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Vida Urbana
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Vida Urbana

Livro: Vida Urbana Página 2

Autor - Fonte: Lima Barreto

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... a aliviado!” Onde é que se viu aqui esse amparo, esse domínio, esse ascendente de uma mulher; e, entretanto, ela não era nem sua esposa, nem sua mãe, nem sua irmã, nem mesmo sua amante! Como que adoça, como que tira as asperezas e as brutalidades, próprias ao nosso sexo, essa influência feminina nas letras e nas artes. Entre nós, ela não se verifica e parece que aquilo que os nossos trabalhos intelectuais têm de descompassado, de falta de progressão e harmonia, de pobreza de uma alta compreensão da vida, de revolta clara e latente, de falta de serenidade vem daí. Não há num Raul Pompéia6 influência da mulher; e cito só esse exemplo que vale por legião. Se houvesse, quem sabe se as suas qualidades intrínsecas de pensador e de artista não nos poderia ter dado uma obra mais humana, mais ampla, menos atormentada, fluindo mais suavemente por entre as belezas da vida? Como se sente bem a intimidade espiritual, perfeitamente espiritual, que há entre Balzac7 e a sua terna irmã, Laura Sanille, quando aquele lhe escreve, numa hora de dúvida angustiosa dos seus tenebrosos anos de aprendizagem: “Laura, Laura, meus dois únicos desejos, ‘ser célebre e ser amado’, serão algum dia satisfeitos?” Há disso aqui? Se nas obras dos nossos poetas e pensadores, passa uma alusão dessa ordem, sentimos que a coisa não é perfeitamente exata, e antes o poeta quer criar uma ilusão necessária do que exprimir uma convicção bem estabelecida. Seria melhor talvez dizer que a comunhão espiritual, que a penetração de idéias não se dá; o poeta força as entradas que resistem tenazmente. É com desespero que verifico isso, mas que se há de fazer? É preciso ser honesto, pelo menos de pensamento. É verdade que os homens de inteligência vivem separados do país; mas se há uma pequena minoria que os segue e acompanha, devia haver uma de mulheres que fizesse o mesmo. Até como mães, a nossa não é assim tão digna dos elogios ...
dos oradores inflamados. A sagacidade e agilidade de espírito fazem-lhes falta completamente para penetrar na alma dos filhos; as ternuras e os beijos são estranhos às almas de cada um. Sonho do filho não é percebido pela mãe; e ambos, separados, marcham no mundo ideal. Todas elas são como aquela de que fala Michelet8: “Não se sabe o que tem esse menino’. ‘Minha Senhora, eu sei: ele nunca foi beijado”. 4 Jean-Jacques Rousseau (1712-78), escritor suiço de língua francesa, autor, entre outras obras, de O contrato social, onde desenvolveu a doutrina de que todo homem nasce bom e é a sociedade que o corrompe. 5 Denis Diderot (1713-84), filósofo francês de idéias materialistas. 6 Escritor brasileiro (1863-1895), autor de O Atheneu. 7 Honoré de Balzac (1790-1850), escritor francês, autor da série de romances A comédia humana. 8 Jules Michelet (1798-1874), historiador francês de tendência liberal. 3 Basta observar a maneira de se tratarem. Em geral, há jeitos cerimoniosos, escolhas de frases, ocultações de pensamentos; o filho não se anima nunca a dizer francamente o que sofre ou o que deseja e a mãe não o provoca a dizer. Sem sair daqui, na rua, no bonde, na barca, poderemos ver a maneira verdadeiramente familiar, íntima, sem morgue nem medo, com que as mães inglesas, francesas e portuguesas tratam os filhos e estes a elas. Não há sombra de timidez e de terror; não há o “senhora” respeitável; é “tu”, é “você.” As vantagens disso são evidentes. A criança habitua-se àquela confidente; faz-se homem e, nas crises morais e de consciência, tem onde vazar com confiança as suas dores, diminuí-las, portanto, afastá-las muito, porque dor confessada é já meia dor e tortura menos. A alegria de viver vem e o sorumbatismo, o mazombo9, a melancolia, o pessimismo e a fuga do real vão-se. Repito: não há tenção de fazer uma mercurial desta crônica; estou a exprimir observações que julgo exa ...

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