Livro: Ami O Menino Das Estrelas Página 2
Autor - Fonte: Enrique Barrios
...
recido a rádios portáteis, e no centro, uma
grande fivela muito bonita.
Sentei-me a seu lado. Ficamos um momento em silêncio; como ele não dizia nada, perguntei o que
tinha acontecido.
-Uma aterrizagem forçada –respondeu, rindo.
Era simpático, e como tinha um sotaque bastante estranho, imaginei que viesse de outro país no
avião. Seus olhos eram grandes e bondosos.
-Que aconteceu com o piloto? –perguntei. Como ele era um menino, achei que o piloto devia ser
uma pessoa adulta.
-Nada. Ele está aqui, sentado com você –respondeu.
-Ah! –fiquei maravilhado. Esse menino era um prodígio! Na minha idade já dirigia avião! Imaginei
que seus pais fossem ricos.
Foi ficando noite e tive frio. Ele percebeu, pois me perguntou:
-Você está com frio?
-Estou.
-A temperatura é agradável –disse-me, sorrindo. Senti que realmente não estava fazendo frio.
-É verdade –respondi.
Depois de alguns minutos perguntei o que ele ia fazer.
-Realizar a missão –respondeu, sem deixar de olhar para o céu.
Ami – O Menino das Estrelas
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Pensei que estava diante de um menino importante, não como eu, um simples estudante em férias.
Ele tinha uma missão. talvez algo secreto. Não me atrevi a perguntar de que se tratava.
-Não lhe dá pena ter perdido o avião?
-Não se perdeu –respondeu, deixando-me sem compreender.
-Não se destruiu por completo?
-Não.
-Como você vai tira-lo da água para consertar. ou não vai poder?
-Oh! sim, vou poder tira-lo da água. Observando-me com simpatia perguntou: como você se chama?
-Pedro –respondi, mas eu começava a não gostar disso: ele não respondia a minha pergunta. Parece
que ele percebeu meu desagrado e achou graça.
-Não se zangue, Pedrinho, não se zangue. Quantos anos você tem?
-Dez. quase. E você?
Riu com suavidade, com o riso de um nenen quando a gente faz cócegas nele. Senti que ele estava
querendo se mostrar mais importante do que eu, porque ele dirigia avião e eu não;
...
isso não me
agradava. Contudo, ele era simpático, agradável, e eu não consegui me zangar realmente com ele.
-Tenho mais anos do que você seria capaz de acreditar –respondeu, sorrindo. Tirou do seu cinto uma
espécie de calculadora de bolso, que ele ligou e onde apareceu uns sinais desconhecidos para mim. Fez
cálculos e quando viu a resposta me disse sorrindo:
-Não, não. se eu disser você não vai acreditar.
Ficou noite e apareceu uma bela lua cheia que iluminava a praia toda. Olhei para o seu rosto com
atenção. Ele não podia ter mais que uns oito anos, e apesar disso já era piloto de avião. Será que era
mais velho?. Não seria um anão?
-Você acredita nos extraterrestres? –perguntou-me para surpresa minha. Demorei um bom tempo em
responder. Ele me observava com os olhos cheios de luz, dando a impressão que as estrelas da noite se
refletiam nas suas pupilas. Era realmente muito bonito para ser normal. Lembrei do avião em chamas,
sua aparição, sua calculadora com estranhos sinais, seu sotaque, sua roupa. além disso, era um menino,
e nós, meninos, não pilotamos aviões.
-Você é um extraterrestre? –perguntei, com um pouco de medo.
-E se fosse. Você teria medo?
Foi então que eu soube que ele vinha, mesmo, de outro planeta.
Fiquei um pouco assustado, mas seu olhar estava cheio de bondade.
-Você é malvado? –perguntei, um pouco tímido. Ele deu risada, divertido.
-Quem sabe você é até um pouco mais malvadinho do que eu.
-Por que?
-Porque você é um terrícola.
-Você é de verdade um extraterrestre?
-Não precisa se assustar –consolou-me sorrindo e apontou para as estrelas enquanto dizia: este
universo esta cheio de vida. milhões e milhões de planetas são habitados. tem muita gente boa ali em
cima.
Suas palavras produziam um estranho efeito em mim. Quando ele dizia essas coisas eu podia "ver"
esses milhões de mundos habitados por pessoas bondosas. Perdi o medo. Decidi aceitar sem me
surpreender que ...
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