Livro: Um Novo começo - Debbie Macomber Página 2

... ar juntar-me com alguém, mas fracassaram sempre. Rita diz que sou demasiado selectiva. Isso não é verdade. Tenho os meus critérios, como toda a gente. Mas o meu trabalho é o motivo pelo qual não me casei. Concentrei-me de corpo e alma em fazer avançar a Artistic License. Durante os últimos seis anos dediquei todo o meu talento e energia ao negócio. Mas neste Natal percebi que quero mais. Suspeito que tem a ver com o facto de o papá ter morrido em Junho. Ainda não nos recompusemos. Este período festivo foi muito complicado sem ele. De certo modo, a celebração parecia triste e vazia, e todas pensávamos nas coisas que ele habitualmente fazia, como pôr o pinheiro e decorá-lo com Julie e comigo, ou pôr o avental para trinchar o peru. Coisas assim. Tenho muita pena que o papá perca os primeiros Natais da sua neta. Sei que afilha de Julie ajudará a mamã a superar a morte do seu marido, mas não acredito que a pequena Ellen tenha assim tanto efeito sobre mim. Sempre me considerei uma pessoa forte e independente, mas a verdade é que tinha medo de ter um homem ao meu lado, porque não me atrevia a reconhecer que posso precisar de alguém. Não sei porque sou assim, embora também não tenha a certeza de querer sabê-lo. Só que agora sinto-me diferente. Tudo começou quando Julie me deixou pegar na sua bebé ao colo. Senti que derretia. Naquele momento senti algo que só posso descrever como instinto maternal e percebi que é isso que quero. Aquilo que precisamente sentia falta na minha vida. Um marido, uma família. Sei que se encontrar o homem certo poderei ter tudo: um marido, filhos e o meu trabalho. Muitas mulheres fazem-no e eu também consigo. É curioso que uma tolice, como pegar num bebé ao colo, possa mudar tanto uma pessoa. Estou preparada. Mais do que preparada. A partir de agora, a minha vida vai mudar. O que no mês passado me parecia muito importante passou agora para segundo plano. Portanto reconheço-o. Quero ter um marido e filh ...

s. É claro, o que preciso em primeiro lugar é do homem; tenho de fazer as coisas pela ordem certa. A mamã diz-me sempre que quando me proponho a fazer alguma coisa não permito que nada se interponha no meu caminho. Fixei um objectivo, tenho tudo planeado e suponho que conseguirei encontrar um marido em dois ou três meses, quando muito. No ano que vem, por esta altura, espero ser uma mulher casada e, talvez, até grávida. Espero que não seja muito difícil. O suor corria pela testa de Hallie McCarthy e entrava-lhe nos olhos, o que não a deixava ver bem. Pegou na toalha que trazia ao pescoço para secar a testa. Embora se tivesse comprometido a não o fazer, olhou para o cronómetro. Faltava-lhe um minuto. Sessenta breves segundos. Conseguiria resistir. Com um espírito renascido, voltou à carga, impaciente à espera que soasse o apito. A passadeira rolante tinha um cronômetro, como tinha de ser tendo em conta o que pagara por ela. Quando acabasse apareceria no ecrã uma mensagem em que o aparelho a felicitaria pelo seu esforço. Donnalee sugerira-lhe que se inscrevesse num ginásio, porque assim poderia conhecer vários homens, e Hallie decidiu que o faria, mas não antes de alcançar o seu peso ideal. Não estava disposta a apresentar-se em público com umas coxas que pareciam dois presuntos. Supunha que era quase como limpar a casa para que a senhora da limpeza não a visse suja mas era uma coisa que fizera mais do que uma vez. A ofegar, agarrou-se ao suporte da passadeira enquanto decorriam os últimos segundos. Aquele minuto estava a ser o mais longo da sua vida. Precisava de uma distracção para não pensar que estava prestes a rebentar, por isso olhou pela janela. Apercebeu-se de que tinha vizinhos novos. Diante da casa ao lado estacionara um caminhão de mudanças do qual vários homens, com o corpo perfeito, descarregavam móveis. O caminhão tinha uma matrícula personalizada. Semicerrou os olhos para a ler, e conseguiu ver as palavras: ...

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