Livro: Coração mudo Página 2
Autor - Fonte: Deborah Simmons
...
inique, e nós seremos queimadas junto
com o castelo, a menos que saiamos daqui primeiro! Dominique, você está me ouvindo?
Dominique escutou, mas ignorou a intimação frenética para retornar à sua tarefa.
Ela puxou a última gaveta violentamente. Tinha que estar aqui! Oh, por que ela era tão
desorganizada? Sua desordem fora a ruína de todas as criadas do castelo, incluindo
Thérèse. Espere. Lá. Atrás.
Finalmente sua mão se fechou em torno do objeto desejado, um relicário
contendo retratos de seus pais. Não eram como os grandes retratos no grande hall
embaixo nem a amável e delicada apresentação de sua mãe que enfeitava a lareira, mas
era muito mais fácil de carregar. Dominique colocou-os junto ao peito com um breve
sussurro de agradecimento enquanto Thérèse cruzava o quarto.
- Tudo bem. Estou pronta. - ela disse.
O olhar de Thérèse se dirigiu para o relicário, com a testa franzida em
desaprovação.
- Não pegue isso. - ela advertiu. - Podemos ser procuradas.
- Eu direi que o roubei. - Dominique argumentou. - Porei junto com as jóias.
Thérèse franziu o cenho, como se pronta para retrucar, mas o olhar de
determinação de Dominique fez com que parasse, para que ela apenas olhasse
resignadamente e se afastasse.
- Aqui. seu capote. - ela disse, agarrando um manto de lã gasto, mas ainda útil.-
Puxe o capuz para cobrir seus cabelos. - ela instruiu. Ela parou um momento para se
assegurar que Dominique o fizesse então olhou sua patroa estreitamente.
Apesar de Thérèse ser a menor das duas, eram ambas jovens e esguias, com
olhos azuis e de aspecto pálido. A coloração pêssego-e-creme de Dominique distinguia-
nas, contudo, e Thérèse alcançou alguns cachos reveladores que escapavam do capuz.
- Eu faço isso. - disse Dominique afastando as mãos de Thérèse com
impaciência. - Você tem que parar de ser minha criada. De repente estava ciente da
aspereza de suas palavras. Dominique deixou as mãos caírem
...
e franziu o cenho em
Thérèse. Os olhos azuis de ambas se encontraram no silêncio aterrador, então
Dominique se virou.
- Agora. - disse Dominique em uma voz baixa, mas resoluta. Escolheu uma cesta
de mercado grande e atirou o relicário em seu interior enquanto Thérèse examinava o
pequeno baú que elas embalaram, então se dirigiu às portas altas, com entalhações
elaboradas, que conduziam ao corredor.
Dominique girou silenciosamente a maçaneta, abriu a porta curvada e parou por
um momento no umbral como se tivesse deixado alguém demorando na escuridão.
Atrás dela estendia-se uma exibição imprecisa dos móveis: as cadeiras de espaldar
cobertas em padrão de flores delicadas, uma cama alta, de mogno, guarnecida com um
laço branco e os armários repletos dos vestidos mais finos. Adiante, o corredor parecia
sinistramente confuso e quieto.
- Depressa! - incitou Thérèse, dois passos atrás de sua patroa. Dominique,
empurrada para frente, nem sequer olhou de relance para os quartos que tinham sido
seus próprios por quase todos seus dezoito anos.
Os corredores foram iluminados lugubremente e esvaziados. Mesmo uma equipe
de empregados leais não ousaria encarar uma multidão rebelde; a anarquia governava a
nova França. Uma vez que a menção do problema que fervilhava na vila alcançou a
casa, não havia necessidade nenhuma de fugir com calma.
Os populares revoltados, encetando freqüentemente a destruição, a violência e o
assassinato, eram uma amostra da revolução, e a ameaça de uma visita noturna pelos
cidadãos locais não devia ser tomada levianamente.
- Oh, as belas pinturas. - Thérèse olhou como os dois apressados sem tempo para
trabalhos de arte e tapeçarias refinadas, uma parte pequena da decoração elegante do
Château Dumont. - Que acontecerá com os retratos, as estátuas, a mobília? Oh, e a
prataria?
- Não temos tempo para nos preocuparmos com isso. - Dominique disse, sem
parar para olhar alguns ...
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Comentários:
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Celia : Muito bom.
marylu: Em uma palavra:ótimo .
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