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Amor sem Preço - Sandra Marton

Livro: Amor sem Preço - Sandra Marton Página 2

Autor - Fonte: Sandra Marton

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... ortunidade profissional. — Só isso? — perguntou o repórter. — Sim, só isso — respondeu, já tirando o microfone da lapela no paletó de lã azul-marinho, feito em Savile Row, passando por entre as câmeras e saindo do estúdio. Nunca diria que, para se chegar a tal lugar, um homem não pode permitir que nada, absolutamente nada, se intro¬meta em seu caminho. Lucas franziu a testa, afastando a ca¬deira para longe de sua mesa de madeira brasileira e olhan¬do para a parede de vidro aberta ao centro de Manhattan. E o cenário o trouxe de volta ao presente. Como man¬teria tudo aquilo de pé? Tinha de haver uma maneira. Co¬nhecia bem a importância de se evitar que alguma coisa se intrometesse entre um homem e seus objetivos. Aprendera isso há muito tempo, quando era um menino de 7 anos, um sujo e faminto menino de Rua no Rio de Janeiro. Metia a mão nos bolsos dos turistas, roubava tudo o que podia, co¬mia os restos dos restaurantes, dormia em becos e parques, embora ninguém seja realmente capaz de dormir quando precisa estar alerta a todos os sons, a todos os passos. Não havia escapatória. O Brasil sempre foi um país de contrastes. Os incrivelmente ricos vivem em casas suntu¬osas, e os incrivelmente pobres, os favelados, desafiam a existência nas favelas que inundam os morros do Rio. Lu¬cas, porém, não chegava nem a ser um favelado. Não era nada. Era um verme. Como um menino de 7 anos conseguiu mudar a situação de sua vida? Tinha apenas a mãe. Porém, isso foi antes de certa noite, quando um homem que ela levara para casa olhou para Lucas, que tentava esconder-se num canto do barraco em que viviam, e disse que ela esque¬cesse, pois ele não pagaria uma grana para dormir com uma puta enquanto o seu filho os observava. No dia seguinte, a mãe de Lucas o deixou nas ruas sujas de Copacabana, pe¬dindo que fosse um bom menino e largando-o por lá. Lucas nunca mais a viu. E aprendeu a sobreviver, a seguir em frente, a correr quando os poli ...
iais chegavam perto demais. E eles sempre chegavam. Então, certa noite, alguém gritou: Bichos! Mas Lucas não foi capaz de correr. Estava doente, delirando de febre, desidratado após vomitar o pouco que tinha no es¬tômago. Ele estava predestinado. Ou talvez não. Mas naquela noite, sua vida mudaria para sempre. Um assistente social de bom coração acompanhava a po¬lícia. Sabe Deus por quê. Mas nem importa. O importante é que o assistente social o levou a uma casa, uma das poucas entidades filantrópicas que enxergavam os meninos de rua como humanos. Lá o encheram de antibióticos, deram-lhe suco de frutas e quando finalmente pôde comer, deram-lhe também comida. Depois o limparam, cortaram seu cabelo, vestiram-no com roupas que não eram o seu número. Mas e daí? As roupas estavam limpas, sem piolhos e era isso o que importava. Lucas não era burro. Na verdade, era bri¬lhante. Aprendeu a ler sozinho, e também a fazer contas. Lia como se devorasse os livros, observava como os de¬mais se comportavam, aprendeu a falar bem, lembrava-se sempre de lavar as mãos e escovar os dentes e também de dizer obrigado e, por favor. E aprendeu a sorrir. Isso foi o mais difícil. Sorrir não era natural, mas ele sorria. Passaram semanas e depois meses, até acontecer outro milagre. Um casal norte-americano apareceu por lá, conversou um pou¬co com ele. Na época, Lucas já se defendia bem em inglês, que aprendera com um professor. E quando se deu conta, já estava num avião em direção a um lugar chamado Nova Jersey, e o casal o chamava de filho. Mas ele deveria ter notado que aquilo não duraria nada. Lucas aprendeu muita coisa. Ficou bonito. Tinha cabelo preto, olhos verdes, pele dourada. E cheirava bem. Falava bem. Porém, lá no fundo, o menino que não confiava em ninguém continuava vivo. Odiava que lhe dissessem o que fazer, e o casal de Nova Jersey achava que as crianças deveriam ser monitoradas o tempo todo, cada minuto de cada dia. E tudo se deterior ...

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Comentários:
R: Chato.
Rosangela T: Magnífico.. lindo romance. Cheio de reviravoltas .
Depires: Muito bom..... 30/11/21.
Roselena: AMEI. ...
Wanda santos: Muito bom super recomendo.
Monica borges: Uma historia linda linda de superação e amor verdadeiro que vence todas as situações gostei bastante.13-01-18.
Alê9: Muito bom, adorei!!!.
Ju: Amei muito...
minuche: realmente muito lindo essa história.as vezes nos deixamos levar pelas palavras não entendidas ou q foram escutadas em maus momentos,tbém. as aparências nos podem pregar 'peças',e ai reagimos ou pensamos q essa é a verdade e na vida real acontece muito disso...sabem,acho incrível o quanto de romance-histórias fictícias,tem a ver c a vida real.não é verdade??mas só nos romances 'tudo acaba bem'... pena...
Rosângela: Lindo, maravilhoso fiquei at triste qndo acabou rs.
esther vieira 2017.: Lindoooooooooooo!!!!!!!!!.
Adriana: Linda...27032016. Perfeita do início ao fim.
Riva: Muito muito Bom. .
Valmira: Fascinante e muito bom!!.
Mary : História maravilhosa amei .
GE: Muito bom, amei..
Lívia: Muito bom! Sexy, divertido, ri muito com o gato Tanto a mocinha quanto o mocinho são impagáveis. A Sandra Marton estava inspiradíssima quando escreveu esse romance! .
Manuela: Belo romance, adorei a parte em que ela leva o bendito gato e samambaia, hilário. Rir bastante no final uma linda história de amor, valeu..
gabrielly: lindoooo.
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