Livro: Montanha do diabo
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... Aquele anúncio de jornal era muito tentador. Julie não pensou duas vezes em ir trabalhar como secretária do escritor Rhys Llewellyn Edwards, ganhando um excelente salário e, mais ainda, num país tropical. Mas era tudo mentira: o salário era pequeno e, em lugar de praias ensolaradas, um vilarejo gelado na costa desolada do País de Gales. Mesmo assim, Julie aceitou e conheceu não só o talento de Rhys como escritor, mas, principalmente, seu enorme poder de atração como homem! Porém Nerys, viúva do irmão de Rhys, esclareceu logo que Julie tinha que ficar longe dele. Não admitia concorrentes. E a situação foi se tornando um inferno! Montanha do diabo Anne Mather “Devil’s Montain” (1976) Este Livro faz parte do LivrosFlorzinha, sem fins lucrativos e de fãs para fãs. A comercialização deste produto é estritamente proibida. CAPÍTULO I "O viking levou o cálice aos lábios e sorveu demorada¬mente o licor embriagante com os olhos azuis cintilantes observando as belas mulheres à sua volta e tentando descobrir qual delas lhe daria maior satisfação no momento da posse. Decidido, jogou os fartos cabelos louros para trás, abriu um sorriso estonteante e levantou-se ansioso para beijar o corpo sedutor de." — Julie, o Sr. Hollister está esperando por você! A voz estridente de Nancy Walker tirou-a do devaneio e Julie desviou o olhar da janela, irritada quando o viking forte e dominador transformou-se novamente no técnico da companhia telefônica que fazia reparos num cabo da rua onde a "Barnes & Hollister, Advocacia e Procuradoria Ltda." ficava sediada. — Não fica nada bem você ficar sonhando acordada durante o expediente, principalmente quando está sendo requisitada para anotar um ditado urgente — continuou Nancy ao aproximar-se da janela justo no momento em que o técnico olhou para cima e fez um aceno. — O que ha com você, Julie, está querendo perder o seu emprego? Julie suspirou fundo e p ...

gou o bloco de anotações. Como conseguiria explicar que não estava prestando a mínima atenção no que se passava na rua? Seu pensamento voava no tempo, imaginando o poder de atração que um viking exercia sobre as donzelas indefesas da antiga Saxônia. Um homem vigoroso que acabava sempre se apaixonado perdidamente por uma delas nas fantasias românticas que a assaltavam, — Não tenho a mínima vocação para trabalhar num escritório de advocacia — confessou, levantando-se. — A vida não pode ser feita só de inventários e divórcios. Deve ter um outro lado mais colorido, você não acha? — Como, por exemplo, aquele sujeito lá embaixo. — Aí é que você se engana. Este tipo de trabalho não me atrai nem um pouco — Julie brincou, distraída com uma mecha dos cabelos longos e sedosos espalhados pelos ombros- — Nancy, você nunca sentiu vontade de mandar tudo isso pro inferno? A colega ficou escandalizada. Além de esposa dedicada, trabalhava para a Hollister & Barnes há quinze anos, e Julie imaginou que aquele comentário deveria ter soado como um sacrilégio aos ouvidos fiéis da companheira. — Se eu fosse você, daria graças a Deus por trabalhar aqui. Nesta época de desemprego geral nem os jovens de nível universitário estão conseguindo uma colocação decente! — Sei disso. — Outra coisa, sempre pensei que gostasse de datilografia. Quando você se concentra, consegue se sair muito bem. Julie sorriu. — Você tem razão, até que gosto de datilografar. O que não me agrada são os assuntos abordados. É tudo tão sem sal! A porta se abriu e Jennifer Lewis, a secretária do Sr. Barnes, en¬fiou a cabeça pela fresta. — Sabe onde aquela.? — começou a perguntar, mas quando viu Julie conversando distraída com Nancy ficou séria de repente. — O Sr. Hollister está uma fera! O que você está fazendo aí sentada que ainda não foi atendê-lo? — Ela já vai, Jennifer — Nancy afastou-se da escrivaninha. — Melho ...

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