Livro: Apenas um sonho Página 3

... va a bagagem. Quando começou a subir a escada foi igualmente saudada pela empregada com um simpático sorriso. — Nossa, sra. Ratcliffe! Quase não a reconheci, com esse cabelo curto! Entre, por favor. — A mulher manteve a porta aberta para que Maddy pudesse passar. — Foi um choque terrível. Oh, desculpe-me. — Calou-se ao olhar para Jamie. — Tudo bem, sra. Harris. Ele já sabe — Maddy assegurou em voz baixa. — Deve mesmo ter sido um choque terrível para a senhora. — A empregada tinha os olhos inchados e vermelhos. Conhecia Jeremy desde garoto. — Mal posso acreditar no que aconteceu. Às vezes ainda penso que foi algum engano. Bem, meu jovem — emendou, virando-se para Jamie e voltando a sorrir —, adivinhe o que vamos ter para o lanche! Seu prato favorito: torradas de queijo. — Virou-se para Maddy. — Não sei se a senhora está com fome. Se preferir, posso. — Não se preocupe. Não quero dar trabalho. Torradas de queijo me parecem ótimas. — Mamãe, posso ir para a cozinha com tia Peggy? — Jamie perguntou, ansioso. — Quero ver os gatinhos. — Oh, mas sobrou apenas um! — a sra. Harris informou. — Doamos os outros às crianças da vizinhança. Uma expressão de desapontamento surgiu no rosto do menino, mas foi logo substituída por um ar de expectativa. — Qual vocês guardaram? O preto? — Claro. Ele é todo seu. — Vou chamá-lo de Sooty. Papai disse. — Jamie parou, pensativo. — Papai disse que esse era um bom nome — terminou, com um toque de tristeza na voz. — É um nome excelente — assegurou Maddy com gentileza. — Por que não vai vê-lo? Também estou ansiosa para conhecê-lo. — Eu acho — uma voz seca soou atrás de Maddy — que este é o bicho pelo qual você procura, Jamie. — Mãos fortes estenderam o gato ao menino. Maddy virou-se rapidamente, contendo a respiração. — Neil. Como vai? — murmurou, tentando não aparentar a perda de compostura. Olhos cor de mel, intensamente brilhant ...

s, examinaram-na de cima a baixo. — Olá, Maddy. É ótimo vê-la outra vez. Faz muito tempo. — ele comentou pausadamente. — É melhor ir para a biblioteca. Temos coisas a discutir. Jamie, leve essa pestinha para a caixa — acrescentou, fitando o gato. — Ele não entende que não posso passar o dia todo brincando. Jamie riu. — Obrigado, tio Neil. Vou levá-lo para a cozinha e lhe dar um pires de leite. — Acariciou o gatinho com ternura. — Veja, mamãe. Que achou dele? — É lindo. Mas acho que parece cansado. Leve-o e lhe dê o leite. Depois deixe que durma um pouco. O garoto assentiu solenemente, desaparecendo com o gatinho aninhado nos braços. — Dois cafés, por favor, Peggy — Neil pediu antes de conduzir Maddy para a biblioteca. Ela se sentia pouco à vontade na presença dele. Não esperava vê-lo tão cedo. Olhou ao redor, avaliando o aposento confortável. — O relógio do vovô não está mais aqui. — Foi vendido — Neil respondeu com uma inflexão sarcástica. — Jeremy vendeu muitas coisas nos últimos anos. Espero que isso não tenha muita importância para você. — Não tem. — Ela forçou-se a encará-lo. — Os problemas financeiros que Jeremy teve depois que nos separamos não me dizem respeito. Ele deu de ombros. — E quando ele não teve problemas financeiros? Sempre gastou mais do que podia. Maddy sorriu, sem jeito, pois sabia que era verdade. Atravessando o aposento, sentou-se na poltrona que ficava ao lado da lareira e observou Neil, notando os detalhes e as mudanças que o tempo lhe reservara. Não o via desde que abandonara Jeremy. E agora percebia que os anos não pareciam tê-lo modificado muito. Havia uma grande semelhança entre os dois, embora Jeremy sempre tivesse sido do tipo relaxado. Ao contrário do primo, que possuía feições mais duras e uma virilidade excitante. Maddy podia se lembrar da primeira vez que o vira. A recordação era tão vivida. Fora durante a festa de aniversário de S ...

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