Livro: Agora ou nunca Página 3

... Graças a Deus que você apareceu - disse ela, enquanto ele ligava o carro. - Sorte do garoto que você apareceu - ele respondeu. - O que aconteceu? - Eu não vi o acidente, somente ouvi. Uns segundos depois o carro quase me esmaga. Fui boba de não anotar a chapa. Agora, acho que o motorista ficará livre. - Não, a menos que conheça uma oficina que conserte seu carro e esconda o caso da polícia. O impacto que destroçou a bicicleta deve ter feito alguma coisa no carro. Pode ser que a colisão tenha acontecido devido à imprudência do próprio garoto. - Mas deixá-lo estendido na estrada, possivelmente morrendo, isso é inadmissível! - Claro! Mas imagino que ele tenha ficado com medo e, pensando que não havia testemunha nenhuma. . . - Encolheu os ombros. De onde estava sentada, Annabel achou difícil situar aquele homem entre a variedade de cores e raças encontradas no Caribe. Talvez fosse o motorista de algum daqueles milionários que possuíam casas de veraneio na ilha. Sem perda de tempo, dirigiram-se ao hospital, onde o garoto foi prontamente atendido. Para alívio de Annabel, o médico garantiu que, em alguns dias, ele ficaria bom. Na saída do hospital, o homem disse: - É melhor irmos à delegacia agora. vou acompanhá-la. - Obrigada, mas será que você tem tempo? Isto é, você não tem de ir esperar um avião no aeroporto, ou algo assim? - Não, tenho meia hora. - Abriu a porta do carro para que ela se sentasse ao seu lado. - Você acha que o menino ficará bom? - Acho que sim.- Ele parece forte. - E a família dele? Quem os encontrará para avisá-los? Talvez eu possa, caso você me deixe no local do acidente. Tenho muito tempo. . o dia inteiro, até. - A polícia tratará disso. Em frente à delegacia, ele disse: - Na falta de algo melhor, use minha camisa. - Tirou-a, entregando-a a ela. 9 Ao entrarem, ele pediu para ela aguardar. Mais tarde, quando deu seu nome e endereço ao delegado, estava claro que ele sabia quem ela e ...

a, mas não fez qualquer comentário. - Obrigado, srta. Broderick. Permita-me dizer que a senhorita agiu com muito mais presença de espírito do que muitos membros da comunidade agiriam numa emergência. É uma pena que tenha precisado rasgar seu vestido. Acho que os pais da criança, pelo que parece, mesmo ficando agradecidos, não poderão pagá-lo à senhorita - o delegado comentou. - Oh, meu Deus, isso não importa - exclamou Annabel. - Era um vestido muito simples. A família não precisa nem saber. O delegado se levantou. - Se precisarmos novamente da senhorita, sabemos onde encontrá-la. Obrigado novamente, srta. Broderick. E grato ao senhor também. Ao saírem, o homem olhou o relógio e disse: - Se não se importa, srta. Broderick, pegarei um táxi para você. Meu tempo está se esgotando. Enquanto falava, acenou para um táxi, deu o endereço dela para o motorista, e pagou. - Mas estou com a sua camisa e não sei onde achá-lo para devolvê-la - protestou Annabel. - Eu sei onde você mora. Eu a pegarei. Adeus. - Acenou e foi embora. Annabel morava num apartamento que seu pai tinha alugado no ano anterior, com um contrato que venceria dali a duas semanas. Não morava sozinha. Sua companheira era Suzette Vitry, uma mulher de trinta anos que, embora experiente, também sucumbira ao charme de Robert Broderick. Trabalhava como crupiê num cassino. A sinceridade de sua afeição por Robert foi provada através de seus cuidados durante a doença e o carinho subsequente dedicado a Annabel. Se ele a amara, ou se simplesmente a usara, era algo que jamais se saberia. Os conselhos de Suzette a respeito do futuro de Annabel eram baseados em sua própria experiência dura da vida. - Você tem somente dois bens, chérie: seu rosto e seu corpo. Se você fosse excepcionalmente inteligente, talvez pudesse ganhar dinheiro bastante para manter a vida para a qual seu pai a preparou. Mas como você é uma pessoa normal, conseguirá ganhar um pouco de dinheir ...

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