Livro: Uma nova chance para viver
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... Ana Vera Lemos Parado ali, olhando as pessoas, a terra fofa amontoada, os murmúrios, os pássaros que cantavam nas árvores ao redor, Augusto sentia um estranho alheamento. Parecia que aquelas coisas não estavam acontecendo, que ele não estava ali realmente e que o corpo dentro do caixão envernizado, com alças de metal dourado polido, não era o de Catarina. Tudo parecia um sonho. Apesar de estar num cemitério, achava estranho não parecer um pesadelo, tamanha era a calma que reinava ao seu redor. Aquele inquérito estava praticamente definido. Augusto seria fatalmente pronunciado e levado a julgamento. No mínimo seria condenado pela morte de Márcia. Mas alguma coisa em tudo aquilo estava errada. Paulo tinha certeza disso. Tanta certeza que apostaria sua própria vida nisso. Como um policial experiente, sentia em seus ossos que alguma coisa estava errada em tudo aquilo. Desde que começara a atender Augusto, alguma coisa mudara em Lúcia, uma médica fisioterapeuta. Aquele homem, frágil e indefeso naquela cama, parecia precisar tanto da ajuda dela que Lúcia não pôde controlar-se e acabou envolvendo-se mais do que devia. O que acabou unindo os três numa mesma e perigosa trama, da qual corriam o risco de não sair com vida. Digitalização: Rosana Gomes Disponibilização e Revisão: Projeto Revisoras Coleção Paixão Ardente Querida leitora, Uma boa história romântica é o que você gosta de ler mas é claro que quando essa historia vem temperada por uma trama que envolva mistério e várias reviravoltas fica bem melhor, a leitura fica mais prazerosa e emocionante ainda! Temos certeza que você vai adorar ler esta história! Boa leitura! Ana Vera Lemos Uma Nova Chance Para Viver Capa: Alexandre Juhran Capítulo 1 Parado ali, olhando as pessoas, a terra fofa amontoada, os murmúrios, os pássaros que cantavam nas árvores ao redor, ...

Augusto sentia um estranho alheamento. Parecia que aquelas coisas não estavam acontecendo, que ele não estava ali realmente e que o corpo dentro do caixão envernizado, com alças de metal dourado polido, não era o de Catarina. Tudo aquilo parecia um sonho. Apesar de estar num cemitério, achava estranho não parecer um pesadelo, tamanha era a calma que reinava ao seu redor. — Sinto muito! — disse um amigo, vindo até ele, enquanto o caixão baixava para o seu leito, no fundo da sepultura. — O que se há de fazer? Obrigado! — começou a repetir ele, enquanto os amigos, muitos, foram passando, apertando sua mão, abraçando-o, deixando restos de lágrimas nos ombros do paletó. Havia terminado a cerimônia fúnebre. O corpo de Catarina já havia sido entregue à terra. Nada mais havia mesmo a fazer. Roberto Assis, seu colega de trabalho, foi o último a se aproximar dele. Estendeu-lhe a mão e nada disse. Augusto abraçou-o. — Vamos lá Augusto. Eu dirijo para você — disse Roberto, cordialmente, pondo a mão no ombro do amigo. — Estou bem, Roberto, não se preocupe — respondeu ele, cabisbaixo, olhando a madeira envernizada, no fundo da cova. — Não vamos discutir, eu levo você, vamos lá — insistiu Roberto, carregando-o na direção do portão de saída. Augusto ainda olhou pela última vez. Havia recomendado aos encarregados do cemitério que gramassem a sepultura e plantassem flores. Catarina gostava muito de flores. Precisava fazer isso. Ao sair, sentiu que deixava lá dentro boa parte de sua vida. Talvez mesmo seus melhores anos. Sentiu-se grato a ela, mas apenas isso: grato. Catarina nunca o amara na verdade, nem ele poderia dizer que um dia a amara realmente. Faltara movimento àquele casamento, excitação, aventuras, perigos, alguma coisa que o fizesse marcante através dos anos e que os unisse em algum tipo de cumplicidade. Nada disso, porém, acontecera. Por mais que tentasse. Augusto não conseguia se lembrar de um moment ...

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