Livro: Apaixonada Página 2

... ondres por algumas semanas. A propósito, ouvi dizer que aquelas antiguidades chinesas que você trouxe alcançaram um ótimo preço. — Um Ming genuíno sempre E valorizado. — Seu revendedor não tem nem idéia de que você guardou as melhores peças para mim. O capitão olhou para os pequenos vasos e potes sobre a mesinha. — Não, e espero que nunca descubra — Nathan riu. — Por certo, teria um ataque se soubesse que você guarda tabaco dentro das peças. Hewitt também riu. — Claro, nosso negócio com a China se restringe apenas à compra das peças e não ao uso que faremos delas — comentou. Nathan balançou a cabeça, ainda sorrindo. — Só o que querem de nós é nosso ouro e prata. — Não pegou nenhuma peça para você? — indagou o capitão. — Não gosto muito delas. — Assim como de muitas outras coisas, depois que sua mãe morreu. O sorriso desapareceu do rosto de Nathan e ele voltou a olhar através da janela. — Faz muito tempo, Nathan — Hewitt observou num tom gentil. — Eu a conheci e sei que clà não gostaria de vê-lo lamentar sua perda desse jeito. — Claro que não — Nathan voltou a fitá-lo com um sorriso triste. — Porém, é muito difícil ouvir a razão quando o que está Em jogo são seus sentimentos. — Eu sei. — Seguiu-se um momento de silêncio. Por fim, Hewitt ficou de pé. — Para ser sincero, havia algo que eu pretendia lhe dizer quando você melhorasse, mas. o que era mesmo? — ele tor¬nou-se pensativo. Nathan esperou com paciência, enquanto o capitão dava algumas baforadas no cachimbo. — Lembrei! — disse ele. de repente. — Apareceu um homem à sua procura, no mês de janeiro. Chamava-se Matthew Gaites. Nathan lançou um olhar desconfiado para o velho amigo. Embora Hewitt tivesse quase o triplo de seus vinte e cinco anos, os dois se entendiam muito bem. Nathan hospedava-se na casa dele sempre que voltava de viagem, e agora que o capitão passava mais tempo em terra firme do que ...

navegando os quatro navios que possuía, ficava sempre satisfeito com sua companhia. — Gaites — Nathan repetiu. — Algum parente? — Sim, seu primo. Ele disse que vocês nunca se encontraram. — Hewitt olhou para o teto, forçando a memória. — Ele e o filho caçula de um de seus tios. — Ele disse o que queria? — Parece que seu tio Talbot morreu. Nathan franziu o cenho, esforçando-se para recordar nomes que não ouvia desde que tinha dez anos. — Meu pai nunca falou muito da família, desde que meu avô o expulsou de casa, mas creio que Talbot era seu irmão mais velho. — Bem, de qualquer maneira, seu primo perguntou quando você estaria de volta. — E você disse? — Nathan ficou de pé, tornando-se tenso. — Na época eu disse que não sabia, mas enviei umas poucas linhas a ele quando você estava febril, recuperando-se das fraturas. — Mas por quê? Sabe que não tenho nenhum interesse nessas pessoas. — Sim, eu sei. Mas ele me fez prometer que o avisaria. Nathan riu com ironia. — Capitão, nunca alguém o obrigou a fazer algo que não quisesse. Bem, acho que terei de recebê-lo, se ele aparecer enquanto eu estiver aqui. — Ouça o conselho de seu velho amigo: é fácil permanecer so¬zinho quando se e jovem, mas e melhor ter uma família, ainda que distante, quando envelhecemos. A essa altura de minha vida é que me dou conta de que gostaria de estar casado e ter filhos para me confortar na velhice. O comentário causou um sorriso de divertimento em Nathan. — Não espera que eu acredite que desistiu da idéia? — comentou. — Passo os dias esperando o momento de receber a notícia de seu casamento com Sally Masefield. — Ao ver o riso divertido de Hewitt, completou: — Sally é louca por você. Ela deve achar atraente essas suas sobrancelhas grisalhas. Hewitt ainda se recuperava do acesso de riso quando a governanta apareceu com um cartão para Nathan. — Oh. Deus. — murmurou ele ao ler o nome. — Pode mandá- ...

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