Livro: Turbilhão de Emoções
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... Prólogo -Não o deixe me mandar embora! Sua voz jovem estava abafada pelo cobertor d sela do cavalo, que ela segurava contra o perito. - Por favor, Jefferson, não deixe, eu morrerei naquela escola, tenho certeza. As sobrancelhas dele se ergueram, e Jefferson, com carinho, segurou-lhe uma das mãos. - Não diga isso – falou com suavidade, enquanto pegava o cobertor das mãos dela e o atirava sobre a porta do estábulo. - Você poderia falar com ele. Não preciso ir à escola para aprender a me comportar como uma garota – ela lhe pediu com os braços cruzados sobre o peito. Os olhos de Jefferson brilhavam ao olhar para a garota de cabelos escuros, vestida com uma camisa suada e manchada, e jeans rasgados. A aparência um tanto desleixada, não era suficiente para esconder as curvas do seu corpo em desenvolvimento. Ela não era mais a garotinha de sete anos de idade, que vivia atrás dele como uma sombra, sempre seguindo-o e fazendo-lhe milhares de perguntas, ou apenas conversando com a voz doce e ingênua das crianças. Tinha agora catorze anos e se desenvolvia rapidamente para se tornar uma pessoa que rivalizaria com facilidade, com qualquer dos seus irmãos. Aquele era justamente o problema: ela não era um garoto.alguma coisa precisava ser feita e por isso, o pai optara envia-la pra a escola. - Não depende de mim – Jefferson disse com delicadeza. - Mas ele ouve você. - Não depende de mim – ele repetiu com gentileza, mas firme. Lágrimas desciam pelas faces da garota, que desviou o olhar. - Se eu fosse um garoto, ele não me afastaria daqui. Jefferson praguejou baixinho, mas não discordou. Não iria mentir para ela, mas não podia fazer nada para mudar aquela situação. Tinha que pegar o avião para a Turquia logo na manhã seguinte, e sua mente estava envolvida com os detalhes que precisavam ser resolvidos. Aquela interrupção não estava em seus planos. Jefferson estudou a jovem. Ela agia como se fosse uma irmã ou uma prima. Mas ...

não era. - A escola não será ruim, você verá – ele murmurou, pegando a rédea do cavalo que ela atirara no chão alguns minutos atrás, em uma explosão de raiva. - Você encontrará jovens de sua idade e poderá fazer novos amigos. - Tris é da minha idade – ela respondeu com rispidez. - E já tenho todos os amigos de que necessito. – Limpou o nariz com a manga da camisa. – Matew e Daniel e. - Garotas. Você encontrará garotas de sua idade. Emily bufou e praguejou de uma maneira muito pouco feminina, o que fez com que Jefferson erguesse uma sobrancelha e afirmasse: - Esse é um dos motivos pelo qual você está indo para a escola. Emily xingou mais uma vez, chutando um poste de madeira coma bota empoeirada. O balde que estava pendurado no poste por um prego, soltou-se e caiu no chão, assustando um cachorro que dormia por perto e que se ergueu, latindo furiosamente. Sentia-se frustrada, raivosa, mas acima de tudo assustada. Chutou o balde, que bateu contra uma parede de pedra, derrubando um forcado que por pouco não atingiu o cachorro que, ainda latindo, afastou-se procurando um lugar mais seguro, enquanto ela praguejava todo o repertório que conhecia. E, seu repertório era extenso, pois havia sido criada entre cinco garotos. Longos braços a agarraram pela cintura, e Jefferson a ergueu do chão. Esperneando, ela o empurrava enquanto gritava repetidamente: - Eu não vou. Eu não vou. Jefferson a segurava com firmeza, de encontro ao peito e proferia palavras no ouvido dela, tentando acalma-la da mesma maneira como fazia quando ela era uma garotinha e estava tendo algum sonho ruim. Agora, não era tão pequena e, comprimida contra seu peito forte, despertava-lhe outro tipo de sentimentos. - Você irá! Emily ergueu a cabeça, preparando-se para outra série de palavrões, mas os olhos azul-escuros de Jefferson encontraram-se com os dela, que resolveu se calar, deitou a cabeça sobre o peito dele e começou a chorar. E ela foi para a e ...

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