Livro: Alguém para amar Página 2

... tório de Mi¬chael, no centro de Sídnei. A viagem promocional di¬ficilmente representava um problema grande demais para justificar sua visita. — Do que se trata? Evan hesitou. — Bem, você me acompanharia na viagem à Mel-bourne e Brisbane? — ele pediu, por fim. — Você não precisa que eu o leve pela mão, Evan. Você se sairá muito bem. Seu entusiasmo pelo livro novo. — Não é isso. Não estou preocupado com as entre¬vistas. — O sorriso meio embaraçado transmitia um pedido de desculpas e de compreensão. — É Tasha. Ela vai morrer de ciúme quando conhecer Lauren. Michael espantou-se. — Lauren Magee? — Você sabe como ela é bonita. Viajaremos juntos e ficaremos hospedados no mesmo hotel. — Lauren Magee. bonita? — Michael não acredi¬tava. A imagem que formara de Lauren Magee era de um soldado assexuado, magra, despida de todo e qual¬quer encanto feminino. Evan olhou-o intrigado. — Você não a conhece? — Não posso dizer que tive o prazer de conhecer essa mulher. — Pensei que conhecesse todo mundo no meio editorial. A surpresa de Evan era cômica. Michael não conteve um sorriso. — Os editores, sim. Porém, não conheço absoluta¬mente ninguém da equipe deles. — Mas, Lauren. Bem, esta noite você vai conhe¬cê-la. Daí entenderá por que quero que me acompa¬nhe nesta viagem. Sei que estou pedindo um grande favor, mas. — Não irei à festa esta noite — Michael o interrompeu. A festa patrocinada pela Global Publications visava promover o lançamento dos novos livros para o ano seguinte. Roxanne trabalhava no departamento de marketing da Global e, sem dúvida, estaria circulando com o novo marido que, segundo o julgamento um tanto cínico de Michael, era perfeito para ela. Absolutamente não se importava com a vida sentimental da ex-esposa, mas não tolerava as comparações que Roxanne insistia em fazer. E, no fundo, sentia pena do novo marido. Michael se orgulhava de ser civilizado. Na maior parte ...

do tempo era. Muito civilizado. Extremamente civilizado. A combinação de Roxanne e sua perversa vaidade para transformá-lo num bobo, mais Lauren Magee nas entrelinhas com seus cânticos feministas, despertavam o lado selvagem de Michael. Ele não gos¬tava desse sentimento. Evan parecia magoado. — Eu sou um dos oradores. — Desculpe, Evan, mas você não precisa dos meus aplausos. — Preciso de você. Não para aplaudir. Se você ficar entre Tasha e Lauren estará evitando grandes proble¬mas para mim. Tasha não terá nenhuma idéia maluca com você por perto. É óbvio que qualquer mulher com um mínimo de bom gosto olhará para você e não para mim. — Que bobagem — Michael resmungou, admitindo que, superficialmente, talvez fosse até mais simpático que Evan. Entretanto, passado o impacto inicial, re¬conhecia que era mais intimidante do que atraente. — Se você viajar comigo, Tasha não terá motivos para aborrecer-se — Evan continuou. O tom suplicante mexeu com a paciência de Michael. — Seus problemas conjugais não são problemas meu, Evan. Se não conseguir convencer sua esposa de sua fidelidade convicta, então, leve-a com você. — Você sabe muito bem que Tasha está no oitavo mês de gravidez. Não tem condições de ficar se locomovendo de uma cidade para outra. Além do mais, o médico recomendou repouso e muito cuidado. Não podemos arriscar a segurança do bebê, Michael. Não depois de dois abortos! Michael ficou sério. Ele esquecera. O estado delicado de Tasha e as dificuldades em chegar ao fim da gra¬videz. Evan tinha razão. Seria loucura correr riscos inúteis. Se fossem sua esposa e seu filho, ele também teria todos esses cuidados. Seu desejo de ter filhos fora frustrado e, muitas ve¬zes, pegava-se pensando se um dia ainda conseguiria ser pai. Primeiro precisaria encontrar a mulher certa. Repetia a si mesmo que aos trinta e quatro anos, os caminhos ainda estavam todos abertos à sua frente. — Tasha confia e ...

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