Livro: Ao Abrigo de seus Braços Página 3

... a propósito. Mason Striker. - Roz. Ele esperou, aparentemente, pelo sobrenome. Mas ela continuou em silêncio, e Mason não insistiu. Prazer em conhecê-la, Roz. Avise-me se estiver com muito calor. Muito calor? Ela quase riu. Tinha perdido a sensibilidade dos pés e estava a ponto de pensar que ter um maçarico para aquecê-los seria ótimo. Mas apenas disse: - Certo. Então se recostou no banco, esticando as pernas. Aos poucos, o ar quente que saía do veículo começou a degelar suas extremidades. Não percebeu que fechou os olhos e dormiu até sentir que alguém sacudia o seu braço. Roz acordou rapidamente, como uma cobra cascavel faria se alguém perturbasse seu ninho, pensou Mason. Lutar ou lutar. Quase sentia a adrenalina correr pelo sangue dela. - O que foi? – ela perguntou na defensiva, os punhos delicados se cerrando de modo patético. Ele não duvidava que ela os usaria se fosse provocada. Mas fingiu não notar a reação exagerada de Roz. Em sua linha de trabalho anterior, Mason já tinha visto esse tipo de reação. Os motivos nunca eram bons. Na verdade, com freqüência eram partes do noticiário noturno, uma das razões pelas quais ele tinha se mudado para Chance Harbor. Não queria mais tentar resolver os problemas de outras pessoas, o que, no momento, parecia hipotético, uma vez que dera uma carona à garota. Todavia, possuía um coração e jamais poderia tê-la deixado no acostamento da estrada sob temperatura abaixo de zero. Seria apenas uma carona e fim da história, assegurou para si mesmo. Entretanto, quando desligou o motor do carro e desceu, ouviu-se dizendo: - Entre. Vamos ver se conseguimos um lugar para você ficar. Roz saiu do veículo vagarosamente. - Onde estamos? - Na Taverna Lighthouse. - Eu sei ler - disse ela, tentando não parecer na defensiva, embora não tivesse lido claramente o nome escrito de forma confusa na placa de néon brilhante. - Por que nós paramos aqui? - Fim da trilha - replicou ele com natural ...

dade. - Você pode decidir o que fazer com seu carro, e dar alguns telefonemas para tentar encontrar um lugar para se hospedar. Roz não podia comprar nem uma caixa de papelão, muito menos pagar qualquer tipo de hospedaria, mas ele não lhe deu a chance de explicar. O interior da Taverna Lighthouse não tinha mudado muito desde que o avô de Mason, Daniel Striker, o construíra. Toda vez que ele entrava lá, sentia como se estivesse indo para casa. Depois que passara para as suas mãos, no ano anterior, tinha modernizado o lugar. As mesas e cadeiras eram novas. Uma televisão enorme e uma moderna mesa de sinuca compunham o lugar. Mas o grande bar que ficava no fundo do salão, e ia de uma ponta a outra, era de mogno original, o que dava ao local um aspecto antigo e charmoso. É claro, Mason nunca tinha pretendido ser dono de bar. Queria vivenciar uma aventura. E conseguira. Porém, o preço tinha sido alto. Esfregou o ombro e sentiu a dor de seu ferimento. Uma bala podia causar muitos danos em um corpo, e mais ainda à mente, um psiquiatra lhe dissera uma vez. Como se fosse necessário ter um diploma em psicologia para saber disso. Ele afastou a lembrança inoportuna. Tinha voltado, não para ficar refletindo sobre tudo que dera errado, mas para esquecer. O movimento da Taverna Lighthouse estava fraco, ainda era cedo. Diferentemente de seu pai e avô, Mason não se preocupava muito, com os lucros. Dirigia a taverna mais para ocupar o tempo do que para sobreviver. Apesar de não ser milionário, tinha dinheiro suficiente no banco, e, se soubesse administrá-lo, nunca mais precisaria trabalhar. Ele tocou o ombro, outra vez. Sua conta bancária abundante não crescera facilmente. Notou que a jovem mulher observava a taverna. E apostava que seu olhar rápido e desconfiado já tinha localizado as saídas. Mas tudo que Roz disse foi: - É um lugar bonito. - Eu gosto muito - concordou Mason. - Sente-se. - Você trabalha aqui? - Algo assim - respondeu ele. - O ...

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