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Asgard

Livro: Asgard Página 2

Autor - Fonte: Juliana Dalla

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... ue precisava para se pacientar. 10 — Tudo continuará como está. Acredite! — pediu Thor, encostando seu escudo no ombro do amigo. — Profetas também se enganam. — Por Zeus, que você esteja certo! — clamou Hermes. E nos dias que sucederam àquela conversa, as palavras do rei pareciam se materializar. *** Além dos montes Eéia e Olimpo, havia em Asgard uma planície chamada Vale das Almas, separando geograficamente as divergências regionais. No centro do Vale, uma área de rípios, cavernas e arbustos retorcidos tinha a incumbência de receber os espíritos humanos e divinos. Como tartaruguinhas em busca do mar, as almas recém- chegadas sabiam instintivamente que deviam escolher uma direção: leste ou oeste. A leste do Vale, um deserto árido servia de boasvindas aos Campos Elíseos. Depois de longa caminhada sob um calor tropical, os espíritos alcançavam o pé da escadaria de uma pirâmide asteca. Em seu cume que tocava as nuvens elísias, o elefante africano Airavata — deus dos homens e guardião dos céus — guiava os mortos à tão sonhada pósvida celestial. 11 A oeste do Vale, uma exuberante floresta era a porta de entrada para Hel. Passada a última árvore da mata, do outro lado da Ponte do Eco, ficavam os degraus subterrâneos que levavam os espíritos ao território demoníaco. Sob a terra, almas suavam eternamente, garantindo imortalidade à diaba Hela. Os deuses conheciam as facetas de cada caminho e quase sempre optavam pelo deserto. Mas esse era um privilégio só deles. Os homens tentavam a sorte e, salvo raras exceções, pagavam pelas estúpidas associações que costumavam fazer, mesmo depois de mortos. *** Longe (na verdade, nem tanto) de Asgard, Ísis e seu namorado Mateus peregrinavam imersos no encanto da Patagônia. — Incrível! — soltou Mateus, contemplando o lago na beira do qual se encontravam. — Realmente — concordou Ísis. — Amo este lugar — “Diga que a ama de uma ...
vez por todas!” — E amo você. Ahn?! Ela teria mesmo escutado aquela frase? Há meses namoravam, e o mais próximo que Mateus havia chegado de uma declaração de amor fora um irritante “Como eu gosto de você!”. 12 — Eu também te amo — soltou Ísis, tirando da garganta o que queria ter dito desde o primeiro beijo, na festa dos calouros, no auditório da universidade. E emendou: — Pra sempre! Mateus procurou por algo que pudesse marcar aquele momento, e achou. — Vê aquela flor amarela, anjo? — perguntou ele, apontando para um lírio de longas pétalas ao pé de uma pequena encosta rochosa. Ísis forçou a vista e enxergou um pontinho dourado que se destacava em meio aos tons verdes da vegetação. — Uh-hum. O que é que tem? — Será sua, amor de mi vida. Ísis achou graça naquelas palavras. Teria a Patagônia o poder de tornar os homens mais românticos? — Espere aí! — pediu ele, distanciando-se. — Tudo bem. Só não demore! Ísis sentou-se às margens do lago, e começou a tacar pedriscos na água, tentando fazê-los pular. No quarto arremesso, abriu uma fenda no ar — pelo menos, era o que parecia ter feito. Hipnotizada pela curiosidade, Ísis tirou seu par de tênis e caminhou pelas águas raseiras e geladas até chegar próximo o suficiente daquele fenômeno que seus olhos custavam a acreditar. Agachou-se para observar melhor, mais de perto. Num sopro, foi sugada pela fenda. 13 NENHUM SINAL DO LAGO E DA FENDA. . De Mateus e da flor. Ísis estava caída nos limites de um precipício cujo fundo era formado por nuvens brancas, nada mais. Estava distante de qualquer referência familiar. — Pelos meus cálculos, a senhorita ultrapassou três quilômetros de nossa fronteira. Nem um centímetro a mais, nem um a menos — alertou Trênus, com sua voz fininha e engraçada. Os olhos de Ísis caçaram o som, e conseguiram capturar a estranha imagem de uma trena falante. — A senhorita precisa ...

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