Livro: Além da inocência

... Emma Holly RESUMO: Edward Burbrooke e Florence Fairleigh têm duas coisas em comum: o mesmo advogado e um interesse urgente em encontrar à pessoa adequada para seus respectivos planos. Edward necessita uma mulher que se case com seu jovem irmão Freddy para acabar com o escândalo que supõem os escarcéus homossexuais deste. Florence procura um marido amável, doce, e, sobretudo, com a suficiente fortuna para afastar dela para sempre o fantasma da pobreza. Com o que nenhum dos dois contava é com a tórrida atração que surgirá entre eles, um desejo irrefreável que pode trocá-lo tudo. ELA PROCURAVA UM MATRIMÔNIO SEM AMOR Quando põe pé em Londres, Florence tem claro que não vem em busca de amor, mas sim de um marido que solucione sua vida, e está disposta a empregar a metade da exígua herança que lhe deixou seu pai para consegui-lo. O matrimônio de conveniência que lhe propõe seu advogado com o jovem Freddy Burbrooke lhe parece uma solução prática, quase ideal. Mas se o amor não entra em seus planos por que não pode evitar estremecer-se cada vez que está perto do Edward, o frio e distante irmão mais velho de Freddy? ELE CALCULOU TUDO, MENOS SUA PRÓPRIA E ABRAZADORA PAIXÃO… Desde muito jovem, Edward se viu obrigado a cuidar de seu querido irmão pequeno, e se converteu em um verdadeiro pai para ele. Eficiente e calculador, procurou-lhe inclusive uma esposa para proteger sua honra depois do último escândalo. Mas Edward não tem tudo sob controle. Possivelmente se não tivesse visto sua futura cunhada aquela tarde, trocando-se diante do espelho, poderia tirá-la da cabeça. Mas agora, cada vez que está perto dela, todo seu planejado esquema parece desmoronar-se diante uma paixão que não conhece limites. Prólogo — Com um lacaio!— rugiu Edward —. Lhe surpreenderam em sua habitação com um lacaio? A ira o tinha impulsionado a levantar-se detrás de sua mesa de trabalho. Agora apertou com força o lado de carvalho ...

sculpido, como se com a só pressão pudesse conseguir que a confissão de seu irmão se desvanecesse. Freddie estava fundo em uma cadeira de couro vermelho com as pernas cruzadas enquanto se olhava atentamente as unhas bem polidas. Aquela atitude indolente lhe sentava bem a seu esqueleto larguirucho. Vestido com uma camisa de um branco deslumbrante e uma jaqueta bordada com muito bom gosto, era o menino encantador em pessoa, com suas grácis extremidades desajeitadas e sua beleza exibida em uma espécie de desordem estilizada. Entretanto, em seu rosto se adivinhava um sofrimento evidente. — São as pantorrilhas — disse, em um débil intento de tomar-lhe com humor —. Jamais pude resistir a um homem com um par de bonitas pernas. Edward sentiu que algo lhe apertava o peito. Voltou a sentar-se, afligido de uma brusca debilidade nos joelhos. — Freddie, se pensasse por um instante que o diz a sério, abriria-me as malditas veias. Freddie elevou o olhar, claramente surpreso pelo tom de seu irmão. Abriu a boca e voltou a fechá-la. Agora, como alertado por algo, deixou cair sua bota ao chão e se secou as palmas das mãos na perna das calças. — Certamente que não o digo a sério — disse —. Já me conhece, custa-me desperdiçar a oportunidade de uma graça. Lhe chamemos demência passageira. Como se queria recuperar minha época de estudante, ou alguma tolice pelo estilo. Edward se tampou a cara. A ligeireza da resposta do Freddie não mitigava em nada seu conflito interior. Pensou que jamais deveria ter enviado ao Freddie ao Eton. Pouco importavam as gerações de varões Burbrooke que os tinham precedido. Ele deveria ter sabido que um menino sensível como Freddie não sobreviveria a aquele inferno da anarquia adolescente. Edward tinha dezessete anos quando tomou essa decisão, seus pais acabavam de falecer e ele se converteu em mentor absoluto de seu irmão de doze anos. Nesse momento, tinha acreditado que era necessário enviar ao Freddie ao Eto ...

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