Livro: A noiva Virgem Página 2

... ostentando uma aura de poder e determinação su¬periores às habilidades coletivas deles. Sam exigia atenção imediata com sua postura, apesar do jeans e da camiseta despojados. Cavalheiros — cumprimentou-os com ar confiante enquanto colocava a jaqueta de couro preta numa cadeira. — Já faz um bocado de tempo. Está aqui para uma visita breve? — perguntou Ben, esperançoso. Sam exibiu o sorriso que fora a perdição de metade da po¬pulação feminina da ilha Delacorte. Para ser franco, ainda não decidi. Vá logo ao ponto — disse o xerife abruptamente. — Há apenas um motivo para que tenha pedido para que nós três o esperássemos aqui hoje. É sobre aquela noite. O sorriso de Sam dissipou-se. —Sim. É sobre aquela noite. Nervoso, o prefeito mexeu-se em sua poltrona, o atrito no couro lembrando um gemido humano. —Veja, garoto. Sam moveu-se mais depressa do que um leopardo. Num instante estava parado calmamente no meio do gabinete, no instante seguinte debruçava-se sobre a mesa do prefeito, o rosto bem próximo ao de Pike, seu olhar significativo. —É Sam. Ou Beaumont, se preferir. Mas não serei mais cha¬mado de "garoto" por você, prefeito. Nunca mais. Fui bem claro? Pike ergueu as mãos. —Claro, claro. Acalme-se. Sam. Não quis ofendê-lo. — Otimo. — Ele meneou a cabeça e endireitou as costas. — Podemos resolver nosso assunto? Ben limpou a garganta. —Temos algum assunto a discutir, sr. Beaumont? Ou é professor? Os olhos de Sam brilharam com genuíno divertimento. É doutor. Mas não vamos nos ater a formalidades. Afinal, não é um título de médico. Minha especialidade é finanças, como sei que devem ter ouvido dizer. Podemos ir direto ao assunto? O que quer de nós, Beaumont? — indagou Rolly. Apenas pensei em esclarecer algumas coisas para poder desfrutar a minha visita. O xerife franziu o cenho. Que tipo de coisas? Achei que deveria assegurar a vocês todos que não planejo criar nenhum problema enq ...

anto estiver aqui. — Isso é tudo? — perguntou o prefeito, cauteloso. Sam sentou-se numa cadeira e esticou as pernas fortes e longas a sua frente. —Sim, claro. Quero dizer. obter vingança pode ser tão trabalhoso, causar tantos problemas. É algo que não envolve apenas os responsáveis pela ofensa. — Seu olhar pousou no prefeito. — Envolveria magoar esposas e trazer à tona o tipo de escândalo que leva um político a perder uma eleição. A cor esvaiu-se do rosto do prefeito. —Você não faria isso! Sam deu de ombros com um ar indiferente. — Eu disse que não planejava criar nenhum problema. — Desviou a atenção para o xerife. — Porque, dessa maneira, eu teria que conversar com a sra. Cross sobre aquele motorista imprudente que bateu em seu carro e escapuliu, fazendo-a ficar no hospital durante todas aquelas semanas. Você nunca en-controu o responsável, não é mesmo, Rolly? O xerife Rawling moveu o queixo em silêncio por quase um minuto. Não — conseguiu responder, enfim. — Nunca o encontrei. Estranho. Numa comunidade tão pequena, achei que até você pudesse ter solucionado isso. — Sam olhou para Ben. — Ou resolvido os problemas da sua filha. E Laura, não é? Foi a vez de Ben empalidecer. Como você. Procurei me informar. — Sam não mudara de posição na cadeira, mas, de repente, havia um ar perigoso em sua postura. — Não gostei nada de ver todas aquelas espingardas apontadas na minha direção. Mas entendi por que vocês usaram medida tão drástica. O que me aborreceu um pouco foi o que aconteceu depois. O que aconteceu depois? — perguntou Ben, inquieto, lan¬çando olhares confusos aos companheiros. — Eu. eu não entendo. Refiro-me a qualquer que tenha sido de vocês que foi atrás de mim depois. Aquele que me agrediu pelas costas enquanto eu estava amarrado e me espancou até me deixar sem sentidos. Tenho que admitir que guardo um pouco de rancor dele. — Um brilho letal surgiu nos olhos de Sam. — ...

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