Livro: Intimidades
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... Kelly James-Enger Nada como uma transformação radical para curar um coração ferido! Uma desilusão amorosa faz o mundo de Christelle Elder desmoronar. Ela, que sempre foi uma garota exemplar - obediente, estudiosa, honesta e trabalhadora - decide que chegou a hora de reavaliar seus conceitos e remodelar sua vida. Adeus às roupas sóbrias e tradicionais, adeus à cautela, aos dramas de consciência, ao bom senso exagerado! 0 mundo que se prepare, pois uma nova Christelle está a caminho. Uma Christelle segura de si, independente, liberal, pronta para viver as mais loucas aventuras. Uma Christelle que ninguém, nem mesmo ela própria, esperava conhecer. más talvez a única e verdadeira Christelle que sempre existiu! Disponibilização: Rosangela Digitalização: Joyce Revisão: Bruna Cardoso Kelly James-Enger costuma brincar que "escapou da lei" em 1997. Não, ela não é uma fugitiva. Simplesmente trocou a carreira de advogada pela de escritora, quando seus artigos começaram a ser publicados. Desde então, ela já escreveu artigos e ensaios para mais de 45 revistas norte-americanas. Além de romances, ela também é autora, de livros didáticos de redação e criatividade na arte de escrever. Kelly mora no Estado de Illinois com o marido Erik. CAPÍTULO I A RAINHA DE COPAS Uma boa mulher, ansiosa para ser amada. Uma calcinha branca cavada, do tipo tanga, mudou minha vida. É sério. Andava pensando sobre calcinhas, detalhe a que não se dá muita atenção, pelo menos com frequência. Você acorda de manhã, toma banho, enxuga-se e põe a roupa. Apanha a primeira calcinha à mão, depois um sutiã e escolhe o resto do traje. Você é capaz de me dizer que calcinha está usando agora? Acho que não, exceto se arrumou um novo namorado, se espera conhecer alguém no barzinho da moda ou se está no período menstrual. Esses três casos exigem uma roupa íntima adequada � ...

ocasião. Na terça-feira de manhã, comecei a pensar sobre calcinhas. Estava no congestionamento normal da avenida Kennedy, mas procurei manter a calma. Afinal, morando no centro e trabalhando no subúrbio, eu seguia no contrafluxo. Poderia ser pior. Ainda assim, o trânsito me deixava louca. Por quase dois anos, fazia esse trajeto. O fato de ser meados de julho também não ajudava. Se eu ligava o ar-condicionado, o motor do carro fervia. Assim, tinha de baixar a janela, respirando o ar poluído pela fumaça dos escapamentos, de manhã e à tarde, cinco dias por semana. Comecei a refletir sobre calcinhas porque as associei ao órgão genital feminino. No sábado, por insistência de minha amiga Jane, havíamos assistido a uma peça de êxito mundial: Monólogos da Vagina. Por ser atriz, Jane já tinha visto a montagem de Eve Ensler, aqui em Chicago, alguns anos atrás. Dessa vez, eram três atrizes desconhecidas, mas fomos, e Jane gostou muito. Ela gargalhou do começo ao fim, aplaudindo sem parar. O espetáculo era bem simples. No palco, sentadas sobre banquinhos, as atrizes mantinham uma conversa informal. Informal em termos, pois discutiam sobre mulheres que davam nomes esquisitos para suas vaginas, o que eles significavam e quais eram os mais sugestivos. Muitas das colegas que trabalham comigo na Coddled Cook, fabricante de utensílios culinários, ficaram aturdidas pelo fato de eu ter ido ao teatro. Fui bombardeada com perguntas. — Que tipo de gente estava lá? Havia algum homem? — perguntou Rachell, parecendo especialmente fascinada. Rachell tinha vinte e quatro anos, portanto apenas quatro mais nova do que eu, mas muitas vezes ela fazia com que me sentisse muito mais velha. Tem cabelos escuros e ondulados, um rosto gracioso e sorri com facilidade. Tudo dá a impressão de surpreendê-la. Depois de lhe contar que havia sim alguns homens na plateia. não muitos, é verdade, contei só três, e constrangidos. Rachell se mostrou muito espantada. ...

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