Livro: Para todo o sempre
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... Forever and a day Mary McBride Clássicos Históricos 90 Território do Novo México, 1884. Gideon Summerfield Assaltante de banco. Prisioneiro. Libertado apenas com a condição de capturar seu primo. Ou seja, um ladrão para apanhar outro ladrão. Mas Gideon não planejava ser apanhado também — pelo menos não por uma mulher de olhos luminosos, cheia de sedução. Linda Logan Filha de banqueiro. Mimada desde criança. Agora, uma mulher determinada a abandonar tudo para ir viver com o fora-da-lei que assaltara o banco de seu pai. Algemou-se a ele antes de pensar duas vezes, antes de fitá-lo nos olhos e descobrir que havia perdido a chave das algemas para sempre! DIGITALIZAÇÃO E REVISÃO: Ana Ribeiro PRÓLOGO Território do Novo México, 1884. Race Logan não sabia o que detestava mais, se ferrovias ou assaltantes de banco. Am¬bos teimavam em arruiná-lo. Anos atrás, as companhias Atchison, Topeka e Santa Fé o tinham forçado a terminar o próspero negócio de transporte por carroções. E agora, quando ele empenhava os esforços e a fortuna em tran¬sações bancárias, um grupo de facínoras o ameaçava cons¬tantemente e escapava da lei. Sua opinião, entretanto, não pesava muito na balança. A Associação de Banqueiros o tinha derrotado por sete votos a um nesse esquema idiota que o levava até ali à beira do ramal entre Albuquerque e Santa Fé. Ele es¬perava pelo trem das 3:45 e por um condenado da Pe¬nitenciária Estadual de Missouri. A égua parda, a seu lado, levantou a cabeça e eriçou as orelhas. Segundos depois, Race sentiu a trepidação sob as botas. Exatamente na hora, admitiu ele ao jogar fora o charuto e apagá-lo com o salto. O dia lindo foi ofuscado pela fumaça lançada pela lo¬comotiva cujos freios guinchavam ao passar por ele. Po¬rém, a composição não parou totalmente, apenas o sufi¬ciente para um homem saltar dela. Apesar dos grilhões nos tornozelos e algemas nos pulsos, e ...

e o fez com a agilidade de um gato. Sem perda de tempo e lançando fagulhas, o trem ga¬nhou velocidade novamente. Race Logan praguejou ao tirar do bolso do colete as chaves que lhe tinham enviado da prisão em Jefferson City. A carta do diretor, com a qual elas tinham vindo, fora franca, e Race a sabia de cor. Prezado sr. Logan Apesar de minhas insistentes objeções, o governador de Missouri determinou que eu lhe mandasse Gideon Summerfield para o Território do Novo México, onde ele ficará sob sua custódia. Em minha opinião, o senhor e seus companheiros de negócios estão cometendo um erro grave ao tomar a lei em suas mãos. Todavia, em consideração a sua amizade com o governador, eu lhe desejo boa sorte no empreen¬dimento, embora não o apoie. O prisioneiro permanecerá algemado durante o trans¬porte. Estou lhe enviando as chaves, mas quero lembrá-lo de que, uma vez usadas, o senhor poderá estar vendo Gideon Summerfield pela última vez. Harmon Sadler, diretor da Penitenciária Estadual para homens de Missouri. Race aproximou-se do prisioneiro disposto a soltá-lo, mas surpreendeu-se ao vê-lo já sem as algemas e tirando os grilhões. Como estivesse abaixado, o homem ergueu a cabeça e perguntou: — Logan? Race mal teve tempo de responder. Já em pé a sua frente, com os grilhões e algemas na mão esquerda, o outro estendeu-lhe a direita. — Gideon Summerfield. Achei melhor não me soltar no trem. Só iria assustar as pessoas. Pode explicar seu plano, banqueiro. Depois, direi se vai dar certo, ou não. Enquanto Race falava, o prisioneiro apanhava punhados de terra e os soltava ao vento. Provavelmente não os sentia — terra e vento — há anos, pensou Race. Ótimo. O homem tinha olhar de lobo. Frio. Cauteloso. Calculador. Sem saber por que, Race sentiu-se satisfeito pelo fato de a filha estar a seiscentos quilômetros de distância. Era um alívio saber que, quando ela terminasse os estudos e voltasse para casa, este negócio j� ...

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