Livro: Codigo da Paixão Página 3

... notara três outros "erros" assim em várias publicações nos últimos dois meses. — Maldição. Meia hora depois, estava parado diante de uma enorme escrivaninha, olhando para os quatro artigos de jornal. A pro¬babilidade de vários editores cometerem o mesmo erro era quase nula. Consequentemente, era preciso presumir que aquilo fora intencional. Seamus olhou, frustrado, para o caractere que não deve¬ria estar ali. Seus estudos em Oxford haviam lhe dado uma perspectiva singular das palavras e suas origens, além de uma compreensão profunda do desenvolvimento e dos padrões repetitivos da escrita. Isso o habilitara a decifrar dois códi¬gos franceses no pequeno espaço de tempo em que trabalha¬va para o Ministério das Relações Exteriores. Aquele código, porém. Chamou o assistente, James Habernathy. — Informe Sua Senhoria que interceptamos outra mensagem. — Sim, sr. McCurren. — O homem fez uma mesura e deixou o escritório. Seamus olhou para as reportagens, sabendo que outro ata¬que às bases militares inglesas era iminente. Logo depois de sua descoberta dos três artigos anteriores, os franceses tinham atacado as posições britânicas das quais não deveriam saber da existência. — Disseram-me que você encontrou outra mensagem. — Sim. — Seamus jogou o lápis sobre a mesa, desgostoso. — Mas o código está confuso. — Não há um padrão nos artigos identificados até agora? — perguntou o Falcão. — Nenhum que eu possa ver, além de uma letra "E" anômala. — Tem certeza de que os ataques estão relacionados a esse "E"? — Sim. — Seamus reclinou-se na poltrona de couro. — Os ataques às três localizações militares secretas e a irregulari¬dade nas publicações de Londres seriam coincidência demais se não estivessem relacionados. — Continue trabalhando na decodificação. Os ingleses estão na corda bamba — o Falcão assegurou. Seamus olhou para o "E" no Gazette, sabendo que não ha¬via nada a ser fe ...

to além de aguardar que a ofensiva seguinte acontecesse. Nada a não ser esperar que mais tropas britâni¬cas fossem dizimadas. — Juliet. — Sentada no landau, lady Felicity Appleton torceu o lenço de renda. — A sociedade inteira estará no baile do conde de Spencer. Seu plano só irá envergonhá-la ainda mais perante os olhos da nobreza. Juliet engoliu o nó na garganta, recusando-se a sentir pena de si mesma ao se virar para a prima. — Felicity, sou o assunto da temporada. O que poderia tornar minha situação ainda mais vergonhosa? — Nada, acho — a moça replicou com pesar. — Mas não quero presenciar isso. Vou esperar na carruagem até que a cena tenha terminado. As lágrimas marejaram os olhos de Juliet, e ela se esfor¬çou para firmar o queixo trêmulo. — Quando eu deixar aquele salão vou precisar de alguém que não me olhe com censura. Por favor, venha comigo. — Oh, Juliet, eu não tinha pensado nisso. Claro que a acompanharei, mas você tem certeza de que não posso con¬vencê-la a não ir adiante? — Se vou ser arruinada injustamente, quero me assegurar de levar comigo o calhorda do meu pai. — Seu pai já tem uma reputação terrível. — É tudo tão injusto, Felicity! — ela choramingou, e a prima passou os braços em torno de seus ombros. — Eu sei, querida. Se eu pudesse tomar seu lugar, o faria de bom grado. Juliet ergueu a cabeça e encarou os olhos gentis da prima. — Chega de lágrimas — decidiu, fungando —, ou será ainda mais humilhante. — Ah, quase me esqueci. — Felicity abriu a bolsa e tirou um belo colar de safiras com um bracelete combinando. — Se vai abandonar a alta sociedade, saia em grande estilo. Juliet pôs as jóias rutilantes e puxou as luvas quando a carruagem estacou. — Pronta para entrar no covil dos leões? — Logo depois de você, querida — Felicity respondeu com um suspiro. O baile dos Spencer estava um verdadeiro tédio, e Seamus mal via a hora de ir embora. C ...

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