Livro: Amor sem Preço - Sandra Marton Página 4

... as a Moscou. O seu rosto, embora a plástica, ainda era bonito. Usava brincos de diamantes grandes como candelabros do Bolshoi, movia-se em uma terrível nuvem de perfume e seu inglês era fluente. Naquele jantar, servira como intérprete para o marido. E Liana também enterrou a mão no colo de Lucas, por baixo da engomada toalha de mesa. De alguma forma, Lucas conseguiu terminar de jantar. A tradutora que contratara para a noite não percebeu nada, Rostov não per¬cebeu nada e apenas ele e Liana Rostov entenderam o que acontecia. Foi complicado sair dali com a dignidade, ou qualquer outra coisa, intacta. E Rostov levaria sua mulher junto também naquela noite. — Nada de tradutores — exigiu decidido. — Os tradu¬tores são funcionários públicos, dal Claro que você pode trazer uma mulher. E saiba que a minha mulher será tão boa para você quanto é para mim. Lucas quase gargalhou. E ele podia gargalhar daquela vez, pois tinha uma carta escondida na manga. O nome da carta era Elin Jansson. Elin, nascida na Finlândia, falava russo fluentemente. Era modelo e o mais novo affair de Lucas. Seria sua companhia, sua tradutora e sua proteção contra Liana Rostov. Lucas grunhiu, foi até a parede de vidro atrás da mesa e pressionou a cabeça contra a janela fria. Tudo parecia tão simples. Não poderia ter se saído melhor. A vida era muito simples, e aquele dia era a prova disso. — Senhor Vieira? Lucas girou o corpo. Sua secretária sorria nervosa, à porta da sala. Era jovem e fazia um café horrível. No en¬tanto, por mais que se esforçasse para que ela se sentisse bem, parecia morrer de medo do chefe. Naquele momento, olhava para ele como se estivesse sendo açoitada por um vento forte. E ficava melhor assim, paralisada, ele pensou carrancudo. Lucas pedira para não ser perturbado. — O que foi Denise? — Elise, senhor. — ela corrigiu, engolindo em seco. — Eu bati, mas o senhor não. — Engoliu em seco nova¬mente. — O senhor Rostov ligou ...

Eu disse que o senhor não estava disponível, como o senhor mesmo me pediu, mas o senhor Rostov pediu para avisar que ele e sua esposa se atrasarão alguns minutos e. Ela ficou muda. — Certo — disse Lucas, rascante. —Algo mais? — Eu só. Fiquei pensando se. Deveria ligar para o res¬taurante e. Dizer que serão apenas três pessoas. Merda! Aquilo estava indo de mal a pior. Será que o mundo inteiro já sabia o que acontecera? — Pedi que você fizesse isso? — Não, senhor, mas pensei que. — Não pense. Faça apenas o que eu pedir. — A menina abaixou o rosto. Que inferno. Como era difícil controlar as emoções. — Denise, sinto muito. — Meu nome é Elise, senhor — disse ela trêmula. — E não precisa se desculpar, senhor. Eu só. Queria dizer. Sei que o senhor está chateado. — Não estou chateado — disse Lucas, forçando um sor¬riso, exatamente como fazia quando era pequeno. — Por que eu estaria chateado? — Bem. Bem. A senhorita Jansson. Quando esteve aqui. — e engoliu em seco novamente. — O senhor Gordon estava na minha mesa. E ele não pôde evitar escutar. Quer dizer, não pude evitar que a senhora Jansson passasse por mim e. Quando ela entrou no seu escritório. — O quê? — perguntou Lucas, trincando os dentes. — Eu tinha uma reunião marcada. — Ele tentou sorrir, mas aquilo parecia mais uma careta. — E os demais, o pessoal dos outros andares, também estavam escutando? — Eu não sei senhor Vieira. Eu poderia perguntar se é isso o que o senhor. — 0 que eu quero — ele disse — é que você nunca mais volte a falar sobre isso. Comigo ou com quem quer que seja. Entendeu? Ela fez que sim. Lembrete mental pensou ele friamen¬te. Oferecer o quádruplo de salário à secretária de sempre quando ela voltasse das férias, mas fazer com que jure que afastará da sua mesa a morte, doenças e, Deus me livre, o casamento. — Entendi senhor. E quero que saiba que sinto muito que o senhor e a senhorita ...

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