Livro: A princesa no paraíso Página 4

... ra-lhe que não conseguia enfrentar adversidades. Mas, se achava que ia ser assim tão fácil fugir dele, estava muito enganada. Tinha dado a sua promessa que se iria casar com ele e ia ter que a cumprir. Bari pôs-se de pé e avançou na direção dela. - Foste apanhada na tua própria armadilha - gritou, nas costas dela. - No que é que estavas a pensar? - Bari! - gritou Noor, virando a cabeça. - Devo estar a sonhar! - acrescentou, olhando para os olhos negros dele. - Isso é que tu querias! - respondeu Bari, cerrando os maxilares. - Seria melhor que eu também estivesse a alucinar porque preferia ter ficado louco a ter descoberto o tipo de mulher que és.Agora assumo o comando - anunciou, sentando-se no banco do co-piloto. - És mesmo tu? - perguntou Noor. - Claro que sim - respondeu Bari. - Imagino que sejas a resposta às minhas preces - riu Noor, com amargura. - Deus tem um sentido de humor muito peculiar - lamentou-se. - Achas que Deus teve alguma coisa a ver com isto tudo? Achas que quando te comportas como uma selvagem cumpres a vontade do Senhor? Noor estremeceu perante as suas duras palavras. Bari tomou o comando do aparelho, fazendo-o sair das nuvens sem dificuldades. - Como é que chegaste até aqui? - Achas que é muito difícil seguir uma limusina branca de cujo teto sai um véu de noiva? Também não me foi muito difícil imaginar que o teu plano era ir para o aeroporto. Nisso ele estava enganado. Noor não tinha tido nenhum plano. Tinha decidido ir para o aeroporto quando se dera conta que, levada pelo pânico, fugira sem levar mala nem roupa. Era óbvio que precisava de dinheiro mas não se tinha atrevido a voltar ao palácio porque imaginara que seria o primeiro lugar onde a procurariam. E, se a encontrassem, iriam obrigá-la a voltar para o casamento. Lembrara-se então que Bari costumava guardar dinheiro para comprar querosene num compartimento secreto do avião. Quando chegou ao aeroporto viu que o avião tinha os tanques cheio ...

e que estava preparado para os levar ao destino que tinham escolhido para passar a lua-de-mel. Foi então que pensou que aquela era a única maneira de pôr fim aos seus problemas. - A verdade é que eu não percebo porque é que te comportas assim - disse Bari. - Nem uma criança de rua se teria portado tão mal quanto tu! Noor estremeceu dos pés à cabeça pois nunca o tinha visto assim, mas apesar de compreender que ele tinha razões para estar furioso, não iria aceitar as suas críticas. - Estás a dizer que eu me portei de forma infantil quando tu te escondeste no avião em vez de falares comigo? - disse ela. - Não me parece que terias gostado se tivéssemos tido uma discussão em público - respondeu Bari. - Eu não quero que ninguém se aperceba das nossas diferenças. Vais voltar para casa e vais-te casar comigo e ninguém vai comentar nada. - O quê? - exclamou Noor quando se deu conta que Bari mudara o rumo do avião, que agora se estava a dirigir de volta para o Bagestão. - O que é que estás a fazer? - Vamos aterrar nas águas da baía e vamos subir até a casa. Pedimos desculpas aos nossos convidados e casamo-nos tal como estava previsto - respondeu Bari, com frieza. - Estaremos um pouco atrasados mas, pelo que tenho percebido, as noivas chegam sempre atrasadas, não é? Noor ficou a olhar para ele. Que arrogante! - Caso não te tenhas dado conta, Bari, eu não me vou casar contigo. Mudei de opinião! - Nem penses - respondeu Bari. - Não te estarias a comportar assim se alguma vez te quisesses ter casado comigo. Enganaste-te de homem, garanto-te. Eu não alinho nestes joguinhos ocidentais, Noor. Disseste que te ias casar comigo e vais-te casar comigo. - Isto não é um joguinho! Muda o rumo do avião! - gritou Noor. Como é que aquele homem se atrevia a dar-lhe ordens sabendo ele a razão pela qual ela fugira? Quem é que ele achava que era? - Quem é que achas que és? - Não vou continuar a discutir. Vamos chegar daqui a pouco. En ...

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