Livro: Os pecados de Eve Página 2

... asse a Londres para se encontrar com o pai de Eve, a negócios. Liisa costumava ficar em casa, cuidando das duas filhas pequenas. Esko tomou a esposa pelo braço e se afastaram na direcão da cozinha. Quando desapareceram, Eve se virou para Garth. — Bem… por que não nos sentamos? — sugeriu, enquanto caminhava graciosamente até o sofá. Todas as suas maneiras eram estudadas. Fora ensinada em casa e na escola a se comportar com elegância. Além disso, estava acostumada a que todos a atendessem, por isso surpreendeu-se quando ouviu Garth falar: — Não quero sentar, obrigado. Prefiro continuar em pé. Fiquei horas sentado no avião e é bom esticar um pouco as pernas. Aquilo significava que seria obrigada a olhar para cima para poder fitá-lo, uma situação que a incomodava bastante. Ia perguntar-lhe de onde estava chegando, quando ele começou a falar: — Esko me disse que você quer que eu a leve até Rovaniemi, e talvez de lá para algum outro lugar. É isso mesmo? — Sim, é. Acha que pode fazê-lo? — Naturalmente. Por que não? Ele sacudiu os ombros e parecia dar a entender que, se ela se dispunha a pagar uma quantia considerável para ser levada a um lugar onde poderia chegar através de uma companhia comercial de aviação, não era ele quem iria se incomodar. — Esko já combinou o preço com você? — Eve perguntou, sen¬tindo-se sem a menor vontade de explicar o que quer que fosse para aquele estranho. — Sim, já. É muito dinheiro para uma jovem gastar em um sim¬ples passeio, não acha? Eve ergueu o olhar, surpresa. Ninguém em Londres ousaria lhe falar daquela maneira. — Acho que isso não é da sua conta. — Não, claro que não. Você é quem está me empregando, é a chefe e não me deve explicações. Quando pretende partir? — Amanhã. — Então será amanhã. Gostaria de ver o avião? Está no lago. — Talvez depois do jantar. — "Atrevido", ela pensou. — Depois do jantar estará escuro. patrão! A últi ...

a palavra foi dita de maneira suave, o que a transformou em um insulto ainda maior. Eve se irritou imediatamente mas controlou a raiva. Tinha prometido ao pai que faria a viagem com o guia tão recomendado por Esko e jamais quebrara uma promessa feita a ele. Contudo, não admitiria aquele tipo de impertinência. Levantou-se e fitou Garth. — Melhor acertarmos algumas coisas desde o princípio, sr. Seton. — O sorriso frio escondia a raiva. — Não precisa me chamar de “patrão”, Eve ou srta. Carrick será mais apropriado. Não gosto que os empregados façam brincadeiras comigo. — Peço que me perdoe… Eve. Foi somente uma falha de minha parte. Daqui para frente serei mais cuidadoso. Presumo que me cha¬mará de Garth. já que sou um simples empregado, não? — Se prefere assim. — Ela se virou e foi até a janela, olhan¬do a superfície calma do lago. — Como é o avião? — É um hidroavião Cessna. Pousa na água, o que é ótimo em um país como este. Pelo vidro da janela, Eve viu que ele se aproximava. Preferiu não se virar, pois havia algo na expressão de Garth Seton que a perturbava. — Qual é exatamente seu trabalho, sr. Seton? Ou será que não devo perguntar? — Levo as pessoas para onde quiserem ir. Ou então, transporto cargas. — Compreendo. — Eve se virou para observá-lo. — Já sabe que precisarei de seus serviços por umas duas semanas? Terá de ir até Rovaniemi, esperar, e então retornar. — Sim, Esko já me explico tudo. — Havia algo naqueles olhos escuros que Eve não conseguia decifrar. Era como se ele estivesse se divertindo com aquilo… mas que motivos teria para isso? Ouviu-o acrescentar: — Esko disse que você vai visitar uma amiga em Rovaniemi, fazer uma surpresa a ela. Estou certo? Será que era com isso que ele parecia se divertir? — Faço muitas coisas por impulso — ela replicou calmamente. — E por que não? Posso pagar por isso… — E se sua amiga tiver mudado de casa ou viajado. Aí ...

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