Livro: Noiva de outono Página 2
Autor - Fonte: Catherine Archer
...
a vítima dos homens que já haviam trazido tanta dor a Lundy. Era como agiam. Golpeavam e fugiam. Annaliese tornou a passar as mãos sobre a cabeça e os ombros largos do homem deitado de bruços. O frio da noite só iria piorar o estado dele, se é que ainda estivesse vivo.
Rapidamente, ela o empurrou para deitá-lo de costas. Um gemido quase imperceptível deu-lhe a certeza de que a vida ainda não se esvaíra totalmente e que o homem precisava de socorro urgente.
Voltar para casa e pedir auxílio ao pai seria uma tarefa muito demorada. Com esse pensamento, foi buscar a carroça e aproximou-a do homem desacordado. Desceu da boleia e arrastou o corpo até a parte traseira e aberta. Depois subiu no estrado, abaixou-se e tentou puxar o homem para dentro. Max percebeu a dificuldade da operação, abocanhou as ce¬roulas do desfalecido e, com todo o poder dos maxilares, ajudou a movê-lo para cima. O pavor de que o estranho morresse na estrada deram a Annaliese uma força que ela não imaginava possuir. Puxava e erguia o corpo, centímetro por centímetro. Tinha de ajudar aquele homem que talvez
fosse mais uma vítima dos que haviam destruído a paz de sua família. Assim que a missão que parecia impossível foi concluída, Annaliese voltou depressa para o assento.
― Vamos, vamos, Hinge! ― ela gritou e agitou as rédeas. Talvez pela gravidade da situação, o animal arrancou
com uma velocidade anormal para os seus padrões. Assim mesmo, pareceu transcorreu uma eternidade até Annaliese deter a égua em frente da pequena casa de pedra de dois andares.
A jovem pulou da carroça e antes de chegar à porta es¬treita, a mesma foi aberta. A silhueta vigorosa de seu pai destacou-se sob a luz das velas do interior.
― Annaliese! ― A ansiedade da voz era inegável. ― Estava quase louco com.
O remorso e as desculpas mais do que necessárias foram abafados pela urgência do que teria de ser feito.
― Papai, por favor, ajude-me! Max e
...
u encontramos um homem ferido na floresta.
― Homem ferido? ― o pai repetiu, chocado e confuso. Annaliese levou-o pela mão até a parte traseira do veículo
tosco.
― Sim, e precisamos fazer alguma coisa!
― Mas como é que ele.
― Acho que o senhor sabe a resposta, tanto quanto eu. O silêncio pesado que se seguiu deu à filha a noção de
que o pai pensava no sofrimento dos aldeãos e na morte da esposa.
― Mas o que está acontecendo? ― Tia Jane viera atrás deles.
Annaliese explicou, com a maior calma possível, o que acontecera.
― No escuro, não deu para avaliar a extensão do feri¬mento ― a jovem continuou. ― Só pensei em trazê-lo para que a senhora o visse.
― Precisamos levá-lo para dentro ― tia Jane afirmou, resoluta. ― Tenho de examiná-lo.
― Está bem.
― Por favor, filha ― o pai pediu, com o cenho franzido ―, traga uma lamparina para cá.
Embora aliviada de poder entregar a responsabilidade ao pai, depois ter agido com muito tino ao trazer o ferido, Annaliese aborreceu-se de ser tratada como uma criança por ele e pela tia, que terminaram assumindo o controle da situação. Mas não pôde deixar de achar que o pai tinha motivos para aquela super proteção. Ele já sofrera demais.
Quando voltou, trazendo a iluminação pedida e já não necessária, observou que o pai e a tia tiravam o homem da carroça. Passaram por ela e entraram, demonstrando o es-forço por carregar um corpo tão pesado.
Annaliese suspendeu a luz bruxuleante para ver o rosto do homem. A cabeça estava caída para trás. O simples pen¬samento de que não o trouxera a tempo de salvá-lo, apa-vorou-a. Mas, felizmente, notou-lhe um ligeiro tremor nas pálpebras.
O estranho estava coberto por uma mistura de sangue e sujeira. Vestia unicamente a ceroula imunda e ensan¬guentada. Além do ferimento na nuca, havia outro perto do ombro. Os cabelos, apesar da terra e das haste ...
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Comentários:
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marylu: Oooo mulherzinha chata!!!!! Parei de ler. .
Jo: Bom, com um pouco de mistério..
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