Livro: Tirano Sem Coração
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... Alex ergueu Samantha nos braços e carregou-a para o quarto, rindo ao ver que ela se debatia como uma criança. Despiu-a sem remorsos, como se fosse o homem escolhido por ela para ser seu marido. Samantha odiou-o pela selvageria, mas percebeu escandalizada que seu corpo vibrava ao roçar o dele. E se perguntou como era possível desprezá-lo tanto, e ao mesmo tempo abandonar-se tão completamente nos braços dele. CAPÍTULO I Samantha olhava pensativa através da janela daquele escritório sombrio, constatando entediada que nada havia mudado nos dez minutos em que se encontrava ali. A angústia prolongava sua espera. Ainda estava nervosa com a carta que recebera no dia anterior, marcando um encontro com o advogado que representava a firma de seu padrasto. Para piorar ainda mais sua aflição, a expressão do homem frio e elegante que acabara de recebê-la não lhe dizia nada. Talvez, se ele tivesse demonstrado um mínimo de compaixão, ou mesmo simpatia, fosse mais fácil enfrentar a situação. — Eu gostaria de saber por que o senhor ficou encarregado de me esclarecer a respeito da trágica situação financeira de meu padrasto Dominic — disse, por fim. O advogado estendeu-lhe as mãos, num gesto amigável. — O sr. Nicolaos achou melhor que a senhorita tomasse conhecimento da situação do sr. Dominic através de um representante legal. — Mas. quem é esse sr. Nicolaos e o que ele tem a ver com a falência de meu padrasto? — O seu padrasto devia muito dinheiro a ele. É só isso que eu sei. Samantha ficou desnorteada. Todos os acontecimentos importantes de sua vida se desenrolaram em sua mente, como slides em um projetor. A morte súbita de Dominic Roussos, que fora seu pai nos últimos quinze anos; a morte de sua mãe há sete anos; a mudança com Sophie para uma pequena casa no subúrbio; a universidade onde estava cursando biologia marinha. — Deseja saber mais alguma coisa, srta. Evans? Era óbvio que aquele homem gostaria de s ...

livrar dela, o mais rápido possível, constatou Samantha, enquanto se levantava e se despedia polidamente do advogado, rumando em direção à porta. Havia tantas perguntas ecoando em seu cérebro! Mas do que adiantaria falar com ele? Samantha caminhou pela cidade como um autômato. Depois pegou o ônibus, sem se dar conta do trajeto, até chegar à pequena casa de tijolos aparentes, de portão de madeira e jardim bem cuidado. Uma pálida lâmpada no hall de entrada parecia lhe dar as boas-vindas. — Que bom Sam, você chegou! — exclamou Sophie, ansiosa. Sem conseguir conter por mais tempo sua revolta, Samantha sentou-se na poltrona quase chorando. Sophie tentou acalmá-la. Por fim, atirou-se desanimada na poltrona. — As coisas começaram a dar errado para Dominic assim que sua mãe morreu. Ele a amava tanto! Acho que perdeu a vontade de viver. Teve muito azar nos negócios, as redes cada vez mais vazias, e os barcos cada vez mais caros. começou então a pedir dinheiro emprestado, e foi obrigado a arranjar mais para pagar o que devia. Isso se tornou um círculo vicioso, entende? — Vocês deviam ter me contado. — E o que você poderia ter feito? — Largado a escola, procurado emprego, qualquer coisa que pudesse ajudá-lo! — Sua educação era mais importante. Dominic queria que você tivesse o melhor. — Mas eu teria entendido! — gritou Samantha, deixando que grossas lágrimas rolassem por suas faces. — Oh, minha querida, não chore. — implorou Sophie, abraçando o corpo esguio de Sam. — Acho que estou apenas desabafando. Ainda não me conformo com a morte de Dominic — murmurou, com a voz rouca pela emoção. — Pois eu acho que seria uma boa idéia tirarmos umas férias. Pelo menos por uma semana. O que acha? — sugeriu Sophie, tentando animá-la. — Sexta-feira começa o seu período de descanso na faculdade. Podemos ir para Sidnei. Que tal? — Mas é tão longe! — Tenho uma irmã que mora lá, e muitos sobr ...

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