Livro: Ao Abrigo de seus Braços Página 2

... mesmo tom tranqüilo. Olhando-o, supôs que ele devia ter aproximadamente 35 anos. E era bonito. Tinha cabelos lisos e escuros como café. E os usava curtos e bem penteados. Os olhos também eram escuros, e ela teve a impressão que o seu olhar firme não deixava de observar nada. Entretanto, as têmporas marcadas por linhas parecia ser conseqüência de risadas e muito tempo passado ao ar livre, e não por excesso de aborrecimentos. Além de tudo, ele parecia respeitável. Inofensivo. Ela sentiu os músculos do corpo relaxarem levemente. - É seu carro ali atrás? - ele apontou. Roz assentiu com um movimento de cabeça. - Problema no motor. - Para onde você está indo? Oeste, ela quase falou. Isso teria sido verdade, mas, como a maioria das pessoas esperaria um destino e não apenas uma direção, achou que essa resposta o deixaria desconfiado. E, apesar de não ter realmente um destino, a última coisa que Roz queria era deixar desconfortável a única pessoa que poderia ajudá-la naquela situação desesperadora. Então murmurou: - Wisconsin. Era o próximo estado que viria em sua jornada para o Oeste, portanto, não era exatamente uma mentira. - Lamento, mas não vou tão longe. - Oh. - Os pés dela pareciam congelados no solo. - Para onde você vai? - Chance Harbor. Fica ao Norte daqui, na costa de Lake Superior, aproximadamente na metade do caminho entre as montanhas Porcupine e Hancock. Posso deixá-la em uma das pequenas cidades pelas quais passarei antes de pegar a saída North U.S. 45 - ele ofereceu. - Você poderá encontrar uma oficina mecânica. - Chance Harbor - repetiu ela. - Eu não me lembro de ter visto esse nome no mapa. - É uma cidade tão pequena que não consta em muitos mapas, mas pergunte a qualquer pescador e ele conhecerá o lugar. Alguns a chamam de Última Chance Harbor, porque é um dos poucos locais seguros para sobreviver antes de chegar a Península Keweenaw. Um lugar seguro ela pensou incerta. Existia realmente um ...

ugar assim no mundo? Em 26 anos, Roz ainda não tinha encontrado nenhum. Entretanto, gostava do nome. E como seguia o destino, o qual não tinha sido nem um pouco ajudado por sua natureza impulsiva, decidiu-se. - Eu vou para lá. - Para Chance Harbor? E quanto a seu carro? - Meu carro não vai a lugar algum - respondeu ela. - Fiquei surpresa por ele ter conseguido percorrer os últimos cinqüenta quilômetros. Nas condições em que está, merece preocupação. - Chance Harbor é um pouco fora do caminho, se você está planejando ir para Wisconsin - apontou ele. - Tudo bem. Eu vou optar por uma rota mais longa e um cenário mais bonito. De qualquer forma, não estou com pressa de chegar a Wisconsin. Mas preciso conseguir um emprego temporário. Você acha que posso conseguir em Chance Harbor? Estou com pouco dinheiro. - A estação não é exatamente turística, embora haja alguns turistas na cidade, aqueles que gostam de neve e frio. Talvez você consiga alguma ocupação. Porém, nada que pague mais que um salário mínimo, lamento. - É bom o bastante para mim. De volta à estrada, ele colocou um CD de rock, mas agora em volume um pouco mais baixo. Ainda assim, o som parecia ecoar no estômago vazio de Roz. Quando exatamente tinha comido pela última vez? As cinco balinhas que encontrara no bolso de sua jaqueta naquela manhã poderiam ser consideradas uma refeição? Suspirando, decidiu se concentrar na música e esquecer a fome. Após alguns minutos, ele trocou o CD por um de música country, porém, um tipo diferente, Roz nunca teria imaginado que ele fosse um fã de rock. E, considerando a jaqueta surrada e a calça jeans desbotada que usava, e o fato de que estavam em uma área rural e deserta, a música country combinava mais com ele. Entretanto, ela podia vê-lo tamborilando os dedos discretamente no volante, acompanhando o ritmo da música. Roz tinha a impressão de que se estivesse sozinho estaria cantando alto e alegremente. - Eu sou Mason, ...

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