Livro: Casamento em ruínas
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... Danna deu alguns passos para trás, quando Blake entrou, colocando as malas no chão, num gesto arrogante. Como é que podia enfrentar com calma um choque tão grande? Seu ex-marido, que não via há dois anos, chegava como o novo arqueólogo-chefe! E definitivamente não a aceitaria como membro daquela expedição ao Peru. Seu casamento com Blake tinha durado seis meses, seis meses de intenso prazer. Agora, que ele reaparecia em sua vida, Danna precisava reunir todas as forças para vencer um duplo desafio: mostrar a ele sua grande competência profissional, e ao mesmo tempo resistir ao peso das lembranças para não se entregar de novo àquela boca, àqueles braços, àquele corpo moreno. The land of the Incas Kay Thorpe Este Livro faz parte do Livros Florzinha, sem fins lucrativos e de fãs para fãs. A comercialização deste produto é estritamente proibida. CAPITULO I As luzes do campo de pouso se estendiam, infinitas, dentro da névoa que já se formava. Olhando pela estreita janelinha do avião Danna desejou poder voltar os ponteiros do relógio para três anos atrás. Quando tinha vinte anos, a mesma vista da capital peruana fazia crescer nela uma ansiedade que adoraria sentir de novo. "Febre incaica", dissera o pai, sorrindo ao ver sua impaciência. No momento, a emoção já não era tão forte. Tudo mudava com o tempo; pelo menos isso tinha aprendido. Mesmo agora, depois de tantos meses, achava difícil acostumar-se com a morte do pai. Sempre tão amigo principalmente depois que ela se separara de Blake. Desviou o pensamento. A última pessoa na qual queria pensar agora era Blake. Logo teria que tomar uma providência sobre sua separação, mas no momento preferia esquecer que tinha um marido e concentrar-se no trabalho a fazer. — Estamos quinze minutos atrasados — observou o homem louro sentado ao seu lado. — Nada mau, considerando que saímos com meia hora de atraso. A casa é do lado oposto ao aeroporto, o que si ...

nifica ainda uma outra viagem, até chegarmos lá. — Dê uma olhada em Lima, à noite — falou Danna, virando o rosto e sorrindo para os tão conhecidos olhos castanhos. — Vamos chegar lá a tempo do jantar; comesse tarde, aqui. Como se sente? — Não tão bem quanto você — olhou-a de lado, observando o cabelo dourado e os traços suaves na pele clara. — Nenhum sinal da síndrome do jato. Não sei como consegue! Os olhos azuis dançaram risonhos. — É o poder da mente sobre a matéria. E a ajuda do pente e do batom! Ainda vamos demorar umas três ou quatro horas e preciso estar bem para encontrar o Dr. Brinkman pela primeira vez. Afinal de contas, só estou aqui por recomendação sua. — Está aqui porque é capaz de fazer o serviço para o qual foi contratada — veio à resposta rápida. — Brinkman ficou feliz por ter a filha de James Campbell na equipe, principalmente levando em conta sua experiência anterior nesta parte do mundo. — Eu era uma simples amadora, na época — protestou Danna. — Um diploma com ótima nota na Faculdade de Artes e nada mais. O que aprendi sobre desenho arqueológico, desde então, também não me qualifica como uma ótima profissional de campo. Espero não perder o pé, só isso. — Vai dar certo — disse ele, confiante. — O trabalho que executou na última escavação de seu pai é prova disso. Vamos fazer bonito, como dupla, você eu. Ele já tinha um nome, como fotógrafo, pensou Danna. Era a capacidade dela que ia ser posta à prova. Ser filha de um dos maiores arqueólogos do mundo tinha suas inconveniências! Podia muito bem ter herdado o interesse do pai, mas sabia que era incapaz de agüentar anos e anos de estudo ininterrupto e concentrado para se fazer conhecida e famosa. A Escola de Artes fora um compromisso entre não fazer nada e estudar. Sempre haveria um lugar para um bom especialista em Arqueologia, dizia o pai. Aquela escavação do Yukon, há um ano atrás, tinha sido uma experiênc ...

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