Livro: Ventos selvagens Página 3

... horita Abigail Mercer? — Sim, correspondemo-nos regularmente. Mas o que tem Abby a ver com tudo isso? — O pai dela é agora o novo comissário da prisão, o que levou a família a se instalar em Yuma. Dê um jeito de vê-la. Terá então a oportunidade de extrair informações preciosas do sr. Mercer e quem sabe ter acesso à prisão e verificar as con¬dições subumanas em que vivem os presos. — Como soube que sou amiga de Abby? — Catherine falou-me a esse respeito. Depois lemos um artigo sobre os Mercer no Arizona Sentinel. A partir daí, tor¬nei-me um leitor assíduo do jornal. Maggie fez um ar de dúvida. — A minha amizade com os Mercer não significa acesso direto à prisão. Nem à oportunidade de tirar Ben dela. — Ben trabalha na estrada que estão construindo do lado de fora dos muros da prisão. — Mas deve estar bem vigiado, talvez usando grilhões nos tornozelos. Como posso saber? Newl tornou à carga. — Vamos por partes. Para a sua própria segurança, ninguém deve saber que somos parentes. Desse modo ninguém irá pensar que a senhorita Margaret Anne Malone, de St. Louis, hóspede do comissário da prisão e a melhor amiga de sua filha foi a responsável de planejar a fuga de Ben Carver. — Mas Abby sabe tudo a meu respeito. Eu lhe escrevi, quan¬do mamãe tomou a se casar. Ela o conhece de nome. Achará no mínimo estranho que eu tenha aparecido na cidade, para uma visita de surpresa, exatamente durante a fuga da prisão do filho de Newl Carver! — Acha que ela a denunciaria às autoridades? — Não, Abby não faria tal coisa. Tenho certeza. Mas não posso torná-la cúmplice de um crime. Abby é como uma irmã para mim. Não! Não posso envolvê-la nessa história. De modo algum! — Quando a verdade vier à tona, Ben será inocentado e os verdadeiros culpados terão o castigo que merecem. Então, vo¬cês duas serão consideradas heroínas. — Heroínas? — Por que não? Você é uma mulher inteligente. Tenho ce ...

¬teza de que levará o plano a bom termo. — Está se iludindo, senhor. Não vejo uma maneira de ar¬rancar Ben de uma prisão de segurança máxima sem ser notada. E o que é pior, sem saber por onde começar. Newl vislumbrou uma possibilidade e animou-se. — Quanto a isso, não se preocupe. Tenho tudo aqui comigo: Mapas e desenhos de Yuma incluindo a prisão e seus arredores, uma cópia dos autos dos processos e matérias sobre o crime. Para Ben, roupas e um par de botas, além de dinheiro e uma arma. Maggie não fez comentários. Adiantaria alguma coisa falar, já que pelo rumo que as coisas haviam tomado ia acontecer de qualquer jeito? Teria que arriscar, não havia escolha, deduziu, lançando um olhar curioso para a sacola colocada no chão, aos pés de Newl. — Como fez para conseguir essas coisas tão depressa? — Preparei tudo há algum tempo, enquanto procurava al¬guém que se dispusesse a resgatar meu filho. Maggie esperou um instante para tirar as dúvidas que a in¬trigavam. — Por que as duas testemunhas mentiram? O que as fez acreditar que Ben fosse culpado? Afinal, Prescott fica longe de Tucson. Então, deviam conhecê-lo bem. Como? — Uma delas é meu inimigo declarado, um homem sem consciência e sem coração, frio, duro, egoísta. Que faria qual¬quer coisa para me prejudicar. Anos antes, quando foi decidida a localização da futura capital do Arizona, quase nos atracamos. Até então, havia sido Prescott. Mas, a comissão constituída para tal fim elegeu Tucson, que se tornou a nova capital pelos próximos dez anos. Você pode imaginar a reação dele. Des¬controlou-se, chegando até a afirmar que fora um jogo de cartas marcadas. — Então ele conhecia bem seu filho — refletiu Maggie. — Conhecia não só Ben, mas toda a família Carver. Durante o julgamento, ele tentou prejudicar o meu filho tanto quanto possível. Contou que durante a confusão no banco, a máscara de um dos cinco bandidos caiu e ele reconheceu Ben. O ...

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