Livro: De menina a mulher - Carolyn Davidson Página 3

... orrer, querida. Pelo menos, não agora, e espero que viva ainda muitos, muitos anos. A questão que tem deverá se resolver em quatro meses, se meus cálculos estiverem certos. — Respirou fundo e tocou-lhe o queixo com dois dedos, fazendo-a encará-Io. — Você vai ter um bebê, meu anjo. E imagino que Tommy seja o pai. Estou certo? — Um bebê?! Tommy me disse que. — interrompeu-se, enrubescendo ainda mais. — Tommy me garantiu que, se eu o amasse, faria tudo por ele e que se casaria comigo de qualquer maneira, por isso. Ora, não haveria nada de errado em. — Cassandra cerrou as pálpebras, aflita, indagando: — Tommy mentiu, não é? — Talvez seu namorado tivesse mesmo intenções de se casar com você — Phillippe preferiu consolá-Ia. — Pode ser que o tivesse feito se seus pais não o houvessem levado de volta para o Leste. — É. — Cassandra, agora, já tornara a abrir os olhos. E havia em suas pupilas um brilho novo, mistura de raiva e frustração. — Acho que fui uma tola em acreditar nele, dr. McPherson. Mas precisava tanto de alguém que me amasse. As palavras eram apenas um murmúrio angustiado, e isso tocou a sensibilidade de Phillippe, emocionando-o. — Todos nós precisamos, Cassandra — observou, também em voz baixa. Ela ergueu a cabeça, para olhar em direção à janela, na qual as cortinas brancas asseguravam privacidade ao luar. Através de Cassandra, o quintal dos fundos do consultório oferecia uma paisagem singela e um tanto melancólica: grama seca permeada de flores minúsculas e murchas até a cerca, bem ao fundo, que delimitava a propriedade. — Precisa de alguém que cuide de seu quintal — Cassandra comentou, absorta. — Aquelas florzinhas precisam de água. — É, suponho que sim. — Phillippe se deu conta de que ela relutava em encarar sua situação. — O que vai fazer, Cassandra? Escorregou devagar da mesa e ficou em pé. — Irei para casa. — E revelará a seu pai o que está acontecendo assim ...

que chegar lá? — Phillippe a seguiu para fora, de volta ao consultório, e depois até a sala de espera, que, naquela tarde, estava vazia. — Pode ser. Não sei ainda. — Cassandra suspirou e ajeitou os cabelos. — Porém, acho que papai vai perceber por si mesmo em breve, não é? Phillippe estava surpreso por isso ainda não ter acontecido, já que o vestido de Cassandra ficara tão apertado na cintura. — Em sua opinião, o sr. Mitchum vai ajudá-Ia? — Phillippe quis saber. Cassandra ergueu os ombros, numa expressão de dúvida. — Papai não se importa muito comigo, dr. McPherson. Enquanto mantenho tudo arrumado e pronto quando ele quer comer ou trocar de roupas, apenas me deixa viver. Mas tem gênio forte. Já o vi quase matar um cavalo que o tirou do sério e, certa vez, chegou a espancar um vaqueiro temporário que se embebedou e não se levantou cedo na manhã seguinte. Meu pai o colocou para fora do rancho a pontapés, deixando-o levar apenas sua sela e os poucos pertences que tinha. — Tem medo dele? Cassandra voltou-se para encará-Io, e Phillippe percebeu sua expressão hesitante. — Creio que sim, um pouco. Pode ser que eu venha a ter de me defender de seus punhos, sim. Dependerá do quanto papai irá precisar de meu trabalho na fazenda. Phillippe sentiu um aperto no estômago, e viu que Cassandra tornava a empalidecer. — Ele. costuma bater muito em você? — indagou, esperando, com sinceridade, ouvir um "não" por resposta. — Não demais. Já me surrou algumas vezes, mas em geral me deixa em paz. No entanto, sei que ficará muito zangado quando descobrir o que aconteceu comigo. Cassandra levou as mãos ao ventre, os dedos um tanto estendidos, como se, de alguma forma, quisesse proteger a criança que carregava. O futuro que a esperava não era, decerto, muito animador, Phillippe avaliou, sentindo a garganta se apertar. . — Se eu puder ajudá-Ia de alguma forma, Cassandra. sabe onde me encontrar. Phillippe abriu a port ...

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