Livro: A Noiva Inesperada Página 2
Autor - Fonte: Jane Feather
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apareceu outro navio entre as trevas com as velas rasgadas balançando ao vento e ao emparelhar no navio causou um barulho como ossos velhos rangendo. Dirigiu-se para a luz que prometia sua salvação, e com um barulho terrível se partiu em dois ao se chocar contra as rochas de St. Catherine's Point.
Os gritos rivalizavam com o ruído do vento. As figuras despencavam da proa levantada e oscilante do navio, como tantos outros restos de tecido, caíam em pedaços sobre o caldeirão fervente do mar. O navio quebrava como uma casca de ovo, enquanto os homens que observavam a situação da praia corriam apressadamente para o quebrar das ondas, com os olhos faiscando e emitindo gritos agudos de triunfo. Os desesperados homens, mulheres e meninos que se afogavam na violência das águas lhes pediam ajuda, mas eles se limitavam a degolá-los com facões ou golpeá-los com os mastros quebrados, terminando assim com suas próprias mãos o que o mar não havia terminado.
Arrastaram baús, caixas e corpos para a praia. Saquearam os corpos arrancando anéis e rasgando seus vestidos enquanto se exibiam em uma macabra e sanguinária dança alimentada pela cobiça.
Por cima deles, no topo do escarpado, um homem se aproximava à luz do farol traiçoeiro com o casaco sobre os ombros para proteger do açoite da chuva. Contemplou fixamente o navio condenado e sorriu ao ouvir o caos e a destruição no romper das ondas enquanto seus homens faziam o trabalho. Tinham apanhado a um bom pássaro nas rochas nessa noite devastada pela tormenta.
Virou de costas e apagou o fogo. Tudo voltou a continuar as escuras, só os desvarios da praia competiam com o vento, à chuva e o mar.
Ao longe, fora do quebra - mar , outro navio lutava na tormenta. Não tinha nenhuma vela içada e o capitão estava ao leme, dirigindo o casco do navio através do vento. A magra figura refletia o contrário, já que ocultava a robustez dos músculos e a força das mãos longas e finas, lutavam contra a tormenta
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e esforçava-se para arrebatar seu navio enquanto tentava escutar o sino de advertência de St. Catherine's Point.
- O farol desapareceu Senhor - Gritou o timoneiro ao ouvido do homem para que ele pudesse lhe ouvir em meio aquele barulho da tormenta.
O patrão olhou para o topo do penhasco, onde de repente surgiu o brilho da luz traidora. Agora podiam ouvir os gritos sufocados, sabiam que não eram gritos de gaivotas em uma noite fechada, e sob o súbito resplendor, apareceu por um instante, horrivelmente iluminada, a lúgubre silhueta do navio que jazia ao lado das rochas.
Mas seguia sem ouvir o som do sino de St. Catherine's Point.
A tripulação se consumiu de repente em um estranho e opressivo silêncio. Por um instante, os homens atalharam sua luta contra a tormenta. Todos eles, sem exceção, tinham navegado por estas águas na infância e conheciam seus perigos; todos sabiam que o pior deles estava na costa.
- Que Deus tenha piedade de suas almas! - Murmurou o timoneiro, fazendo o sinal da cruz involuntariamente.
- Parece um navio mercante - O capitão disse com um tom frio e distante – Deveria se tratar de um saque muito importante. Escolheram uma boa noite.
- Sim - Murmurou de novo o timoneiro, coçando a cabeça enquanto os clamores dos corpos agonizantes se perdiam sob o vai e vem das ondas que golpeavam o casco do navio feito estilhaço.
Capítulo 1
O sol quente e brilhante resplandecia sobre as calmas águas do Canal da Mancha. Olivia Granville passeava pelo estreito caminho do penhasco sobre o St. Catherine's Point absorta em seus pensamentos, distraída com a delicada beleza dessa manhã ainda úmida pela tormenta da noite anterior. Deu uma grande dentada a uma maçã sem poder evitar franzir o cenho diante da complicada estrutura do texto grego que sustentava entre as mãos.
A erva ainda estava úmida sob suas sandálias e em alguns pontos era o suficientemente longa para roçar suas panturrilhas e molhar seu vestido de musselina. ...
Comentários:
Aninha: Bom.
Karla: Adorei.... .
Cristiane: Super emocionante! Amei!.
Agnes: Muito bom li todos os 3 livros. Bem escritos. Vale a pena ler. Muitas aventuras!.
jo: bom,mas não excelente..
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