Livro: Armadilhas da Inocência Página 3

... cado. Hipnotizada mais pela frieza dos modos dele do que pela incrí¬vel altura e beleza rústica, Marianne murmurou com hesitação: — Obrigada. Não conseguia lembrar se seus pais já haviam mencionado o nome Steed. Por que aquele velho amigo, que morava do outro lado do oceano, tinha enviado o filho para representá-lo, depois de todo esse tempo? — Meu pai e o seu eram amigos? — perguntou ela cuidadosa¬mente. — Lamento, mas não me recordo do nome. — Não há razão pela qual você deveria se lembrar. — O grande e forte corpo pareceu relaxar, mas não foi destituído da força e da energia que demonstrava. — Meu pai e o seu cresceram juntos, mas meu pai partiu para a América quando tinha pouco mais de 20 anos. O sotaque americano era do tipo arrastado e preguiçoso, tão en¬cantador nas telas de cinema, e nem mesmo a falta de emoção po¬dia acabar com seu charme. Marianne perguntou-se por que aquele estranho não gostava dela, pois isso era um fato. Estava evidente nos modos dele, na expressão do rosto, e, principalmente, nos olhos muito, muito frios. — Entendo. — Ela não entendia, mas isso não importou quando a dor de sua perda a assolou novamente. — Por favor, agradeça a seu pai por mim. Espero que ele se recupere logo. — Meu pai está morrendo, Srta. Carr, mas lentamente. Os planos e ângulos muito definidos do rosto masculino não mostraram nenhuma emoção enquanto Marianne o fitava. Ela esta¬va completamente atônita, mas, antes que pudesse pensar em algu¬ma coisa para falar, Tom Blackthorn disse: — Sinto muito por isso, Rafe. Você não comentou nada antes. Passamos bons momentos juntos quando éramos jovens. Seu pai, o pai de Annie e eu. Os Três Mosqueteiros. Houve um pequeno silêncio enquanto Marianne imaginava se Rafe Steed ia ignorar o homem ao seu lado, os olhos ainda fixados no rosto dela. Então, para seu alívio, o olhar penetrante desviou e ele se virou para Tom. Sorrindo friamente, murmurou: — ...

ssim ouvi dizer. Que indivíduo desagradável. Marianne não podia acreditar que alguém ia a um funeral e se comportava de maneira tão rude com as pessoas que estavam de luto. Erguendo-se em seu l, 68m de altura, o que, infelizmente, ainda era uns trinta centímetros a menos que o filho do velho amigo de seu pai e a colocava em certa desvantagem, ela falou tão friamente quanto ele tinha falado: — Com licença, Sr. Steed, mas preciso conversar com outras pessoas. — Pessoas agradáveis, pessoas normais. — Até mais tar¬de, tio Tom. Embora eles não fossem parentes, Marianne os chamava de tio Tom e tia Gillian desde criança. Ambos os seus pais tinham sido filhos únicos, portanto, eram os dois filhos e as duas filhas de Tom que Marianne costumava tratar como primos. Sem irmãos, a proximidade entre eles havia sido preciosa. Ainda era, embora todos, exceto o filho mais novo, tivessem se mudado para outras partes do país. Enquanto andava ao redor da sala, conversando com cada um dos grupos de pessoas por vez, Marianne estava desconfortavelmente ciente de um par de olhos azuis observando cada movimen¬to seu. A maioria das pessoas já tinha pratos do delicioso bufê de Crystal nas mãos, mas, embora Tom tivesse saído para andar pela sala, ela sabia que Rafe Steed não saíra de sua posição, na frente da porta. — Quem é o bonitão com quem papai está conversando? — Quando Marianne se juntou ao grupo formado pela esposa e os filhos de Tom, foi Victoria, a filha mais nova de Tom e Gillian, e a única ainda solteira, quem falou. — Ele é novo por aqui, não é? — Victoria! — O quê? — Victoria respondeu à repreensão da mãe. — Sei que você também quer saber. — Virando-se para Marianne, acres¬centou: — Papai acabou de dizer que ele é um velho amigo, mas mamãe não o conhece, e pensou que conhecesse todos os amigos de papai. Marianne sorriu. Victoria era a "mulher fatal" das irmãs Blackthorn. Uma solteira convicta com uma carr ...

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