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Actores e autores

Livro: Actores e autores

Autor - Fonte: FIALHO D\'ALMEIDA

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... DO MESMO AUTOR: A\' Esquina —1 vol. Aves Migradoras — 1 vol. Barbear, pentear —1 vol. Cidade do Vicio —1 vol. Contos — 1 vol. Estâncias d\'Arte e de Saudade—1 vol. Figuras de Destaque —1 vol. Gatos (Os) —6 vol. Paiz (O) das Uvas — 1 vol. Saibam quantos.— 1 vol. Vida ironica—1 vol. FIALHO D\'ALMEIDA Actores e Autores (IMPRESSÕES DE TEATRO) 3. ° M I LHAR LISBOA LIVRARIA CLASSICA EDITORA De A. .M. TEIXEIRA & C.ª (FILHOS) Praça dos Restauradores, 17 1925 D\'esta obra tiraram-se 100 exemplares em papel de Unho, numerados e rubricados pelos editores PORTO — Imprensa Portuguesa Rua Formosa, 11 6 Teatro de D. Maria II ENTREVISTA COM FIALHO D\'ALMEIDA O teatro de D. Maria II não corresponde ao fim para que foi creado — Incompetencia de quem escolhe as peças— Falta de auctores dramaticos —Insuficiencia e falta de disciplina dos actores — Inutilidade do Conservatorio Dramatico — O dialecto falado no teatro Normal — Partilha de lucros pelos auctores — O governo não tem nada que proteger. Á graciosidade de Fialho d\'Almeida devemos a entrevista de hoje. Enormemente nos ufanamos com a distincção que o notavel escritor nos concedeu. É sem duvida um finissimo regalo do espirito o lêr as considerações sobre o estado actual do teatro portuguez, que ainda aos nossos ouvidos ressoàm neste momento, com aquelle prestigioso encanto, que os que conhecem de perto o notável escritor, tantas vezes teem admirado. Começa o nosso entrevistado por nos dizer 6 FIALHO D’ALMEIDA que o teatro, como instituição subvencionada e protegida pelo Estado, fez-se com tres fins: 1.° —Desenvolver a literatura dramatica, e dar aos homens de letras segurança sobre a perfeição da representação das peças, enscenação, etc. 2.°—Estabelecer um tipo de dicção para a lingua, tanto mais necessário, quanto é certo que de terra para terra as palavras se adulteram e perturbam, a ponto de e ...
certos logares do reino se falar um dialecto. 3.°—Estabelecer pela selecção no teatro normal, um concurso de artistas, que seja ao mesmo tempo escola para os novos, e exemplo para os outros teatros do paiz. Desde que a legislação que protege o teatro, creado sob estes pontos de vista, falhe, — é claro que a legislação é imperfeita e tem de ser modificada. Se ainda, ao fim de diferentes tentativas por banda do governo em proteger o teatro, nenhum dos tres fins é atingido de longe sequer, então devemos entender que toda a protecção é inutil, havendo para o governo outros fins mais úteis, a que dedique a sua protecção. — Quer dizer que a ultima reforma do teatro não satisfaz, não é verdade? ACTORES E AUTORES 7 —A prova que exemplifica que o teatro normal nunca serviu para proteger a literatura dramatica, é que quando os actores Rosas e Brazão exploraram o teatro D. Amélia, parte dos principaes escritores dramaticos para lá levaram as suas peças, e não ao teatro de D. Maria n. Demais, tem-se notado sempre que o numero de originaes portugueses não aumentou nem em qualidade nem em quantidade, por termos um teatro aberto á literatura. A escolha das peças, mesmo feita pelas pessoas que a lei investe nesse papel de censores, é por vezes de tal maneira arbitraria, que o nosso espirito duvida que seja o bom critério literário que presida á escolha, ou se é o favoritismo que as lá mete. —Deve então ter havido irregularidades na aceitação e na recusa das peças. —Antes do Suave Milagre, haviam sido recusadas naquelle teatro cento e vinte cinco peças, as quaes, no melhor caso, eram eguaes em mérito teatral e literário, ao arreglo do sr. conde de Arnoso, perdendo-se todas no limbo, e salvando-se esta, para cuja sumptuosa instalação o governo mandou dar quatro contos de réis, facto este extraordinario, pois ha 25 annos que se não concedia tal privilegio a um escritor dramatico ...

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