Livro: Rivais no Pecado Página 3

... em, tenho um bom relacionamento com a minha filha, e não vejo razão para que ela me escondesse algo dessa natureza. — É mesmo? — Agora, escute. — Passarei aí às quatro horas da tarde — Jack a interrompeu arrogantemente. Esse sempre fora o problema com Jack: ele avançava rápido demais, impondo sua vontade sem levar em consideração as outras pessoas. — Não. — Podemos conversar depois. — A voz autoritária rapidamente interferiu para anular qualquer objeção. — Não tenho tempo para vê-lo esta tarde — ela insistiu, de¬terminada. Então se deu conta de que devia ter soado muito agres¬siva, pois fez-se um pesado silêncio do outro lado. Mas ele que se danasse, afinal, nem mesmo queria deixá-la terminar o que tinha para dizer! Respirando fundo, Helen continuou: — Hoje é sábado, Jack. Tenho encomendas para três casamentos, e. — E nossos filhos acabaram de anunciar o quarto! Isso é muito mais importante do que qualquer coisa que qualquer um de nós tenha para fazer hoje. — Ele a estava lembrando que, como ci¬rurgião, provavelmente fosse a pessoa mais ocupada dos dois! — Estarei aí às quatro horas! — Jack repetiu num tom firme antes de desligar o telefone. Helen ficou alguns instantes olhando para o aparelho tremendo de raiva por ser tratada daquela maneira. Ou talvez por causa da ideia assustadora de que teria de enfrentá-lo quer quisesse ou não. Só tinha certeza de uma coisa: Jack estaria na floricultura às quatro horas da tarde! Era um homem que fazia exatamente o que dizia, por mais desagradável que fosse a tarefa. E ela não tinha razões para acreditar que, se não fosse por Nicole e Greg, ele estivesse mais ansioso por aquele encontro do que ela própria. Muito ao contrário! Sônia perambulava pela pequena sala que ironicamente cha¬mavam de escritório, sua expressão ansiosa revelando que estava procurando a lista de encomendas do dia. Mas então assumiu um ar de preocupação ao notar a palid ...

z de Helen. — Está tudo bem? Não, não estava tudo bem. Aquela breve conversa com Jack Neilson a havia deixado totalmente nervosa. — Sim — respondeu ela com voz trêmula, desejando que tivesse parecido convincente. — Tenho de dar um telefonema e em seguida irei ajudá-la. Sônia, uma loira encantadora com pouco mais de vinte anos, não se mostrou nada convencida com o sorriso forçado de Helen. No entanto, ao longo dos dois anos que vinham trabalhando juntas, tinham aprendido a respeitar a privacidade uma da outra. Assim, lançando-lhe um último olhar preocupado, Sônia saiu da sala com a lista de entregas. No mesmo instante, Helen discou o número do telefone de Nicole, plenamente consciente de que o tempo estava passando e de que os arranjos dos três casamentos continuavam por ser feitos. O telefone tocou diversas vezes e quando uma voz sonolenta o atendeu, ela percebeu que não era sua filha. Mais alguns mo¬mentos se passaram até que a garota, uma das três com quem Nicole dividia um apartamento na cidade universitária, voltasse para o aparelho para dizer-lhe que Nicole Não estava em seu quarto e que talvez tivesse ido estudar na biblioteca. Helen sabia que era muito mais provável que Nicole tivesse passado à noite numa festa e que ainda não tivesse voltado; aos sábados, a biblioteca costumava abrir mais tarde! Nicole estudava Literatura Inglesa e, por ser uma garota alegre e extrovertida, tinha uma vida social extremamente agitada. Dava até para imaginar como seria a festa do dia seguinte! Helen agradeceu à amiga da filha e desligou. Tentaria encontrar Nicole mais tarde. De qualquer forma, se conhecia sua filha, Ni¬cole iria perguntar por que tanta confusão em torno de uma brin¬cadeira inofensiva. E não se mostraria muito solidária com toda a agitação da mãe por causa do envolvimento de Jack. Nicole sempre o achara um homem fascinante. A diferença era que ela não o conhecia como Helen! A manhã passou correndo enquanto ...

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