Livro: A Ninfa do Rio Página 2
Autor - Fonte: KATE KINGSLEY
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sim, Califórnia! — suspirou Antoine. — Antes de fugir de novo, ouça o que tenho a dizer. Um capitão de barco a vapor, que já fez um empréstimo em meu banco, virá esta noite conversar comigo sobre outro em¬préstimo. Não posso atendê-lo, apesar de apreciá-lo. Ele precisa de dinheiro, oui, mas também precisa de um gerente que cuide das coisas de modo a que possa pagá-lo.
— Está querendo me pedir que empreste esse dinheiro ou que me torne gerente desse homem, tio?
— Quero lhe pedir que invista nesse barco a vapor, que se tome sócio dele.
— E tem coragem de me chamar de jogador! — riu Nathan. — Quer que eu entre num negócio que considera um risco? Pensei que quisesse manter meu dinheiro no seu banco.
— Eu quero, mas também quero que seu dinheiro seja bem aplicado e renda. Você vai acabar dilapidando tudo se não investir.
— Tenho aumentado meu capital com minha atual "profissão".
— Escute, pelo menos, Nate. O capitão Caswell, é ex¬periente em navegação fluvial e muito querido por seus passageiros. Você sempre teve boa cabeça para negócios. Uma sociedade entre vocês deve dar certo.
— Non, merci.
A resposta negativa não abalou o creole.
— O problema é que Henry Caswell é orgulhoso de¬mais. Sei que não vai gostar de eu ter falado nisto com você.
— Ele nem precisa saber.
— Não quer nem mesmo pensar? — insistiu o banqueiro.
— Bastaria eu convencer Henry Caswell que ele precisa de um sócio e.
— Tio — interrompeu Nathan, paciente, — tenho in¬tenção de ir embora. Seria maluco se me tornasse sócio de um vapor!
— Ele virá jantar hoje conosco. Será que não pode ficar para conhecê-lo?
— Posso ficar, mas não vou mudar de idéia.
— Caswell vai trazer a filha — insinuou Antoine. — Eu a vi uma vez, no vapor. Ela é muito bonita, segundo me lembro, e você sempre teve um fraco por mulheres bonitas, non?
— Já disse que vou ficar, tio — irritou-se o rapaz.
— Três bon —
...
legrou-se o banqueiro. — Talvez você vá para St. Louis, sim, só que a bordo do River Sprite. Bonito esse nome, Ninfa do Rio. Quem sabe veja as coisas de outra maneira e decida ter um objetivo na vida.
— Não quero ter objetivo algum!
As grossas sobrancelhas de Nathan franziram-se num claro sinal de aviso.
— É. Acho que tem razão. — O banqueiro suspirou dramático. — Pode ser um negócio arriscado. Eu seria capaz de apostar que você faria esse barco dar lucro em menos de um ano, mas.
— Acha que pode me enganar com essa artimanha boba, tio? — Nate deu uma boa gargalhada. — Pensei que desaprovasse jogos!
— Até banqueiros de vez em quando apostam — de¬fendeu-se Antoine.
— Bem, não sou eu que vou fazê-lo apostar.
— Se você o diz, sobrinho.
O francês sacudiu os ombros e escondeu um sorriso.
— Por Jeová, meu pai! Acha que não sei como estou?
De pé na larga calçada de madeira do lado de fora da casa de Antoine La Branche, Serena Caswell ajeitou o xale de lã que usava sobre o vestido cor de cinza e acrescentou:
— Quantas vezes vou ter que explicar? Quanto mais simples eu me apresentar para tratar de negócios, mais confortável é para os homens.
— E quantas vezes eu vou ter que explicar? — Henry Caswell puxou o cordão do pequeno sino no portão de ferro batido.
— Os creoles jamais se sentem confortáveis tratando de negócios com mulheres, mesmo que se vistam de modo tão.
— feio como o da minha tia solteirona Hermione! — terminou Serena. — O senhor já me disse isso mil vezes.
— Mais de mil — garantiu o capitão. — Antoine La Branche não a convidou para que fale de negócios.
— Então, para que me convidou?
— Para jantar, filha! Se você controlar seu gênio forte, sua língua e agir como uma dama pelo menos uma vez na vida, Rena, acho que teremos chance de conseguir o empréstimo!
A jovem fitou o pai com um desdém que não tentou disfarçar.
— Capitão, se depender da minha bele ...
Comentários:
Paula: Divertido, recomendo! .
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