Livro: O último refúgio - Sara Craven
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... Sara Craven Julia 56 Copyright: SARA CRAVEN Título original: “HIGH TIDE AT MIDNIGHT” Publicado originalmente em 1979 pela Mills & Boon Ltd., Londres, Inglaterra. Tradução: SARA FASSA BENCHETRIT Copyright para a língua portuguesa: 1980 EDITORA EDIBOLSO LTDA. — São Paulo Uma empresa do GRUPO ABRIL Composto e impresso nas oficinas da ABRIL S.A. CULTURAL E INDUSTRIAL Caixa Postal 2372 — São Paulo Foto da capa: PASQUON Mesmo sabendo que aquela casa era seu último refúgio, Marina não ia se curvar à tirania de Dom. Ele que fosse para o inferno! Se Marina não fosse tão impulsiva, jamais teria se metido naquela confusão. Primeiro, saiu da casa dos parentes, que a detestavam, sem ter para onde ir. Desnorteada, procurou refúgio junto a Nick Trevennon. Velho amigo de sua mãe… mas que nem suspeitava da existência dela. Lá, desafiou abertamente o sobrinho de Nick, o temido Dominic, que antipatizou com ela assim que a viu. E tudo ficou ainda pior quando a aversão que ela sentia por Dominic se transformou em puro fascínio. Sozinha, sem casa nem dinheiro, apaixonada pelo homem errado, que mais faltava a Marina para ser a mais infeliz das mulheres? PROJETO REVISORAS Este livro faz parte de um projeto sem fins lucrativos. Sua distribuição é livre e sua comercialização estritamente proibida. Cultura: um bem universal. Digitalização: Palas Atenéia Revisão: Rosa Santos CAPÍTULO I — Bem, antes de mais nada, há uma coisa que eu quero deixar bem clara. Ela não pode continuar aqui. — A voz estridente da nova Lady Kerslake podia ser ouvida facilmente através da porta fechada da sala de estar. Marina, que já ia abrindo a porta para entrar, deteve-se, perturbada. Ao mesmo tempo que engolia as palavras de sua prima Patrícia, pensava que a atitude mais digna a tomar era se afastar daquela casa, fingindo que não tinha ouvido nada. Mas também sabia que, naquele momento, nem um terremoto a afastari ...

dali. De qualquer forma, era bem melhor ficar sabendo como a prima realmente se sentia em relação a ela e o que havia de verdade atrás de toda aquela doçura forçada com que a vinha tratando até então. — Ora, mamãe! — Agora quem falava era Vanessa, num tom meio impaciente. — Você não pode simplesmente colocá-la na rua. O que ela irá fazer? — Não é problema meu — Lady Kerslake respondeu friamente. — Se ela não aproveitou a oportunidade que lhe deram, agora não pode reclamar. E o pai dela, enquanto vivia, é que devia ter-se preocupado com seu futuro. Ele conhecia a situação perfeitamente. — Talvez. Mas não podia prever que tanto ele como Martin fossem morrer no mesmo acidente. Afinal de contas, o responsável teria sido Martin, e ele tomaria conta de Marina. Imóvel, do lado de fora, Marina sentiu seu coração doer. Mas precisava admitir que, de certa forma, Vanessa estava certa. Ninguém Poderia ter previsto, naquele dia de outono tão ensolarado, há algumas semanas atrás, que, quando a noite chegasse, ela estaria completamente só no mundo, com pai e irmão mortos num acidente horrível causado por um caminhão. Ela nunca se preocupou muito com o futuro. Afinal, tinha apenas dezoito anos e, até então, estava mais interessada em se divertir do que em se preocupar com o dia de amanhã. Mesmo seu pai sempre a encorajara a agir daquela maneira. Ele e seu irmão Martin estavam ali para protegê-la, e ela se sentia segura com a afeição que lhe dedicavam, satisfazendo sempre seus mínimos desejos. Isso até aquele terrível dia quando o vento frio da realidade mostrou a ela quão frágil era aquela proteção. O advogado tinha sido muito gentil em lhe explicar tudo de forma muito detalhada, inclusive o fato de não haver muito dinheiro para o primo Geoffrey herdar. Era ridículo, mas, como mulher, Marina não tinha direito a nada. Nas semanas que se seguiram ao funeral, Marina parecia estar vivendo num vácuo, e esta impress ...

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