Livro: Rivais no Pecado Página 2

... go dos anos interferiram na beleza juvenil de seu rosto. Nem parecia ser mãe de uma jovem de dezoito anos. Aos trinta e cinco anos, qualquer pessoa podia jurar que era a irmã mais velha de Nicole. — Bem, até a noite — Depois de ter verificado cuidadosamente a aparência, ela se despediu do pai e saiu já pensando nos arranjos e buquês de flores que teria de preparar para os casamentos do dia. Só quando estava abrindo a porta do carro, deu-se conta de que havia levado o jornal consigo. Fora uma atitude inconsciente, mas ainda bem que não o deixara em casa com o pai. Depois que se sentou ao volante e colocou o cinto de segurança, ela abriu novamente o jornal e leu mais uma vez o anúncio. Não havia erro, Helen admitiu contrariada, relendo-o. A nota se referia mesmo a Nicole e Greg. E Greg lembrava Jack. Perguntava-se se ele já tinha lido o jornal. Bem, brincadeira ou não, uma retratação teria de ser providenciada o mais rápido possível! Telefonaria para a filha assim que chegasse à floricultura para avisá-la do que tinha acontecido. Certamente, Nicole acharia toda aquela história hilariante. E se fosse qualquer outra pessoa além de Greg Neilson talvez até mesmo Helen a tivesse achado diver¬tida. Sônia, sua assistente de tempo integral, e as duas garotas que ajudavam com as entregas nos sábados já a esperavam quando Helen estacionou o carro em frente à loja pouco antes das oito e meia. Ainda bem que nenhuma das três tinha o hábito de ler os jornais diariamente. Entretanto, sabia que teria de dar expli¬cações a alguns amigos que deviam estar se questionando sobre o anúncio e com certeza iriam querer saber por que não foram informados antes. Como acontecia todas as manhãs, o telefone já estava tocando no interior da floricultura quando Helen abriu a porta. Assim que entraram, as duas garotas começaram a levar os baldes cheios de flores para fora e arrumá-los na calçada. Por volta das nove horas, estariam prontos para inici ...

r o dia. Sônia foi direto para os fundos da loja e começou a preparar os buquês com as flores que haviam recebido no dia anterior. O telefone continuava tocando e, antes de atendê-lo, Helen pegou a agenda e a caneta que sempre ficavam ao lado do aparelho, imaginando que provavelmente fosse mais um marido angustiado por ter se esquecido do aniversário da esposa e querendo fazer uma encomenda de flores às pressas. Quando o telefone disparava tão cedo era sinal de que havia um homem preocupado do outro lado da linha. — Floricultura Palmer, bom dia. — Ela sorria enquanto falava; Sônia faria a entrega mais tarde, e a esposa em questão nunca desconfiaria que o marido havia se lembrado da data importante em cima da hora. — Helen. Foi tudo o que ela ouviu do outro lado, mas era o suficiente. Apreensiva, apertou o fone na mão e replicou com a voz apa¬rentemente calma: — Jack. — Já leu o jornal? — Como sempre, ele continuava sendo um homem de poucas palavras e que ia direto ao assunto que lhe interessava. Mas se era para ser breve, então ela também poderia entrar naquele jogo. — Sim. — Acho que devemos conversar. — Mais uma característica dele: nunca pedia, mas ordenava e todo mundo corria para obe¬decê-lo. Indignada, Helen assumiu uma postura rígida. — Não vejo por que. — Nossos filhos acharam conveniente anunciar esse noivado. A menos que você o tenha feito! — Claro que não! — Foi o que pensei. E nesse caso, esse possível noivado me parece um motivo muito forte para que conversemos. Ela sentiu o rosto queimar diante do tom propositado de cen¬sura. Ridículo! De qualquer forma, aquela história toda não pas¬sava de uma brincadeira. Então por que deveria se sentir culpada ao se recusar a discuti-la com aquele homem? Porque era exa¬tamente isso que ele pretendia. — Jack, isso é uma brincadeira — revidou ela, impaciente. — O que a faz pensar assim? — Jack não ocultava o tom mordaz. — B ...

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