, agora? — perguntou Agatha, sorrindo. Valentine entregou-lhe uma chave. Ia começar a explicar onde ficava o quarto dela quando Sol sugeriu: — Agatha, que tal deixarmos a srta. Cordell cuidar do sr. Veith, primeiro? — Em seguida, ...

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