Livro: Altar da paixão Página 2

... � mancando? Assim que Tina terminou de lhe contar o que havia acon¬tecido, o telefone tocou. — Espero que seja Jules — exclamou Ruth, apressando-se para atender. Era. Seu noivo havia sido transferido para Paris pelo período de seis meses e ela estava sentindo muita saudade dele. — Jules está vindo passar o fim de semana em Londres — disse Ruth, pouco depois, com um sorriso travesso pleno de entusiasmo. — Vai chegar esta tarde e voltará para Paris na segunda-feira pela manhã. — Depois, como que se des¬culpando, acrescentou: — A propósito, ele pretende passar esses dias aqui, no apartamento, comigo. O "apartamento" em questão não passava de um amplo conjugado, o que significava que Tina teria que mudar os seus planos para as próximas três noites. Seu próprio apartamento ficava num prédio de estilo vi¬toriano já bastante deteriorado, cujo novo proprietário havia decidido reformar e modernizar. Ruth havia lhe oferecido abrigo durante a obra, com previsão de durar dez semanas. — Quem sabe você não pede à Lexi ou à Jo para lhe arranjarem um lugar para dormir durante o fim de semana? — sugeriu Ruth. — Vou pensar nisso — disse Tina, evasiva. Ao ver a ex¬pressão preocupada da amiga, porém, e sabendo que lhe devia isso, acrescentou alegremente: — Não se preocupe, vou dar um jeito. Quanto a você, trate de se divertir. — Com certeza — assegurou-lhe Ruth, enquanto seguia para o banheiro a fim de tomar banho e se trocar. Tanto Lexi quanto Jo recebiam seus namorados com freqüência em suas casas, e, como não tinha a menor intenção de atrapalhar os planos de ninguém, Tina já havia decidido ir para um hotel. Assim que arrumou algumas peças de lingerie, mudas de roupa e artigos de toalete numa pequena mala, ela pegou sua bolsa e a capa de chuva, gritou: — Tenha um bom fim de semana. vejo-a na segunda — e saiu de casa. Depois de descer a escada com cuidado, ela cruzou o saguão para checar a correspondên ...

ia. Havia uma única carta no escaninho de Ruth. Um envelope originalmente endereçado ao apartamento de Tina e reencaminhado ao de Ruth, que ela guardou na bolsa sem abrir. O clima do outono estivera fantástico até o momento. Dias quentes e dourados de verão, seguidos de noites suaves. Hoje, porem, o céu estava cinzento, fazia frio e um vento forte soprava uma fina garoa. Ela ergueu a gola de sua capa e, com o tornozelo ainda um pouco dolorido, dirigiu-se para o lugar onde havia estacionado o seu carro na área reservada apenas para os moradores do edifício. O pneu da frente, do lado direito, estava vazio. Até o borracheiro local terminar de verificar, consertar e encher novamente o pneu, Tina já tinha se atrasado para o trabalho. A manhã havia sido conturbada, e já era quase meio-dia quando ela se deu conta de que, devido a toda confusão, havia se esquecido de empacotar os seus sanduíches e a pequena garrafa térmica com café, como era de costume. Mas havia uma delicatessen bem perto dali, virando a esquina, que fazia pãezinhos e sanduíches por encomenda. Se conseguisse chegar lá antes da hora do rush. Ao remexer a bolsa à procura de sua carteira, ela se deparou com a carta que havia esquecido em seu interior. De relance, Tina notou, do lado esquerdo do envelope, um carimbo, em vermelho, do que parecia ser o nome de alguma empresa. Colocando a carta sobre a sua mesa para lê-la quando voltasse, vestiu a capa de chuva e se dirigiu à entrada dos fundos. Voltou, poucos minutos depois, com um sanduíche de presunto e salada e um iogurte de fruta num saco de papel. Estava cruzando o estacionamento deserto cora a cabeça baixa para se proteger da chuva que agora caía com maior intensidade quando, ao erguer os olhos, notou um homem a observando. Alto, de cabelos negros, e muito atraente, ele estava imóvel, no espaço coberto onde eram feitos os car¬regamentos, com o olhar fixo nela. Desde a traição de Kevin, que a deixara completamente arr ...

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